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Ensaios-->Tramútola, o berço da Família Carrano -- 08/05/2000 - 12:24 (Pedro Wilson Carrano Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O BERÇO DA FAMÍLIA CARRANO: TRAMÚTOLA


O berço da Família Carrano é Tramútola (Tramutola, na Itália), localidade situada na Província de Potenza, Região de Basilicata, na Itália.

É conveniente que se registre, inicialmente, algumas considerações sobre o país de origem do Clã, cujo território, excluídos o Vaticano (1) e a República de San Marino (2), ocupa uma superfície de 301.245 quilômetros quadrados (quase a metade da área ocupada pelo Estado de Minas Gerais, ou seja, 581.975 quilômetros quadrados), onde vivem cerca de 57 milhões de pessoas.

A História da Itália inicia-se com a chegada e fixação dos povos mediterrâneos, geralmente pacíficos agricultores, por volta de 5.000 a.C. Eles estabeleceram-se nas planícies peninsulares e em torno de 1.600 a.C. já trabalhavam o bronze e fabricavam utensílios de toda espécie, principalmente os de cerâmica. Foi nessa época que chegaram à Península os primeiros povos itálicos (3), pastores e guerreiros procedentes da Europa Central, que construíram povoados do tipo palafítico, chamados 'terramares'.

A segunda leva de itálicos chegou à região por volta do ano 1.000 a.C, trazendo armas de ferro por eles forjadas, o que lhes permitiu vencer seus antecessores, empurrando-os para o Sul, principalmente para os Apeninos (4).

Às regiões Venécia (5) e Apúlia (6) chegaram os ilírios (7), tendo os etruscos (8), no Século VIII a.C., se estabelecido na Toscana (9). Mais ao Sul, imigrantes gregos fundavam grandes cidades, como Nápoles (10), Taranto (11), Cumas (12), Agrigento (13) e Síbaris (14). Pouco depois, os cartagineses (15) desembarcaram na Sicília (16) e na costa da Sardenha (17). Até as terras do Norte, que se consideravam livres da ameaça estrangeira, viram-se invadidas por tribos gaulesas (18) no Século V a.C.

Entretanto, essa situação mudou com Roma, que, sabendo assimilar a herança dos sabinos (19), latinos (20) e etruscos e o helenismo da Grécia, conseguiu alcançar alto nível de desenvolvimento, o qual lhe permitiu conquistar o Lácio (21), a Itália e todo a região do Mediterrâneo.

Em 510 a.C., quando foi proclamada República, Roma já possuía um certo número de instituições: a assembléia curial, o senado, o patriciado etc., criando uma civilização cuja influência perdura até hoje. De 496 a 270 a.C., conquistou o resto da Itália.

A partir daí, as Histórias da Itália e de Roma confundem-se, até 395 d.C., quando Teodósio (22) efetuou a partilha do Império Romano, no qual se incluía a Itália.

Vieram, depois, as invasões bárbaras, tendo os ostrogodos (23) conquistado em 493, com Teodorico (24) à sua frente, toda a Itália. Com a decadência do Império Romano, a região tornou-se vítima das invasões durante cinco séculos, tendo os vândalos (25), visigodos (26), hunos (27) e árabes (28) devastado o seu território.

Após os godos (29), vieram os Imperadores de Bizâncio (30) e, a partir de 565, os lombardos (31), que dividiram a Península em vários ducados. A Itália passou a contar com três capitais: Pavia (32), sede do domínio lombardo, Ravena (33), sede do exarcado bizantino, e Roma, residência dos Papas.

Com o desaparecimento do Império Romano no Século V, a Península Italiana esteve politicamente fragmentada até os tempos modernos, com Estados como Veneza (34), que dominou o comércio no Mediterrâneo até a ascensão do Império Otomano (35), Nápoles e Sicília -as Duas Sicílias (36) -, Toscana, Parma (37), Módena (38), Savóia (39), Gênova (40) e Milão (41).

No Século VIII, sob a proteção dos soberanos carolíngios, constituiu-se o Estado Pontifical.

No Século XII, os Papas e as cidades lombardas uniram-se contra a Alemanha. Dois partidos poderosos dividiram a Itália: os guelfos e os gibelinos. Os primeiros eram partidários dos Papas e os segundos dos Imperadores da Alemanha.

Os guelfos venceram, mas a Itália, liberta dos Imperadores, achou-se exposta às rivalidades locais, tornando-se mais frágil. No Norte, dominavam Florença, Pisa (42), Luca (43), Gênova e Veneza, repúblicas poderosas. No Sul, o Reino de Nápoles era disputado pelos franceses, aragoneses e alemães.

Enfraquecida pelas lutas internas e pela fragmentação de sua soberania, a Itália teve, no decorrer de sua história, o triste privilégio de ser o país mais invadido de toda a Europa. Com uma extraordinária freqüência e sob os mais diversos motivos, os exércitos estrangeiros invadiam o País e aí se estabeleciam até serem expulsos por outros exércitos rivais.

Depois do grande florescimento cultural e intelectual da Renascença (44), que chegou ao auge no fim do Século XV, grande parte da Itália dividiu-se em reinos, principados, ducados, repúblicas e estados papais, caindo, em função disso, sob o domínio da França, Áustria e Espanha.

Nos Séculos XV e XVI, a Península serviu de campo de batalha aos franceses, espanhóis e alemães, até que a França renunciou às suas pretensões para além dos Alpes (45) e os espanhóis concordaram com a manutenção do seu domínio.

Quando a unidade da Itália parecia impossível, iniciou-se a formação, no Norte da Península, de um domínio mais poderoso do que os outros, o dos Duques de Sabóia ou Savóia, que estendiam, pouco a pouco, a sua autoridade sobre o Piemonte (46), a Lombardia (47) e a Sardenha e, depois, tomavam o título de Reis da Sicília.

Com a Revolução Francesa (48), foi fundada, em 1797, a República Cisalpina (49), que veio a se transformar, em 1806, no Reino da Itália. A Lombardia, contudo, foi entregue à Áustria em 1815.

O movimento de unificação da Itália, cujos grandes líderes foram Giuseppe Garibaldi (50), Giuseppe Mazzini (51) e Camillo di Cavour (52), tomou impulso depois que vários Estados italianos decidiram unir-se à Sardenha. Em seguida à sua conquista por Garibaldi, o Reino das Duas Sicílias também seguiu este caminho e, em 1861, o Reino da Itália era proclamado, tendo como soberano Vítor Manoel II (53). Apossando-se dos domínios papais, a Itália completou sua unificação em 1870.

Depois disso, a Itália desenvolveu largamente os seus recursos econômicos e militares, criando um império colonial na África.

Com Benito Mussolini (54), o País ingressou em um regime autoritário e entrou na Segunda Grande Guerra Mundial (55), ao lado da Alemanha. Derrotado, transformou-se em República em 1946, situação em que se encontra até hoje.

A Itália situa-se na Europa Meridional, podendo ser apresentada, por sua estrutura e relevo (as montanhas e colinas representam mais de 75% da paisagem do País), em quatro grandes unidades: a vertente peninsular meridional dos Alpes; a Planície do Pó (56); a Itália Peninsular, cujo eixo são os Apeninos, e a Itália Insular. Em forma de bota, o País limita-se ao Norte com a França, a Suiça, a Áustria e a Eslovênia (57). No mais, é banhada por três braços do Mediterrâneo: o Mar Tirreno (58) a Oeste, o Mar Jônio (59) ao Sul e o Mar Adriático (60) a Leste.

Divide-se a Itália em vinte regiões a seguir mencionadas:

Na Itália Setentrional:

- Piemonte (com 6 províncias: Alessandria, Asti, Cuneo, Novara, Turim e Vercelli);
- Vale d Aosta (com 1 província: Aosta);
- Ligúria (com 4 províncias: Gênova, Impéria, La Spezia e Savona);
- Lombardia (com 9 províncias: Bérgamo, Brescia, Como, Cremona, Mântua, Milão, Pavia, Sondrio e Varese);
- Trentino-Alto Ádige (com 2 províncias: Bolzano e Trento);
- Venécia (com 7 províncias: Belluno, Pádua, Rovigo, Treviso, Veneza, Verona e Vicenza);
- Friuli-Veneza Júlia (com 4 províncias: Gorícia; Pordenone, Trieste e Udine);
- Emília-Romanha (com 8 províncias: Bolonha, Ferrara, Forli, Módena, Parma, Pincenza, Ravena e Reggio nell Emilia).

Na Itália Central:

- Toscana (com 9 províncias: Arezzo, Florença, Grosseto, Livorno, Luca, Massa-Carrara, Pisa, Pistóia e Siena);
- Úmbria (com 2 províncias: Perúgia e Terni);
- Marcas (com 4 províncias: Pesaro e Urbino, Ancona, Ascoli Piceno e Macerata);
- Lácio (com 5 províncias: Frosinone, Latina, Rieti, Roma e Viterbo);
- Abruzos (com 4 províncias: Chieti, L Aquila, Pescara e Teramo);
- Molise (com 2 províncias: Campobasso e Isérnia).


Na Itália Meridional:

- Campanha (com 5 províncias: Avelino, Benevento, Caserta, Nápoles e Salerno);
- Apúlia (com 5 províncias: Bari, Brindisi, Foggia, Lecce e Taranto);
- Basilicata (com 2 províncias: Matera e Potenza);
- Calábria (com 3 províncias: Catanzaro, Cosenza e Reggio di Calábria).

Na Itália Insular:

- Sicília (com 9 províncias: Agrigento, Caltanisseta, Catânia, Enna, Messina, Palermo, Ragusa, Siracusa e Trapani);
- Sardenha (com 4 províncias: Cagliari, Nuoro, Oristano e Sassari).

Vê-se, pelo exposto, que Basilicata, a região da Itália de onde vieram os Carranos, também denominada de Lucânia, se situa na Itália Meridional e abrange as províncias de Matera (61) e Potenza.

Tramútola, pequena comunidade em que nasceram os irmãos Carlo Michele e Nicola Carrano, está localizada, como já mencionamos, na Província de Potenza, possuindo, hoje, cerca de 3.600 habitantes, denominados 'tramutolési', concentrados em uma área de 36,4 quilômetros quadrados.

Situada na parte mais alta da Bacia do Rio Agri, a uma altitude de 654 metros, a cidade encontra-se a 77 Km de distância de Potenza, capital da Província.

Segundo Ciro Mioranza, em seu 'Dicionário dos Sobrenomes Italianos', o nome Tramútola significa terra 'motola', ou seja, terra embebida de água (referência à profusão de nascentes na região).

Antigo povoado na vizinhança de Grumento (62), surgiu em torno de abadia fundada em 1144 pelos beneditinos de Cava dei Tirreni (63), na época em que a antiga Lucânia assumia o nome de Basilicata.

O primeiro núcleo da localidade, denominado Tramútola Velha, era uma das várias aldeias fundadas pela população da antiga Grumento em seguida à destruição da localidade pelos sarracenos, situada na região hoje denominada de Água Tramútola ou 'Acquara'. Em torno de 1100, os habitantes transferiram-se para local que viria a ser a nova e homônima comunidade, criada, inicialmente, em torno de uma capela dedicada a São Pedro.

A expansão urbanística, os melhoramentos e o desenvolvimento agrícola, bem como a rede viária de Tramútola, foram deixados pelos beneditinos de Cava dei Tirreni (64), que tiveram a cidade como feudo até 1806. A dependência à Abadia de Cava favoreceu o desenvolvimento da localidade, que na época se encheu de igrejas e palácios, dos quais só remanesceram alguns modestos traços, em face dos freqüentes terremotos que atingiram a região.

É bom assinalar que Tramútola participou de todos os movimentos ocorridos na região (como o dos carbonários e a revolta contra o domínio espanhol), tendo sido a primeira localidade da Lucânia a se rebelar contra o domínio dos Bourbons e a aderir, em 1860, à luta pela Unificação da Itália.

Muito belos, em Tramútola, são o coro (parte da igreja onde são cantados os ofícios divinos) seiscentista da Matriz e a frente e o altar da Igreja do Rosário, construção do ano de 1500. O antigo Convento Fiatarone, dos beneditinos, tem românticas arcadas.

A Comuna de Tramútola encontra-se no Vale do Diano e é a única localidade da Província de Potenza ligada à Diocese de Cava dei Tirreni, na Província de Salerno (65), onde foram encontrados muitos registros paroquiais sobre a Família Carrano.

O Vale do Diano é uma fértil planície saneada no fim do século passado, que interrompe a áspera paisagem calcárea de Cilento. Na Pré-História (66) era um lago de grande dimensão, alimentado por inúmeros cursos d água que desciam a montanha.

O Vale foi habitado, nos tempos mais antigos, por população indígena e, posteriormente, pelos gregos e romanos. Por volta do ano 1000 d.C., viu intensificar sua população em face da construção de muitos castelos nas encostas que o limitavam, os quais davam proteção aos moradores da região.

Com economia essencialmente agrícola, Tramútola sempre foi estreitamente ligada à zootecnia e ao artesanato em madeira, ferro e alumínio. O lugar é famoso por seus queijos e castanhais. Em seu território foram descobertas, no início do Século XX, jazidas de hidrocarbonetos (petróleo), exploradas até os anos cinqüenta.

O local representa, também, um ponto de referência do turismo da área interna de Basilicata, por sua feliz posição geográfica e pelo desenvolvimento de atividades recreativas nos bosques que circundam o seu centro esportivo. Da cidade, pode-se alcançar, em pouco tempo, as escavações arqueológicas de Grumento, o Lago do Pertusillo e as pistas de esqui do Monte di Viggiano e do Monte Volturino.

De particular interesse são as festas religiosas dedicadas à Nossa Senhora dos Milagres, em 16 e 17 de maio, a Santo Antônio, no primeiro domingo após 13 de junho, e a São Roque, em 28 e 29 de agosto e, no último domingo de maio, a procissão de Nossa Senhora, que é carregada em uma esplêndida barca enfeitada de rosas.

No período de estio, chama a atenção o programa de atividades culturais e recreativas, notadamente as representações teatrais.

Obrigatoriamente, devem ser vistas, em Tramútola, as fontes, arcadas e portais no centro histórico, onde se pode ver, ainda, um antigo moinho movido a água e está sendo instalada uma feira para exposição de produtos locais.

Deve ser registrado, ainda, que o restaurante 'Dal Maresciallo', de Tramútola, é considerado um dos melhores da Itália. Entre os pratos de sua especialidade podem ser citados os seguintes: 'tagliatelle alle Torrete', 'linguine al cartoccio', 'trippa al carciofi', 'scaloppa di pesce spada' e 'agnello alla pastorale'. É apresentada ao cliente, ainda, uma cesta de bons vinhos nacionais e estrangeiros.

A Província de Potenza, onde se acha localizada a comunidade de Tramútola, situa-se na Itália Meridional, na Região de Basilicata (ou Lucânia), que tem a Sudeste o Golfo de Taranto (Mar Jônio), a Sudoeste o Golfo de Policastro (Mar Tirreno) e faz limite a Oeste com Campanha, ao Norte e Nordeste com Apúlia e ao Sul e seus confins com a Calábria (67).

De extensão relativamente modesta (6.546 quilômetros quadrados), supera somente, em número de habitantes, Molise e o Vale d Aosta, sendo também baixa a densidade populacional na região, correspondente a apenas um terço da média nacional.

Província que tem como base de sua economia a agropecuária, sua população vem diminuindo de ano para ano diante da forte emigração para regiões industriais. Assim, de 455.216 habitantes em 1951, passou para 444.166 em 1961, 429.000 em 1967 e 411.500 em 1986. Compreende toda a zona montanhosa de Basilicata, sendo parte do território repleta de bosques e outra, argilosa e árida, de colinas. Ali são cultivados, intensamente, grãos, uvas, oliveiras e árvores frutíferas, sendo importante, também, a pecuária, principalmente a ovinocultura e a bovinocultura.

Na Região de Basilicata foram encontrados sinais dos períodos paleolítico (68) e neolítico (69), como também das idades do bronze (70) e do ferro (71). Entre 600 e 400 a.C., a região esteve sob ocupação dos oscos (72) e sabelos (73), tendo os invasores encontrado entre os sículos (74) e em outras localidades, inclusive na região compreendida entre Taranto e Posidônia, um forte número de gregos, que para ali tinham emigrado no Século VIII a.C., influindo profundamente nos costumes locais.

Entre os Séculos VIII e VII a.C., foram invadidas as cidades de Síbaris, célebre por sua ostentação e indolência dos seus habitantes, Heracléia (75), Pandósia, Metaponto e Posidônia. Os invasores tiveram de lutar duramente para a submissão da área invadida, abandonando-a somente no Século IV a.C. Em 298 a.C. a Lucânia, denominação de Basilicata na época, submeteu-se a Roma, aliando-se, contudo, a Pirro (76) em sua luta contra os romanos.

Entre 91 e 87 a.C., a Lucânia participou da Guerra Social contra Roma com vistas à obtenção para seu povo da prerrogativa de cidadão. Posteriormente, como toda a região meridional da Itália, passou a seguir Roma, tendo, em 14 a.C., feito parte do Régio III, constituído pela Lucânia e por Brútio.

Após a queda do Império Romano (476 d.C.), a região foi dominada pelos godos, tendo Teodorico à sua frente. Em 533, a Itália já se encontrava sob o domínio bizantino.

Após ser invadida pelos lombardos, Basilicata passou a fazer parte do Ducado de Benevento em 571. Sob a dominação dos francos (77), a região dividiu-se entre este Ducado e o de Salerno.

Quando sofreu uma incursão dos sarracenos (78), no Século IX, Basilicata foi atingida por difusão da malária nas zonas paludosas da planície, o que obrigou a sua população a concentrar-se nas regiões montanhosas. Então, quase todo o território da moderna Basilicata fazia parte do Principado de Salerno, sob o domínio dos lombardos.

No Século X, a Lucânia era bizantina e na metade do Século seguinte passou para o domínio da monarquia normanda, que havia se estendido à região meridional da Itália.

A região começou a chamar-se Basilicata no Século XII. Em 1266 houve o domínio da Dinastia Angevina (79) sobre o território, que, em 1442 já se encontrava sob a Casa de Aragão (80). Em 1503 fazia parte do Reino de Nápoles (ou da Sicília). Começou para Basilicata, então, um período de decadência, acelerado pelo domínio espanhol.

Em 1663 Basilicata já era província do Reino de Nápoles, tendo Matera como sua capital. No período de 1707 a 1734 estava sob o domínio da Áustria, Dinastia de Bourbon (81).

Em 1799 era região da República Partenopéia, de duração efêmera. Estava sob o Governo de Joaquim Murat (82), cunhado de Napoleão Bonaparte (83) e por este elevado a Rei de Nápoles, entre 1806 e 1815, época em que a capital da região passou a ser Potenza.

Finalmente, depois de tantas invasões e mudanças, Basilicata passou a ter mais tranqüilidade com a Unificação da Itália em 1860. Infelizmente, foi atingida, em 1980, por um violento terremoto que deixou muitas vítimas na Província de Potenza.


Notas Explicativas:

(1) A Cidade do Vaticano, situada no interior de Roma, é Estado Soberano, sob a autoridade temporal do Papa, desde 11-FEV-1929, quando a Santa Sé e Mussolini concluíram o Tratado de Latrão. Sua área é de apenas 0,44 km2 e a população em 1995 era de 808 habitantes.

(2) San Marino é uma das menores repúblicas do mundo. Com pouco mais de 60 km2 e cerca de 23.000 habitantes, está encravada no território italiano.

(3) Os itálicos eram de origem indo-européia, tendo invadido a Itália por volta do segundo milênio antes de Cristo e lá permanecido.

(4) Os Apeninos formam uma cordilheira com cerca de 1.800 km de comprimento, que constitui a base da península italiana. Possuem altitude média de 1.200 a 2.000 metros.

(5) A Venécia é região do Nordeste da Itália, antigo território da República de Veneza, anexada em parte ao Reino da Itália em 1866.

(6) A Apúlia é região da Itália Meridional com cerca de 19.347 km2 e 3.600 mil habitantes.

(7) Os ilírios faziam parte do grupo indo-europeu que invadiu a parte noroeste da Península dos Balcãs.

(8) Os etruscos eram povo da Itália antiga que se estabeleceu no Século VIII a.C. na atual Toscana. Fundadores de Roma, foram promotores de brilhante civilização.

(9) A Toscana, antiga Etrúria, foi estado soberano da Itália Central, tendo sido anexada à Itália em 1860. Está localizada ao sudeste dos Apeninos e tem Florença como sua capital.

(10) Nápoles é cidade portuária do Sudoeste da Itália, capital da província do mesmo nome. Está localizada junto ao Golfo de Nápoles, formado pelo Mar Tirreno, e ao vulcão Vesúvio. De seu porto saíram os bisavós do autor quando de sua vinda para o Brasil.

(11) Taranto, ou Tarento, é cidade situada ao Sul da Itália, na Apúlia, à beira do Golfo de Taranto, formado pelo Mar Jônio. É capital de província com o mesmo nome.

(12) Cumas era cidade da Campanha, antiga colônia grega, próxima a lugar onde ficava a famosa Sibila (mulher a quem se atribuía o dom de predizer o futuro).

(13) Agrigento, antiga cidade da Sicília, é capital da província com o mesmo nome. Era tomada ora pelos romanos, ora pelos cartagineses.

(14) Síbaris, antiga cidade da Itália (Lucânia), foi destruída em 510 a. C., tendo ficado célebre pela indolência de seus habitantes, que se tornou proverbial.

(15) Os cartagineses eram os habitantes de Cartago, uma das mais famosas cidades africanas da Antigüidade, fundada no Século VII a.C. pelos fenícios.

(16) A Sicília é ilha italiana do Mediterrâneo, com 25.462 km2 e quase 5 milhões de habitantes. A partir de 1815, fez parte, juntamente com Nápoles, do Reino das Duas Sicílias, passando, em 1860, a ser região da Itália.

(17) Sardenha: ilha do Mediterrâneo situada ao Sul da Córsega, que, desde 1948, constitui região autônoma dentro da Itália. Com 24.090 km2, possui cerca de 1.500.000 habitantes.

(18) Os gauleses eram os antigos habitantes da Gália, nome dado pelos romanos ao conjunto das regiões da Europa Ocidental compreendida entre os Pireneus, o Mediterrâneo, os Alpes e o Reno.

(19) Sabinos: antigo povo da raça ariana que vivia nas proximidades de Roma desde tempos muito remotos. Foram submetidos pelos romanos em 220 a.C.

(20) Latinos: antigo povo itálico que residia no território delimitado pelo baixo curso do Tibre, pelos Montes Cornicolanos e Prenestinos e pelas Colinas Albanas.

(21) Lácio: antiga região da Itália Central entre a Toscana e a Campanha, ao largo do Mar Tirreno. Era habitada pelos latinos.

(22) Flávio Teodósio, ou Teodósio I, o Grande (n. em 347 d.C.), foi o último imperador romano (entre 379 e 395). Retardou a queda do Império Romano e contribuiu para o triunfo do Cristianismo sobre o paganismo.

(23) Ostrogodos: povo germânico que, estabelecido à beira do Danúbio a soldo do Império Romano, invadiu a Itália, onde fundou no Século V, sob o comando de Teodorico, um reino destruído por Justiniano em 552.

(24) Teodorico I, dito o Moço ou o Grande, n. por volta de 454 d.C. Foi Rei dos Ostrogodos durante 52 anos (no período de 474 a 526).

(25) Os vândalos eram antigo povo da Germânia, em parte eslavo.

(26) Visigodos: povo germânico, do ramo ocidental dos godos, que apareceu no início do Século IV. Por algum tempo possuiu o território depois denominado de Portugal. Em 507 d.C. iniciou-se a decadência do Império Visigótico.

(27) Hunos: povo bárbaro das margens do Mar Cáspio, que invadiu a Europa e devastou a Gália, capitaneado por Átila, nos meados do Século V.

(28) Os árabes são, em sentido amplo, todos os povos semitas cuja língua materna é o árabe.

(29) Godos: povos germânicos originários da Escandinávia que, no Século III, atacaram o Império Romano e depois se fixaram na margem esquerda do Danúbio, onde constituíram um império que foi destruído pelos Hunos em 375.

(30) Bizâncio: colônia grega do Século VII que se tornou a capital do Império Romano do Oriente com o nome de Constantinopla e, depois, na Turquia tomou o nome de Istambul.

(31) Lombardos: povo germânico que conquistou a Itália do Norte, dando o seu nome a uma parte da Planície do Pó. O seu último rei, Desidério, foi vencido por Carlos Magno em 774.

(32) Pavia: cidade da Itália, na Lombardia, capital da província com o mesmo nome.

(33) Ravena: cidade da Itália, capital da Província de Emília-Romanha.

(34) Veneza: cidade do Nordeste da Itália, capital da Venécia. Construída sobre as lagunas do Adriático, que ali forma o Golfo de Veneza. Desde a Idade Média, Veneza foi sede de um República aristocrática e os seus doges estenderam os seus domínios a várias partes da Europa. Até o Século XV foi o grande empório do comércio do Oriente.

(35) Império Otomano: império turco fundado no fim do Século XIII, que viu seu apogeu dos meados do Século XV ao fim do Século XVI e que englobava a Ásia Menor, o Egito, diversos Estados bárbaros, a Europa balcânica, as províncias danubianas e a Criméia.

(36) O Reino das Duas Sicílias foi fundado na Itália pelo rei normando Rogério II (Século XI) e compreendia Nápoles e a Sicília. Em 1860 foi reunido à Itália unificada.

(37) Ducado de Parma: antigo estado soberano da Itália do Norte com capital com o mesmo nome. Subsistiu de 1545 a 1839.

(38) Módena: antigo ducado da Itália com capital do mesmo nome.

(39) O antigo Condado de Savóia passou a Ducado em 1417. Corresponde atualmente aos departamentos franceses de Savóia e da Alta Savóia.

(40) Gênova foi Estado do Noroeste da Itália, na Ligúria, fundado no Século XII ao redor da cidade de Gênova. Foi um centro muito próspero do comércio na Idade Média.

(41) Milão foi fundada pelos gauleses insubres no Século V a.C. e conquistada pelos romanos por ocasião da Segunda Guerra Púnica, em 222 a 201 a.C. Destruída pelos bárbaros, readquiriu sua importância no Século XI, tornando-se uma comuna. Em 1240, Pagano della Torre instaurou em Milão um governo pessoal e hereditário.

(42) Pisa é cidade da Itália, na Toscana, sede da província com o mesmo nome. Dedicada ao comércio no Século XII dominou as Baleares e a Córsega. Participando das Cruzadas, criou frutuosas relações com o Oriente Latino.

(43) Luca é cidade da Itália (Toscana), capital da antiga província do mesmo nome. Foi, na Idade Média, uma próspera república.

(44) Renascença, ou Renascimento, é o nome dado à renovação literária, artística e científica que se operou na Europa nos Séculos XV e XVI, especialmente sob a influência da cultura antiga então em voga.

(45) Alpes é o nome da cordilheira mais elevada da Europa, depois do Cáucaso. Ela tem seu princípio em Cadibono, perto do Golfo de Gênova, e termina acima do Danúbio médio, perto de Viena.

(46) Piemonte: região histórica e administrativa da Itália do Norte, com 25.399 km2 e cerca de 4.500.000 habitantes.

(47) Lombardia: região italiana situada na orla da fronteira suíça, com 23.840 km2 e cerca de 8.500.000 habitantes.

(48) Revolução Francesa: conjunto de movimentos revolucionários que sacudiram a França no período de 1789 a 1799, marcado pela derrubada do Antigo Regime (Monarquia) e pela proclamação da República.

(49) República Cisalpina: república fundada em 1797 por Napoleão Bonaparte em torno da Lombardia e que, consideravelmente aumentada, se tornou, em 1805, o Reino da Itália.

(50) Garibaldi, n. em 1807 e fal. em 1882, foi político italiano que desempenhou importante papel na formação da unidade da Itália. No Brasil, participou da Guerra dos Farrapos, ao lado dos rebeldes, tendo contraído matrimônio com a brasileira Ana Maria Ribeiro da Silva, a Anita Garibaldi.

(51) Mazzini, n. em 1805 e fal. em 1872, foi patriota e político italiano que, no movimento de libertação e unidade italiana, encarnou a tendência revolucionária e republicana.

(52) Camilo Benso, Conde de Cavour (n. em 1810 e fal. em 1861), foi célebre estadista italiano, Ministro de Vítor Manoel II. Preparou a unidade da Itália.

(53) Vítor Manoel II foi Rei da Sardenha (1849) e Rei da Itália (1861). Com o seu Ministro Cavour, foi o criador da unidade italiana.

(54) Mussolini (n. em 1883 e fal. em 1945) foi o fundador do Partido Fascista na Itália, tendo presidido o destino do País no período de 1922 a 1943.

(55) A Segunda Guerra Mundial foi conflito que, de setembro de 1939 a setembro de 1945, opôs o Grupo dos Aliados (sob a liderança dos Estados Unidos da América, da União Soviética e da Grã-Bretanha e com o apoio de outros países, como o Brasil) ao Grupo das Potências do Eixo (sob o comando da Alemanha, da Itália e do Japão).

(56) A Planície do Pó é vasta bacia tectônica da Itália Setentrional (50.000 km2) drenada pelo Rio Pó e seus afluentes, cercada, por três lados, por maciços montanhosos e aberta, a Leste, para o Mar Adriático.

(57) A Eslovênia é um pequeno país balcânico do Sudeste da Europa que faz fronteira com a Áustria ao Norte, com a Hungria a Leste, com a Itália a Oeste e com a Croácia ao Sul e a Leste, tendo, ainda, uma saída para o Mar Adriático. Pertenceu à República Federal da Iugoslávia até julho de 1990, quando declarou sua independência, confirmada por um plebiscito em dezembro do mesmo ano. Liubliana é o nome de sua capital.

(58) Tirreno é o nome dado à parte do Mediterrâneo ocidental compreendida entre a Córsega, a Sardenha, a Sicília e o litoral ocidental da Itália.

(59) É chamada de Mar Jônio a parte central do Mar Mediterrâneo, delimitada pela Sicília, a Calábria e a Grécia.

(60) Denomina-se Mar Adriático a parte do Mediterrâneo que separa a Península dos Balcãs da Itália.

(61) Matera é o nome de uma das duas províncias da Região de Basilicata, bem como o de sua capital.

(62) Grumento: localidade da província de Potenza com pouco mais de 2.000 habitantes. É particularmente importante pelas escavações ali efetuadas. Ali havia um dos mais importantes centros romanos da antiga Lucânia.

(63) Cava dei Tirreni é cidade da Província de Salerno. À Diocese de Cava dei Tirreni está vinculada, há muitos anos, a cidade de Tramútola.

(64) Beneditinos: ordem fundada por São Bento em 529, teve por berço o célebre Mosteiro de Monte Cassino, na Itália.

(65) Salerno: nome de província italiana localizada na Região de Campanha, bem como de sua capital.

(66) Pré-História: período da história humana que antecede a descoberta da escrita.

(67) Calábria: região da Itália Meridional situada na extremidade sul da península, ocupando área de 15.080 km2.

(68) Paleolítico é o mais antigo período da Pré-História. Nele foi registrado o aparecimento do 'homo sapiens'.

(69) Neolítico: diz-se do período da Pré-História que precede a idade dos metais (situado, aproximadamente, entre 5000 e 2500 a.C.).

(70) Idade do Bronze: período pré-histórico em que foi inventada a liga de cobre e estanho.

(71) Idade do Ferro: período pré-histórico caracterizado pela utilização do ferro.

(72) Oscos: povo da Itália cuja língua subsistiu muito tempo na fala popular, inclusive em Roma.

(73) Sabelos: povo da antiga Itália que compreendia os Sabinos, os Picentinos, os Lucacianos e os Samnitas.

(74) Sículos: povo da Itália peninsular que conquistou a Sicília aos sicanos.

(75) Heracléia: cidade antiga da Itália (Lucânia), onde Pirro venceu os romanos em 280 a.C.

(76) Pirro, ou Pirro II (n. em 318 e fal. em 272 a.C.), foi Rei do Epiro célebre pelas suas lutas contra os romanos. Dirigiu uma expedição contra a Itália e, mercê da surpresa causada por seus elefantes, conseguiu vencer os romanos em Heracléia (280 a.C.) e em Ásculo (279 a.C.).

(77) Os francos eram tribos da Germânia que conquistaram a Gália no Século V e habitavam a região entre o Meno, o Mar do Norte, o Elster e o Elba.

(78) Sarracenos: nome que, na Idade Média, se dava aos árabes que invadiram a Europa.

(79) Dinastia Angevina: nome de três dinastias francesas fundadas respectivamente em 929, 1246 e 1360, que reinaram em Anjou.

(80) A Casa de Aragão compreendia região da Espanha que compreende as atuais províncias de Huesca, Saragoça e Teruel. O casamento de Fernando, Rei de Aragão em 1469, reuniu esse reino a Castela.

(81) Dinastia de Bourbon: nome de uma das grandes dinastias da Europa Ocidental.

(82) Joaquim Murat, n. em 1767 e fal. em 1815, foi Rei de Nápoles no período de 1808 a 1815.

(83) Napoleão Bonaparte, ou Napoleão I, n. em 1769 e fal. em 1821. Foi Imperador dos franceses de 1804 a 1815 e um dos maiores gênios militares da história.

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