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Artigos-->A COMPRA DE AVIÕES DE CAÇA -- 30/03/2010 - 08:06 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A COMPRA DE AVIÕES DE CAÇA



Edson Pereira Bueno Leal, março de 2010, atualizado em dezembro de 2013.



Devido ao fato da FAB ter de aposentar os Mirage , em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso abriu o programa FX. F de , fighter, caça em inglês e X, pela incógnita da escolha.

Disputava a preferência na época o Mirage 2000 francês, o Sukhoi 35 russo e o Gripen sueco.

Sob muita pressão, FHC deixou a decisão para Lula que suspendeu o programa em 2003 e o cancelou em 2005.

Em 2008 , o programa foi reaberto como FX-2 e agora com três aviões , o Rafale , o F-18 e o Gripen. A Rússia ficou de fora.

Em 7 de setembro de 2009, o presidente Lula em encontro com o presidente france Nicolas Sarkozy , anunciou que o Brasil escolheu comprar 36 aviões de combate Rafale , produzidos pela francesa Dassault , operação no valor de US$ 4 bilhões .

A notícia surpreendeu à Força Aérea . A americana Boeing e a sueca Saab que disputavam com a empresa francesa a fase final da compra depois de onze anos de análises , ainda respondiam às dúvidas da Aeronáutica e negociavam preços e condições com o ministro da Defesa . Havia a expectativa de que a escolha só se desse no fim de outubro , quando terminassem as conversas diplomáticas e os testes militares .

O anúncio precipitado de Lula causou reação da embaixada americana que divulgou nota afirmando que a Boeing fará nova oferta e não abre mão de participar das negociações . Os militares se sentiram negligenciados na escolha O brigadeiro Juniti Saito , comandante da Aeronáutica , pensou em pedir demissão , mas foi persuadido por Nelson Jobin qe , para contornar a lambança de Lula, emitiu nota no dia seguinte para explicar que a compra ainda não estava fechada . ( Veja, 16.09.2009, p. 76) .

Como assinala J. R. Guzzo , “seria difícil encontrar na vida pública brasileira , alguém tão convencido quanto Lula da sua própria superioridade ; acha que cabe a ele ou a seu governo , sem a menor dúvida , tudo o que existe ou pode existir de bom neste mundo , da descoberta do pré-sal , à invenção do ovo frito . Como já observou o poeta Ferreira Gullar , é um dos grandes mistérios da nossa história saber como o Brasil conseguiu sobreviver sem Lula durante os primeiros 502 anos de sua existência . “ ( Veja, 16.09.2009, p. 186).

A opção do Rafale é a mais cara , custo de R$ 254,8 milhões cada avião que opera desde 2004 , mas tem 75 unidades vendidas apenas à França e tende a substituir toda a atual frota . E a fábrica que o produz , a Dassault está em crise .

O F-18 custa R$ 182 milhões e é o avião mais usado em todo o mundo e considerado o melhor custo-benefício do mercado e que tem a tecnologia mais consolidada .

O Gripen da Saab é o mais barato, R$ 127,4 milhões , mas é um projeto em desenvolvimento e que ficará pronto em 2014 , mas terá uma tecnologia pelo menos dez anos à frente dos outros dois concorrentes . .

O vice-ministro de Defesa da Suécia , Hakan Jevrell , disse em 17 de setembro em Brasília que a proposta da fábrica Saab para a renovação da frota da FAB é montar os 36 aviões Gripen NG no Brasil com 40% de componentes nacionais , sobretudo da Embraer . Segundo ele , isso garante um preço , tanto do produto quando de operação , igual a metade do oferecido pelos concorrentes F-18 e Rafale . Os suecos ainda oferecem compensação , não só de 100% mas de 150% do preço do avião para investimentos em projetos e parcerias no Brasil . Isso inclui a construção de um “centro de desenvolvimento” para montar o Gripen NG no Brasil e daqui vendê-lo para a América Latina e outros mercados onde a Embraer já atua , ou seja, a Saab se dispõe a dividir mercados com a Embraer . ( F s P , 18.09.2009 , p. A-11) . a Embraer ainda poderá fornecer as peças de todos os Gripen vendidos pela Suécia para todo o planeta .

Em 24 de setembro dois caças franceses Rafale caíram no mar Mediterrâneo , a 30 km da cidade de Perpignan . Os aviões estavam em missão de treinamento e haviam decolado do porta-aviões francês Charles de Gaulle . ( F S P , 25.09.2009 , p. A-4) .

Lula aproveitou em setembro um dos vôos para o exterior para ver um filme de cinco minutos da Saab, em português , sobre o Gripen NG . O filme foi “contrabandeado” para Lula por oficiais da Aeronáutica que vêem vantagens no Gripen por ser um projeto em desenvolvimento que já conta com a participação de técnicos brasileiros .Pilotos do país já voaram no “demonstrador do conceito”, uma espécie de prévia do avião .Representantes da Saab reclamam que o ministro Nelson Jobim , principal responsável pela condução do processo , visitou as instalações militares da França , dos EUA e até da Rússia ( cujo Sukkoi foi desclassificado), mas não foi às da Suécia .( F S P , 3.10.2009, p. A-11) .

Segundo Nelson Jobim “ O que queremos é a capacitação nacional . Um dos objetos da análise do FX é qual dos três concorrentes terá a autorização de seus países para fazer a transferência sem nenhum segredo ao Brasil . Onde houver restrições , está descartado .. Você pode ter um aparelho 5% ou 10% superior ao outro em termos operacionais , mas que não transfira tecnologia , está descartado . ( F S P , 9.102009 , p. A-11) ,

Em 26 de novembro de 2009 o Ministro da Justiça Nelson Jobim , disse que pediu à FAB que não indicasse um vencedor em sua avaliação técnica dos concorrentes ao fornecimento de 36 novos caças ao Brasil . Afirmou por meio de sua assessoria que “ a expectativa é de que o relatório venha conforme solicitado , mas independentemente da forma, o que vale é a avaliação final feita pelo Presidente da República”. ( F S P , 27.11.2009, p. A-4) .

Em dezembro de 2009 , vazou o relatório produzido pelos militares que escolheram o Gripen , que com apoio sigiloso da Embraer, concluíram que os aviões escolhidos constituem o melhor negócio porque são mais baratos , mais eficientes , gastariam menos quando fosse à oficina e, sobretudo , permitiriam a transferência integral de alta tecnologia á Força Aérea e à Embraer . ( Veja, 13.01.2010 , p. 62) .

Sobre a preferência de Lula pelos caças franceses, JR Guzzo assinala “ Qualquer manual de instruções sobre o bem exercício da chefia, mesmo os que não são lá nenhuma obra-prima , traz sempre uma regra clara . Toda vez que o chefe diz ‘aqui quem manda sou eu’ , cuidado – é sinal que alguma coisa está errada , para ele, para os subordinados, ou para ambos . Quem manda de verdade não precisa ficar dizendo isso ; se diz, é porque acha que não está mandando como gostaria, ou , pior ainda , pe porque os outros não acreditam que mande mesmo , a começar pelos que deveriam obedecer as suas ordens. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva , nestes últimos tempos , está começando a falar muito que quem manda é ele . Por que será ? Aconteceu mais uma vez na semana passada, agora em relação a essa esquisita história dos 36 jatos que o Brasil quer comprar , mas parece não estar conseguindo, para renovar a frota de caças da Força Aérea Brasileira .

... Lula e os cérebros internacionais do governo estão convencidos de que a compra do avião francês é fundamental para os seus projetos de reorganização geopolítica do planeta . O diabo é que a Aeronáutica brasileira , a quem cabe voar com os jatos , preparou um relatório técnico , no qual fica claro , ... que o modelo com mais vantagens é o sueco . Pronto: o presidente ficou bravo, partiu para um ‘ aqui quem manda sou eu’ e avisou que a FAB vai comprar , no fim das contas , o modelo que ele achar melhor”. ( Veja, 13.01.2010 , p. 126) .

Segundo notícia divulgada pela Folha de São Paulo em 4 de fevereiro , o presidente Lula e o ministro Nelson Jobim decidiram a favor do caça francês Rafale . A decisão teria sido tomada depois que o fabricante , Dassault reduziu de US$ 8,2 bilhóes , para US$ 6,2 bilhões o preço final do pacote de 36 aviões para a FAB . Mesmo assim os caças franceses continuam com preço muito superior ao dos concorrentes . A proposta do modelo sueco Gripem NF foi de US$ 4,5 bilhões , e os do F-18 Super Hornet americanos , de US$ 5,7 bilhões . ( F s P , 4.2.2010, p.A-4) .

No dia seguinte , o ministro da Defesa , Nelson Jobim , negou que o governo tenha escolhido o Rafale . “Não está definida a compra dos caças , o procedimento está em andamento no Ministério da Defesa . A notícia não tem fundamento “. Segundo a Folha, a negativa do ministro é protocolar , confirmando que a decisão já ocorreu . ( F s P , 5.2.2010, p. A-6).

Surpresos pela negociação direta do governo brasileiro com a fabricante francesa Dassault , os concorrentes na disputa pelo fornecimento dos novos aviões da FAB reclamam o direito de oferecer novos preços para seus aviões . Bengt Janér, diretor da sueca Saab no Brasil afirmou “ Ficamos surpresos , mas ainda esperamos o resultado final. Se houver a possibilidade , gostaria de poder oferecer preço ainda mais baixo . Estamos dispostos a isso . Sempre trabalhamos com o preço apresentado na revisão das propostas em outubro . Não tivemos mais contato com a FAB depois disso”.

Para o representante da Boeing , Mike Coggins, “pareceu algo estranho” a França ter negociado com o Brasil após a entrega das propostas finais à FAB em outubro . “Sempre tivemos a mesma oportunidade , mas , se isso for possível, nós estaremos muito felizes em conversar com o governo “. ( F s P , 5.2.2010, p. A-4) .



A OFERTA AMERICANA



Um recado de forma diplomática e discreta foi enviado pela delegação que prepara a visita da secretária de Estado , Hillary Clinton ao Brasil . Os EUA sugeriram que uma eventual seleção do Boeing F-18 , facilitaria a negociação para a compra de cerca de 200 Super Tucanos da Embraer por Washington um negócio de US$ 2 bilhões, ao preço de US$ 10 milhões por avião . . ( F S P , 27.02.2010, p. A-10) .

Carta da Boeing em carta enviada em novembro de 2009 ofereceu um seguro para a transferência de tecnologia . O Ministro da Defesa , Tom Jobim , após aula magna na Escola de Guerra Naval comentou a oferta “ Na hipótese de não haver transferência de tecnologia ofereceram o pagamento de 5% do valor da tecnologia a ser transferida . O que de um lado é interessante , mas de outro também é demonstração de que a própria Boeing não tem segurança . Porque o governo americano tem várias agências que decidem , inclusive o Congresso , que tem de aprovar essas transferências . O Congresso lá é muito forte”. ( Estado de São Paulo , 6.3.2010, p. A-10) .



JOBIM ESCOLHE OS RAFALE



O Ministro da Defesa Nelson Jobim mandou de volta aos militares um relatório sucinto, desqualificando as possibilidades de transferência de tecnologia tanto do caça sueco quando do norte-americano F-18 e afunilando a escolha para o francês Rafale .

A base da justificativa do ministro é que o F-18 é americano e o Gripen NG tem componentes dos EUA, como o motor , e ambos deixariam o Brasil vulnerável . Os EUA tem regras peculiares de transferência de tecnologia e já impediram a Embraer de vender os aviões Super Tucano à Venezuela por terem peças americanas .

Jobim desconsiderou os sete itens analisados minuciosamente pelos técnicos da Aeronáutica e se concentrou exclusivamente nas dificuldades de transferência de tecnologia . A FAB tinha colocado o Gripen NG em primeiro lugar , mesmo em “transferência de tecnologia”. Jobim dirá que os critérios de avaliação estratégica da FAB são anteriores à Estratégia Nacional de Defesa e, por isso , estariam defasados diante das prioridades estabelecidas pelo atual governo .

O comandante da Aeronáutica , Juniti Saito , argumentando que a avaliação de Jobim foi a partir de informações pinçadas do próprio relatório da FAB , respondeu ao ministro que o Alto Comando ( integrado pelos brigadeiros de mais alta patente) , nada tinha a opor . ( F s P , 20.03.2010, p. A-14) .



SUSPENSÃO DA COMPRA – DEZEMBRO DE 2012.



A presidente Dilma Rousseff em visita à França, anunciou em 11 de dezembro de 2012 que suspendeu o projeto de compra de caças por causa da crise econômica.

“Diante do aguçamento da crise , o governo recurou de uma decisão imediata. Esperamos que o Brasil cresça nos próximos meses para que possamos voltar com esse assunto à pauta prioritária”( F S P , 12.12.2012, p. A-16) .



OPÇÃO PELOS EUA CRESCE.



A Embraer tendia mais para os Gripen NG, devido à transferência de tecnologia, mas em junho de 2013 a empresa fechou um contrato para a venda de aeronaves para a Força Aérea norte-americana e cresce a possibilidade de opção pelos F-18.

Os Mirage da FAB saem definitivamente de operação em dezembro de 2013 e o último prazo que o Brasil pediu às empresas para que segurassem as condições do negócio vence em 30 de setembro, portanto o prazo de opção está chegando ao fim. ( Eliane Catanhêde, F S P , 6.6.2013, p. A-2) .



USO DOS F-5



O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, afirmou em 13 de agosto que os 46 caças F-5, comprados em 2006, para voar cinco anos, foram modernizados e tiveram a vida útil estendida, podendo substituir os 12 Mirage 2000 que deveriam deixar de ser utilizados desde 2011 e serão desativados em dezembro de 2012. “Não é o ideal , mas é o melhor possível”. O governo ainda não decidiu se vai comprar os 36 Boeing F-18, Dassault Rafale F3 ou Gripen NG, ao custo entre R$ 10 e 15 bilhões . ( F S P , 14.08.2013, p. A-8) .



BOEING



A Boeing teme que a revelação de que o governo brasileiro foi alvo de espionagem dos EUA, possa prejudica-la na concorrência para a compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira. A presidente da empresa no Brasil, Donna Hrinak, reuniu-se no final de setembro e começo de outubro de 2013 com dois ministros e solicitou uma audiência com Dilma Rousseff. Uma réplica da aeronave será exibida a empresários no Parque Tecnológico de São José dos Campos. ( Revista Veja, 9.10.2013, p. 50) .



SUKHOI -35



O governo brasileiro arrasta deste 1998 uma decisão para a compra de 36 caças para a FAB, negócio de 10 bilhões de reais que envolveu o Gripen sueco, o Rafale francês, o F-18 americano e o Sukhoi russo. O Sukhoi foi desclassificado ainda em 2003, por questões técnicas.

Na assinatura dos acordos de baterias , o ministro da Defesa da Rússia , Sergei Shoigu , sugeriu que o Brasil faça um leasing de unidades do Sukhoi-35 , a partir de janeiro de 2014, quando os doze Mirage da FAB, sairão de operação.

Segundo a Revista Veja, na Aeronáutica, reina um misto de descrença e pânico. A Venezuela comprou 24 Sukhoi e apenas seis estão em condições de voo. Os demais não saem do chão por falta de peças ,que levam até dois anos para serem entregues. Comprou também trinta helicópteros MI-35, dos quais seis já caíram e metade dos restantes está impedida de voar por problemas técnicos. O Brasil também comprou em 2008, doze helicópteros MI-35, para serem entregues em 2011, mas até agora só nove chegaram. Falta de peças já compromete a segurança de alguns equipamentos. Os russos tentaram fazer a Embraer assumir a responsabilidade pela manutenção dos helicópteros, mas a Embraer recusou com medo de ver a sua reputação manchada por algum acidente. Mário Iván Carratú Molina, ex-diretor do Instituto de Altos Estudos da Defesa Nacional da Venezuela faz a surpreendente afirmação:” O Brasil vai repetir o erro do meu país e por a vida dos seus militares em risco se insistir em comprar aviões com base em critérios políticos e não técnicos”. ( Revista Veja, 30.10.2013, p. 72) .



FRANÇA INSISTE NO RAFALE



O presidente François Hollande vem ao Brasil em 12 de dezembro de 2013, acompanhado de Éric Trappier, presidente da Dassault , fabricante do caça Rafale. Em missões recentes , como no Afeganistão, na Líbia e no Mali, o Rafael foi muito bem-sucedido em combate.

Está prestes a ser concluído um acordo de venda e produção de 126 Rafale para a índia, incluindo no final 100% de nacionalização do avião, com total transferência de tecnologia.

Benoit Dussaugey, vice-presidente da empresa afirmou “ O Rafale é inteiramente francês, o que permite a irrestrita transferência de tecnologia”, alfinetando seus concorrentes, o sueco Gripen, que possui componentes fabricados nos EUA , e o F/A-18, ambos dependentes do bom humor do governo americano.

A França tem a seu favor ainda a parceria com o Brasil na construção de submarinos e os EUA tiveram um forte revés político com as revelações de espionagem. ( F S P , 10.12.2013, p. A-8) .

O presidente francês em sua visita a Brasília agendou um “encontro privado”, com, o ex-presidente Lula . Além disso, trouxe em sua comitiva o presidente da Dassault , Éric Trapier, fabricante do Rafale. Lula foi o grande defensor do Rafale o que explica o encontro marcado por Hollande.É de se perguntar quem é o presidente do Brasil? ( F S P , 12.12.2013, p. A-2) .

Segundo a Folha de São Paulo, Dilma Rousseff disse ao presidente François Hollande que o Brasil não vai comprar da França os 36 caças do programa FX-2 da Aeronáutica. O entrave é o preço: ele custaria o dobro dos concorrentes – o F/A-18 Super Hornet , da norte-americana Boeing , e o sueco Gripen-NG. ( F S P , 14.12.2013, p. A-4) .



GOVERNO ESCOLHE O GRIPEN – DEZEMBRO DE 2013.



Após 12 anos de discussão e protelações, o governo brasileiro escolheu o sueco Saab Gripen NG como o novo caça padrão da FAB e o preferido da FAB.

Foram derrotadas propostas das gigantes e ex-favoritas na concorrência , Boeing (EUA) e Dassault ( França).

Serão 36 unidades do avião, 8 delas com dois lugares para treinamento a serem entregues entre 2016 e 2023 se o contrato for assinado ainda em 2014.

O negócio custará US$ 4,5 bilhões, menos que os US$ 6 bilhões oferecidos inicialmente pela Saab em 2008, que já fazia a proposta mais barata. O financiamento deve se estender até 2037. O preço do Boeing seria de US$ 7,5 bilhões e do Rafale US$ 8 bilhões.

Por ser um monomotor menor que os bimotores F-18 e Dassault Rafale, o sueco tem um custo operacional bem menor, de US$ 4 mil a hora, contra 10 a 14 mil do Boeing e do Rafale.

Além do preço, a proposta de transferência tecnológica convenceu a FAB desde 2009 quando ela colocou o Gripen como predileto. Para Juniti Saito “É o avião completo. Quando terminar o desenvolvimento, teremos propriedade intelectual. Saito prevê que 80% dos aviões sejam feitos no Brasil.

O NG é um protótipo desenvolvido a partir de duas gerações anteriores do Gripen que tem 225 unidades voando. O Boeing F 18 tem 122 unidades em operação e o Rafale 500.

O fato do avião ser um protótipo tem seus riscos, mas como é uma evolução de gerações anteriores, o risco é pequeno. O fato de não ter sido utilizado em ações de combate não é um problema para o Brasil pois o Brasil precisa de aviões para vigilância e defesa estratégica e o baixo preço e baixo custo de operação são grandes vantagens.

A participação do Brasil no desenvolvimento do avião, com acesso ao “know-how” é a grande vantagem, mas além do baixo custo o modelo tem a melhor relação peso/carga entre os concorrentes. A previsão mais ambiciosa da FAB é de que , a partir da quinta unidade, o avião comece a ser montado no Brasil , co nacionalização crescente que pode chegar a algo entre 60% e 80%.

O local para a montagem seria a Embraer, mas a Saab abriu uma unidade para fazer peças do Gripen em São Bernardo do Campo. Os americanos deram garantias contra embargos e isso favoreceu os suecos, pois o Gripen tem componentes dos EUA, como a turbina GE, idêntica à dos F-18.

Todavia é um avião que não tem experiência de combate, tendo feito apenas algumas missões de reconhecimento na Líbia em 2011. As versões atuais são operadas apenas por Suécia, Hungria, Rep, Theca, África do Sul e Tailândia. A Suécia e a Suiça terão o NG. O Reino Unido usa para treinamento. O modelo é monomotor e os concorrentes são bimotores. Por ser um projeto, pode haver problemas com prazos e fornecedores e dependência de outros países.

O Boeing F/A-18 E/F tem ampla experiência em combate, e vem sendo usado em todos os conflitos desde a primeira Guerra do Golfo em 1991. É operado por EUA e Austrália . Outros países operam a versão anterior , o F-18 Hornet.

Com a interrupção das negociações do Rafale em 2010, o lobby da Boeing foi fortalecido , com a ex-embaixadora americana no Brasil, Donna Hrinak á frente. Com a eclosão do escândalo da espionagem americana, o clima ficou em suspenso. Mas , Dilma tinha avisado ao vice-presidente americano Joe Biden , em 19 de julho de 2013 , que o F-18 seria anunciado como o vencedor na visita de Estado aos EUA , em 23 de outubro. Porém, as revelações posteriores de que a presidente Dilma Rousseff fora alvo da espionagem americana, fizeram com que ela desistisse do avião americano que era o preferido da Embraer. Em maio a empresa assinou com a Boeing um contrato inédito. A empresa americana se comprometeu a fazer campanha de vendas para o cargueiro KC-390 que está em fase final de produção pela Embraer. Mas a Embraer divulgou nota na qual diz que “ tem acordos de cooperação assinados com os três finalistas do processo de seleção e está à disposição do governo brasileiro no apoio à execução das contrapartidas industriais e tecnológicas previstas na proposta escolhida”.

O Dassault Rafale F-3 fez patrulhas e ataques limitados no Afeganistão e ataques na Líbia. É operado apenas pela França , e a Índia está negociando a compra de 126 unidades. Era o favorito no governo Lula que fez um pacote de compra de submarinos e helicópteros da França e assinou em setembro de 2009 e assinou uma intenção de comprar o Rafale, mas depois recuou diante da resistência da FAB. Mas a falta de apoio de Paris ao acordo patrocinado por Brasil e Turquia para a crise nuclear com o Irã em 2010, deixou Lula irritado e ele deixou a decisão para sua sucessora. ( F S P , 19.12.2013, p. A 4-6).

A FAB confirmou em 19 de dezembro que o Gripen será montado na Embraer a partir do momento em que sua linha de produção brasileira estiver estabelecida. Provavelmente a montagem será na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP).

O Brasil vai pedir à Saab , que sejam fornecidos de 6 a 12 aviões usados , enquanto os novos modelos não chegarem e para uso durante a Copa de 2014. O “tampão” , seria um Gripen da geração atual, o modelo C/D. A FAV vai desativar em 31 de dezembro os 12 Mirage 2.000 , comprados da França em 2005 e que haviam substituído os Mirage-IIIEBR com mais de 30 anos de uso. Enquanto os Gripen não chegam, o trabalho de vigilância do espaço aéreo será feito pelo antigo caça F-5, dos quais o Brasil possui 46 unidades modernizadas, mas o modelo visa o combate ar-ar. A interceptação em baixa velocidade, como acontece em aviões de traficantes, continuará a ser feita pelos turboélices Super-Tucano, dos quais a FAB tem 99. ( F S P , 20.12.2013, p. A-6) .





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