Você me lembrou minha infância, quando meu Pai me levava pelos braços, ante os ataques de pânico da minha mãe, para ir ao Maracanã ver o Botafogo jogar.
Eu, pequena e franzina. Eu e a multidão à gritar: Fogo! Fogo! Fooooooooogo!!!! De preto e branco se revestia meus olhos de infância. A alegria de meu Pai. O meu amor pela camisa. “Golllllllllll!!!!!!!!!!!” . A estrela solitária sorria! Não era mais tão solitária!... Eram tantas estrelas em preto e branco à brilhar no céu do Maracanã. A Estrela-Dalva poderosa em seu lar de céu. A nossa Estrela explodia em fogos no ar. No verde do gramado e bem cuidado. Verde chão no Maracanã. Meu Pai sorrindoo, chorando, gritando, xingando...
A Estrela solitária de Marechal Hermes já não estava mais sozinha.
A minha. A sua. A de sua filha. Nossa Estrela de Mané Garrincha. Sua bola de pernas tortas...