De qual luz nasceste?
O que embala a tua força?!...
Se a estrada do exílio errante que andastes teus pés era pedregosa.Como podes ainda amar passando do amargo azedo ao agonizante medo, ouvindo da casa alheia desaforos, adormecendo os olhos, sob infortúnios.
E por tantas noites consumir-se em saudades, em tristezas, em solidão.
Se fosse só a tua penuria, se fosse apenas os teus gritos de dor a rasgar setembro, de certo que era mazoquismo.
Contudo tem ventre, tem verbos no mundo miserável.O alívio das pernas, a errata da vida, esperança simplória, significado único da história.
Mas que fez aumentar o peso da cruz,
A ferida nas costas e o brado tornou-se doído, pois em par nas horas, partindo o inibido, era mais que o mais... Eram gemidos.
Como podes sentir nas mãos o sangue adormecido do filho há pouco parido. O sofrimento em alta, ainda não convencido, de toda sorte humilhação, tristezas de morte, penúria, penúria.
Ainda encontrar na mortalha abrigo de lenço adormecido, pra enxugar às lágrimas de um amor, a um homem enlouquecido.
Homem,
Que sob as veste de um deus do mal
Deu-te de beber fel, quando querias um beijo.;
Deu-te de comer o sal, quando querias um carinho.;
deu-te o exílio, quando querias ouvir da boca rugosa, o verso meigo, de um sentimento aquecido.
Homem,
Que os sonhos apagou,
Que o filho não legitimou,
Que a dedicação não adiantou. E que agora, esse mesmo homem, implora na porta o teu mais sensato amor, tantas e tantas vezes, por ele desprezado.
Como podes mulher, ao homem de teu pecado servir. Sá não basta o mal nosso de cada dia. |