HISTÓRIA MODERNA – QUESTÕES DE VESTIBULARES – JULHO DE 2010.
Edson Pereira Bueno Leal, setembro de 2010.
1. PUC SP EXPANSÃO PORTUGUESA
Mundo, famílias portuguesas, aventureiros de toda espécie , nobres, religiosos , degredados , prostitutas e marinheiros , deixavam para trás tudo o que se poderia relacionar com a dignidade . Não havia a bordo privacidade , nem garantia de integridade física – doenças , estupros , fome e sede eram riscos inerentes à viagem , sem contar o perigo de acidentes”. RAMOS, Fábio Pestana . Os apuros de navegantes. História Viva, n. 68, p. 60 , jun. 2009 .
O texto menciona aspectos curiosos e importantes da conquista européia da América . Sobre as viagens mencionadas no texto, podemos afirmar que:
a) as pessoas que aceitavam embarcar nos navios que partiam em direção ao Novo Mundo eram predominantemente miseráveis o que explica a pobreza da população nas colônias.
b) os escravos eram arregimentados na África para trabalhar nos navios que cruzavam os oceanos e para manter , dessa forma , um mínimo de organização e ordem a bordo .
c) as navegações ultramarinas , apesar de todos os inventos técnicos e da racionalidade que impulsionavam , tinha, caráter aventuresco e comportavam inúmeros riscos.
d) nobres e pobres misturavam-se nos navios , sem que houvesse qualquer distinção social , o que explica a democracia racial e social implantada nas terras conquistadas.
e) as mulheres da nobreza que atravessavam o Atlântico conheciam os perigos da viagem e, por isso, levavam armas para que pudessem se defender de ataques a bordo .
2 UNESP JULHO 2010 EXPANSÃO COLoNIAL
Nas Grandes Antilhas, alguns anos após a Descoberta da América, enquanto os espanhóis enviavam comissões de investigação para indagar se os indígenas possuíam ou não alma, estes últimos dedicavam-se a afogar os brancos feitos prisioneiros para verificarem através de uma investigação prolongada se o cadáver daqueles estava ou não sujeito à putrefação. Esta anedota simultaneamente barroca e trágica ilustra bem o paradoxo do relativismo cultural: é na própria medida em que pretendemos estabelecer uma discriminação entre as culturas e os costumes, que nos identificamos mais completamente com aqueles que pretendemos negar. Recusando a humanidade àqueles que surgem como os mais ‘selvagens’ ou ‘bárbaros’ dos seus representantes mais não fazemos que copiar-lhes suas atitudes típicas. O
bárbaro é em primeiro lugar o homem que crê na barbárie.(Claude Levi-Strauss. Raça e História, 1987.)
Considerando o texto do antropólogo Levi-Strauss, responda se os critérios que definem o grau de progresso de determinada civilização ou cultura são absolutos ou relativos. Explique o conceito de “bárbaro” para o autor e indique as implicações de seu pensamento para a analise da justificação ideológica da dominação da civilização ocidental sobre outras civilizações na historia.
3 MACKENZIE JULHO 2010 EXPANSÃO MARÍTIMA SÉCULO XV
“Desde cedo, aprendemos, em casa ou na escola, que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral, em abril de 1500. Esse fato constitui um dos episódios da expansão marítima portuguesa, iniciada em princípios do século XV. Para entendê-la, devemos começar pelas transformações ocorridas na Europa Ocidental, a partir de uma data situada em torno de 1150.”
Boris Fausto. História do Brasil
Entre as transformações citadas no texto, e que se encontram entre as causas da expansão marítima européia no século XV, podemos, corretamente, citar
a) o conflito religioso resultante da Reforma na Europa, o que fez com que missionários luteranos desembarcassem na América Ibérica, convertendo milhares de nativos a fé protestante, em detrimento do Catolicismo.
b) o estudo das atividades marítimas e técnicas de navegação desenvolvidas na Espanha medieval, principalmente em relação à exploração do litoral africano, o
que fez deste pais o pioneiro na navegação do Oceano Atlântico no século XV.
c) a precoce centralização do poder na Inglaterra garantida pela união da monarquia plantageneta com a rica burguesia comercial –, possibilitando, aos ingleses,investimentos na compra de navios portugueses entre os séculos XIII e XV.
d) a permanência do “espírito cruzadista” na Península Ibérica, o que fez com que Portugal e Espanha estivessem empenhados na luta contra os “infiéis” no
Oriente Médio, atrasando em dois séculos (XIV-XVI) a Expansão Marítima Ibérica.
e) a contradição entre o crescimento populacional nesse período e a baixa produção feudal, gerando a necessidade de se procurar novas áreas geográficas para exploração européia, aumentando, assim, a quantidade de recursos materiais e alimentícios na Europa.
4. Considere o texto a seguir:
Deus criou essas gentes infinitas, de todas as espécies, mui simples, sem finura, sem astúcia, sem malícia, mui obedientes e mui fiéis a seus Senhores naturais e aos espanhóis a que servem; mui humildes, mui pacientes,mui pacíficas e amantes da paz, sem contendas, sem perturbações, sem querelas, sem questões, sem ira, sem ódio e de forma alguma desejosos de vingança.
(LAS CASAS. Frei Bartolomeu de. O Paraíso Destruído. A sangrenta historia da conquista da América Espanhola. Porto Alegre: L&PM Editores S/A, 1996. p. 24.)
4 FATEC JULHO 2010 E COLONIZAÇÃO ESPANHOLA
Frei Bartolomeu de Las Casas foi um importante observador e defensor das populações indígenas das terras recem-descobertas. Sobre esse período, séculos XVI e XVII, e sobre o texto e correto afirmar que na América espanhola,
a) empregou-se o sistema de capitanias hereditárias, que consistia em grandes extensões de terras entregues a particulares que se encarregariam de promover seu povoamento e de catequizar os povos indígenas que, segundo Las Casas, facilmente se converteriam.
b) adotou-se o sistema de sesmarias, lotes de terras que deveriam ser desenvolvidos economicamente pelos colonos espanhóis, e nessas terras trabalhariam os povos indígenas que, na visão de Las Casas, eram pecadores contumazes.
c) utilizou-se o sistema de governadores-gerais, escolhidos e nomeados diretamente pelo rei, e que deveria se incumbir da defesa militar contra os indígenas que, segundo Las Casas, eram responsáveis por atitudes violentas.
d) aplicou-se o sistema de mita, em que um grupo de ameríndios era entregue aos colonos espanhóis para construir moradias e igrejas, esses indígenas, apesar de serem violentos, aos olhos de Las Casas, davam bons trabalhadores.
e) usou-se o sistema da encomienda, em que o encomendero tornava-se beneficiário do trabalho forcado dos indígenas, em troca de, em principio, prestar assistência religiosa e material a esses nativos que, segundo Las Casas, eram desprovidos de todo pecado.
5 UNESP JULHO 2010 RENASCIMENTO
A arte renascentista e uma arte de pesquisa, de invenções, inovações e aperfeiçoamentos técnicos. Ela acompanha paralelamente as conquistas da física, da matemática, da geometria, da anatomia, da engenharia e da filosofia. (Nicolau Sevcenko. O renascimento. São Paulo: Atual, 1985.)
(Filippo Brunelleschi, Igreja de San Lorenzo (interior), Florenca, c. 1421.)
(Michelangelo Buonarroti, Biblioteca Laurenziana (sala), Florença, construída entre 1523 e 1525.)
A partir do texto e das imagens, caracterize a concepção artística do Renascimento e sua relação com o Humanismo difundido no século XV.
UNESP
6 FGV JULHO 2010SOCIEDADE DO ANTIGO REGIME
A denominada Sociedade do Antigo Regime, tipo de organização social peculiar a maior parte da Europa, na Idade Moderna, teve como característica jurídica
principal:
a) A tributação exclusiva das camadas mais pobres, formadas por artesãos, servos e pequenos proprietários.
b) O principio da desigualdade, com o estabelecimento de direitos e privilégios de acordo com a posição social de seus membros, definida por nascimento.
c) O desenvolvimento de uma cultura correspondente aos valores da burguesia, que adaptou o poder, a arte, a ciência e a filosofia aos ideais de trabalho e geração de riquezas.
d) A monarquia absolutista, consolidada com base no poder econômico da alta burguesia, a adoção do parlamentarismo constitucional e a implementação dos
direitos fundamentais do cidadão.
e) A tolerância religiosa e a elaboração de leis que estabeleceram monarquias laicas que coibiram perseguições religiosas e políticas.
7 UNESP JULHO 2010 GALILEU E A INQUISIÇÃO
Em 19 de fevereiro de 1616, o Santo Ofício passou aos seus teólogos as duas proposições que resumiam o núcleo da questão para que fossem examinadas. As duas proposições eram as seguintes: a) ‘Que o Sol é o centro do mundo, sendo conseqüentemente imóvel de movimento local’. b) ‘Que a Terra não está no centro do mundo nem é imóvel, mas move-se por si mesma’. Cinco dias depois todos os teólogos de acordo, sentenciaram que a primeira proposição era tola e absurda em filosofia e formalmente herética, enquanto contrastava com as sentenças da Sagrada Escritura em seu significado literal e segundo a
exposição comum dos Santos Padres e dos doutores em teologia.
(Reale e Antiseri. História da Filosofia, 2000. Adaptado.)
O texto descreve os motivos que levaram a condenação do filosofo Galileu Galilei por uma instituição religiosa.
Responda qual foi à instituição que o condenou e explique os motivos dessa condenação.
8 UNESP JULHO 2010 JOHN LOCKE
Segundo John Locke, filosofo britânico do século XVII, a mente humana e como uma tabula rasa, uma folha em branco na qual a experiência deixa suas marcas.
Responda a qual escola filosófica ele pertenceu e explique duas de suas característica
9 UNESP JULHO 2010 REV. INDUSTRIAL
Este considerável aumento de produção que, devido à divisão do trabalho, o mesmo número de pessoas é capaz de realizar, é resultante de três circunstâncias diferentes:primeiro, ao aumento da destreza de cada trabalhador;
segundo, à economia de tempo, que antes era perdido ao passar de uma operação para outra; terceiro, à invenção de um grande número de máquinas que facilitam o trabalho e reduzem o tempo indispensável para o realizar, permitindo a um só homem fazer o trabalho de muitos.
(Adam Smith. Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações (1776), in Adam Smith/Ricardo. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1984.)
O texto, publicado originalmente em 1776, destaca três características da organização do trabalho no contexto da Revolução Industrial:
a) a introdução de maquinas, a valorização do artesanato e o aparecimento da figura do patrão.
b) o aumento da mercado consumidor, a liberdade no emprego do tempo e a diminuição na exigência de mao de obra.
c) a escassez de mao de obra qualificada, o esforço de importação e a disciplinarizacao do trabalhador.
d) o controle rigoroso de qualidade, a introdução do relógio de ponto e a melhoria do sistema de distribuição de mercadorias.
e) a especialização do trabalhador, o parcelamento de tarefas e a maquinizacao da produção.
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