Eita mininu danado
Esse ardiloso Coadim
Que só veve azucrinando
O pobre do Manezim
Só diz mentira o petiz
Vai ter crescido o nariz
É pinóquio curumim.
Num sabe nada de mim
Pra dizer tanta mentira
Esse moleque atrevido
Apanha de macambira
Sou Manezinho de icó
Ele é cheirador de pó
Só no biscate se vira.
Acho até que é qualira
Dizem à boca miúda
Vive a bater carteira
Pra sustentar manteuda
Esse bugre pichulé
Nunca larga do meu pé
Querendo que eu lhe acuda.
Sua conversa nunca muda
Faz sempre o mesmo refrão
Fala que sou desonesto
Chamando-me de ladrão,
Mas ladrão é quem me chama
E cavalo é quem lhe ama
Comendo capim no chão
Garoto da perdição
Uma espécie de capeta
Cara sem eira nem beira
Além de alcoólatra é fumeta
Na vida é caso perdido
Nem devia ter nascido
Sorrindo só faz careta.
Minha vida é uma retreta
A do coadim é draga
Quando não é na entrada
Lá na saída ele caga
Mas deve gostar de mim
Ou não falava assim
Mesmo sendo uma chaga.
Apesar de ser a praga
Eu gosto do Coadinho
Porque sabe cordelar
É pato, mas é bonzinho!
Seja bem vindo fiote
Sou cobra, cê é caçote!
Que atravessa meu caminho.