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Artigos-->NLM - O Início da Jornada -- 29/01/2002 - 11:56 (Marcel Agarie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O INÍCIO DA JORNADA



Ponto de partida: Minha casa

Destino: Estação Carrão



Todos os dias são sagrados, 6:30hs, é hora de levantar. É mais uma segunda-feira de trabalho, aquela preguiça por todo o corpo. Sempre fui muito dorminhoco, ainda mais de segunda-feira, por isso nunca consegui acordar muito cedo, mas para tentar enganar o tempo, comecei a deixar o relógio adiantado 20 minutos. Nunca deu muito certo, pois minha visão enxergava 6:30hs no relógio, mas a minha mente sabia que ainda eram 6:10hs e dava para cochilar mais 20 minutinhos. A verdade é que eu sempre precisei acordar cedo para trabalhar, mas nunca consegui essa tal façanha dentro do horário, eu sempre acordava uns 15 minutos depois do horário previsto, causando aquela correria, pois ainda precisava me arrumar para seguir rumo ao batente.

Por acordar – sempre – 15 minutos atrasado, consegui alguns recordes mundiais, que infelizmente não foram reconhecidos pelo Guinnes Book (livro dos recordes), pois eu acordava as 6:43hs e as 7:04hs eu já tinha tomado banho, escovado os dentes, colocado a roupa, o sapato, me perfumado, penteado o cabelo (nem sei porque eu os penteava, já que meus cabelos são ruins), tomado café e arrumado as minhas coisas para seguir rumo ao Metrô.

Contando que da minha casa até o Metrô Carrão demoram meia hora, eu já estava 4 minutos atrasados, pois precisava chegar na plataforma para pegar o Metrô até às 7:30hs, bem na hora em que passa um Metrô vazio (menos cheio), que vem da estação Penha (nos horários de pico, o Metrô envia trens vazios para as estações que estão mais cheias e sempre neste horário, é enviado um para a estação Penha, que em seguida passa pela estação Carrão, bem mais vazio do que os trens que vem de Itaquera). Os 4 minutos tinham que ser eliminados nas passadas, que mais pareciam um cooper, isso quando eu não encontrava algum amigo pela rua que me parava para conversar. Não que eu não quisesse papear, mas seriam mais 3 minutos perdidos (amigos não me levem a mal!). Agora era preciso ligar o turbo e ir a passos parecidos com os dos quenianos na corrida de São Silvestre para chegar a tempo, pois você não sabe (ou sabe) como é pegar o Metrô cheio, lotado, parecendo uma lata de sardinha. Não é nada fácil.

Para ajudar, diversas vezes eu chegava nas escadas rolantes que davam acesso às catracas e elas estavam desligadas. Com certeza isso era obra de algum moleque engraçadinho que havia passado por lá e dado um chute na entrada/saída do corrimão para fazer a escada parar, só voltando a funcionar quando algum funcionário bondoso deixa o que está fazendo e se move até a escada para liga-la, o que podemos dizer, em meio ao horário de pico, é quase uma missão impossível. Para quem não sabe, com um chutezinho leve ou um pequeno toque no local por onde sai o corrimão, a escada para de funcionar na hora (olha que texto didático estou escrevendo), nunca soube o porque, mas tenho a certeza que esta tática funciona, pois quando eu tinha os meus 15 anos, cansei de fazer isso e hoje estou pagando pelos meus pecados.

Depois de ter que subir as escada rolante andando, ou melhor, correndo, chego ao topo e sempre dou mais uma olhada no relógio e quando os meus cálculos estão certos, preciso ter ainda 5 minutos, no mínimo, para ainda poder chegar com o tempo apertado na plataforma e pegar o trem que vem – menos cheio – vazio. Outro detalhe. Tenho que torcer também para as catracas do Metrô estarem vazias, caso contrário, pode esquecer.

Como o exemplo que estou dando é de uma segunda-feira, tenho a certeza absoluta que as catracas estarão cheias, lotadas e com no mínimo umas 50 pessoas em cada catraca (sem exageros). E lá se vai o Metrô das 7:30hs, sentido Barra Funda, sem sequer saber dos passageiros que lutam para conseguir viajar em seus vagões. O jeito é virar sardinha mesmo e pensar que são apenas algumas estações. Para consolar, é bom saber que o Metrô Paulistano é de longe hoje, o melhor meio de transporte público que existe, não só de São Paulo, mas de todo este imenso Brasil.



(Este texto faz parte do livro "NAS LINHAS DO METRÔ - MARCEL AGARIE)
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