Não se pode
Mais chorar,
Porque o poço de lágrimas
Está seco.
Não se pode
Mais amar,
Porque o vulcão de um abraço
Está preso.
Na garganta,
Engasgada,
De uma dor
Que vem da alma
E dói
Nos pés,
Que param de caminhar.
Peço a Deus
Que julgue o mundo
E perdoe-nos dos pecados,
Livrando-nos do fundo,
Que arde na pele
Como brasa incandescida,
Como mente insandecida,
Como verdade enegrecida.
Não se pode
Mais sentar
No alto desse moinho.
Não se pode
Mais admirar,
Pois o vento
Não quer mais ventar.
E estou preso
Na garganta,
Engasgada,
De uma dor
Que vem da alma
E dói
Nos pés,
Que param de caminhar.
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