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| Cartas-->Sou quase pura pra você. -- 13/09/2002 - 22:48 (Aline Dremir) |
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Sou quase pura pra você.
Não me passe essa tua língua
Com gosto de inferno
Ela me deixa louca
Perdida na madrugada.
Se você me lambe assim
Eu morro de cócegas,
Será tesão enrustido
Não distingo emoções.
Sinto febre no teu toque
O prazer do teu membro
O pecado ao teu lado
Teu cheiro é inconfundível.
Nada me livra de você
É um amor de carne e pele
É uma fumaça colorida
Uma loucura indescritível.
Você me envolve tanto
Sinto-me tão frágil
Sufocando de prazer
Oprimida nos teus braços.
Bebo-te em conta gotas
Sou uma orquídea delicada
Que irradia sabor
Enroscada nos teus pêlos.
Posso te matar agora
Posso morrer de solidão
Minha rosa de Hiroshima
Não é letal nas madrugadas.
Nas noites que me traspassa
Tira-me toda a pureza
Faz-me de prenda
Para teu deus da devassa.
Quando sou a lua e ilumino
Em raios de ouro clareio
Joga-me na escuridão
Para que eu possa voar no escuro.
Todo dia sou virgem
Sou toda pura e ingênua
Sou como pétala de rosa
Espero orvalho nos teus beijos.
Aline Dremir.
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