Em Memória de Huberto Rohden:
Ética
Paulo Nunes Batista*
Armei tocaias para mim no coração da noite imensa
E à espera estou aqui de uma grande e alta surpresa.
Não me espanta saber vir a ser minha presa:
Afinal, que sou eu mais que uma coisa que pensa?
Sofro – e sempre sofri – a Divina Presença
Que transforma num bem toda a amarga Tristeza.
E vivo na ilusão de alcançar a Certeza,
A Certeza do Amor que elimina a Descrença.
Não posso ser feliz sem viver a Bondade.
Ética para mim chama-me Felicidade,
Nem pode haver um Céu sem a Paz da Moral.
Se devo suportar o mundo imundo e egoísta,
Quem sabe cairei na armadilha altruística
Onde me aguarda Deus, a antítese do Mal?!...
Anápolis, 29-XI-2002.
*Paulo Nunes Batista 77 anos - é poeta popular e erudito e escritor.; autor de vários livros (em poesia e prosa) e inúmeros cordéis, folhas volantes e ABCs. Paraibano, descendente de uma família paraibana, de grandes poetas e repentistas, radicado em Anápolis-Go há quarenta anos. Já morou em diversas capitais brasileiras, batalhando a vida. Antigo militante do PCB de 1946 a 1952, chegou a ser preso, hoje espírita. Formado em Direito. Pertence a Academia Goiana de Letras, em cuja posse, fez o discurso rimado. Tem publicações espalhadas pela imprensa do país e em Portugal, onde já representou o Brasil no cordel.
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