Quando eu não mais existir...
Quando a minha boca não mais beijar a tua.; quando a aurora do dia...
Altiva lembrar que a saudade que bate no peito nessa hora é minha. Com certeza ainda será noite. Na verdade não temeras o mal, tão pouco diras a ti, qual desculpa vira pela boca que beijas perdida.
Não perguntarás.;
Não tercerás no meio da madrugada sofrimentos e nem negarás, ignorantemente vil, teu filho, tão fino, que de mim queria só o carinho.
Tão sozinha te encontras, que com a luz acesa, o escuro e o deserto é tão imenso...
E o vazio no colo ? E o vazio frio? ... Não tem ninguém, prá esquentar, na verdade, prá amar. A não ser alí, no mesmo bruto do tempo de espera, que não repousa, o bater paralelo de um coraçãozinho que quer vir ao mundo, mesmo sem pedir, mesmo sem justificar culpas alheias, só quer brincar com os dedos do pai e da mãe.
Não grites! Pois a dor que corre nas veias é a única sinceridade que vês descrita todos os dias em lágrimas, pois o amor, tal qual o homem que acreditastes, que dedicastes tua formosura...Bate a porta em silêncio, as seis e meia e vai embora.
Não temas!
Não deseperes jamais!
Ainda há vida...
Teu ventre pulsa e quer ter o direito de nascer, ver o sorriso de uma mãe como você, que ainda não queria, mas sente como Maria.
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