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Poesias-->Sentido -- 30/07/2000 - 11:39 (Rodrigo Teles Calado) |
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Houve um tempo
Em que em tudo se podia enxergar brilhos
Mas hoje,
Hoje de mais nada nascem frutos.
Com que objetivos pode-se contar?
Não se tem nada
Porque o nada é tudo
O nada é o fim
O nada é a perfeição
O nada é a inércia
O nada é o destino
O nada é o imperativo
O nada é de onde advém a cor
O ânimo
A contagem regressiva
O regresso descontado
Do nada pode-se contar
Todos os segundos
Todo o infinito
Se não se tem razão
Se não se quer razão
Se não se parasita razão
Se se tem pena de parasitar a pseudo-razão de alguém
Quando não se tem nada mais.
Quando se é perfeita
Por não se ser nada
Que é vida
Senão a antecipação da morte
Que é o amor
Senão a encruzilhada da perda?
Vivências vazias
Saliências do nada?
Se de meu couro pudessem brotar respostas
Teria prazer em ser dicionário. |
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