Oxi, paroxi, proparoxi,
Átonos e tônicos capilares
No universo de seus bulbos.
Querem saber onde está aquele sujeito?
Ele está atrás de um objeto
Que não tem predicado,
É um agente passivo
Com uma doença
Que não se sabe
Se é grave ou aguda.
É um homem que exclama
E também interroga,
Compassado em vírgulas,
Colocando um ponto final
Quando acha que já chegou ao consenso.
Ele conjuga-se de maneira aposta
E sabe ser vocativo.
Veste-se de sílabas
Com um chapeuzinho circunflexo.
Às vezes, meio desligado, responde por monossílabos,
Mas quando quer,
Deixa entre aspas seus pensamentos.
Quando não consegue se expressar de forma clara,
Programa parênteses para que se faça entender.
Odeia partículas,
Dizendo que
Se o mundo vivesse de “ses”
Nenhum texto chegaria ao fim.
Analisa tudo,
Sintática e morfologicamente,
Antes de tomar decisões.
Carrega artigos diversos nos bolsos
E trata os prepotentes e ignorantes
Por pronomes,
Usando e abusando
De adjetivos negativos.
É derivado de um nada,
É primitivo de um tudo.
Embora pense o contrário,
É passado, presente e futuro.
Um tanto imperfeito quando dança,
Mais que perfeito quando chora
Os erros de um país sem gramática.
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