o homem que eu amei
tinha doçura
uma mansidão reta
e mãos duma sede perfumada.
o homem que eu amei
enfrentaria o mundo
para tecer comigo
a teia da madrugada.
hoje, é seu espectro que me busca
- como um fantasma amargo.
voou para o inferno,
sua alma perdeu as asas
e busca a minha alegria
para aplacar suas dores,
iluminar o seu dia.
eu me escondo da agonia,
busco sabores, perfumes,
meu verso, lume, sorrisos.
no jardim da minha vida
encontro mil coisas boas,
até a lembrança dele,
bons momentos, poesias.
mas não esperem de mim
qualquer compaixão doentia.
a vida é festa, é luta,
o sol todo dia me diz
- sorri, menina, sorri.
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