Última Esmola:
Autor: Paulo Nunes Batista
A sombra fugidia de uma asa
Passa na manhã clara. Longamente
Fica a voar talvez na alma da gente
Qual folha ao vento além de nós, da casa.
No céu azul o Sol vermelho é brasa
E a manhã de verão se faz mais quente.
A vida nos parece tão somente
A água de um rio que a rolar se atrasa.
A Música se esvai na Natureza
Como o rebrilho de uma estrela acesa,
Que a gente sabe que se apaga um dia.
Resta, como a ilusão que nos consola,
Por dádiva do céu e última esmola
Esse mistério alado da Poesia.
Anápolis, 3/11/02
Notícia Rápida sobre Paulo Nunes Batista:
Paraibano radicado em Goiás (Anápolis), morou em cerca de vinte cidades do Brasil, inclusive nas maiores capitais (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, além de Goiânia e João Pessoa), exercendo atividades desde cobrador de ônibus, trabalhador braçal até jornalista e professor, sendo aposentado do Fisco de Goiás, onde ingressou por concurso público.
Militou no PCB de 1946 a 1952, época em que foi preso político em São Paulo, como redator que era do diário HOJE, arbitrariamente fechado por um IPM. Nunca foi torturado, mas assistiu à tortura de preso quando de sua outra prisão, em Recife. Como jornalista vem denunciando e protestando contra sevícias a presos, políticos ou comuns. Vem há muitos anos publicando artigos, crônicas, reportagens e poesias na imprensa de Goiás, do Brasil e de Portugal.
PNB é autor de seis livros e mais de 140 folhetos de cordel, editados a partir de 1949. Em 1961 tornou-se espírita e vem colaborando na imprensa doutrinária desde então. Tem vários outros livros prontos para publicar (O Cordel Iluminado, Cantos de Pedra e de Flor etc) e continua produzindo. É formado em Direito.
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