Na baia do rio é canoa que valsa silenciosa entre os mururés nas nossas ruas mais antigas, igarapés. É pescador revolvendo com o remo a paz do horizonte expandido.
É dia no céu, a lua ainda faz serenata, enquanto a brisa doce farfalha as palmeiras do açaizeiro e a flor do tajá, que da noite passada ainda guardava o orvalho no colo.
Índia mãe banha nas águas do amazonas sua cria, mãe negra mulata lava roupa do suor da terra que alimenta os filhos e que ergue a moradia. Enquanto no alto das mangueiras o sabiá em par de cantoria com o coleira faz a vida que é essa poesia.
Enquanto confidente o progresso anuncia o clarão escuro de suas pesadas mãos no horizonte límpido, o rio, o céu, a índia e poesia versam harmonia de um paraíso que já hoje só existe por aqui.