Usina de Letras
Usina de Letras
188 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62272 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10381)

Erótico (13573)

Frases (50664)

Humor (20039)

Infantil (5452)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6206)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Infantil-->O PEQUENO MASCOTE -- 05/04/2002 - 12:47 (LINDAMAR C. CARDOSO DE MELLO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O PEQUENO MASCOTE

Certo dia, depois de uma atitude impensada, uma displicência, maldade ou simplesmente uma falta de informação, uns rapazes, após terem acampado, durante um lindo fim de semana, provocaram o maior incêndio, já visto nessa região...

Eles tiveram um fim de semana fenomenal, calor, passeios, diversões de inúmeras variedades. A natureza deu-lhes tudo o que tinha, para que tivessem um fim de semana inesquecível. Andaram pela linda mata, cercada de belas e gigantes árvores que lhes davam um perfume inebriante. Frutos deliciosos e diversos, de plantas nativas que ali existiam há muitos anos. Bem próximo de onde armaram suas barracas, havia também um lindo riacho, com águas límpidas e puras, onde nadavam e se banhavam a vontade. Bem perto desse lugar, o correr das águas formaram uma pequena lagoa e nela caia uma cascata de águas brancas como neve. Uma cachoeira que muitos vinham admirar e tomar banho. Tudo ali era encanto, uma magia da natureza. Por vários e vários fins de semana, ali ficaram casais de namorados que vinha a procura de um lugar tranqüilo e romântico, para juntos terem momentos felizes. Tudo perfeito para ter um final feliz.

Era quase fim do Domingo. Dia esse, que todos levantariam acampamento e voltariam para a cidade, pois o fim de semana terminara. De repente, tudo mudou, um vento forte e ameaçador começou a soprar e queria levar tudo para os ares. Tudo começou do nada, tão de repente que todos ficaram aflitos. Os rapazes, imediatamente começaram a se preparar para deixar o local. Aos tropeções desarmaram as barracas, guardaram todos os seus pertences e tudo foi colocado dentro do carro em que vieram, o qual os aguardava a pouca distância dali. Só que esse lindo passeio, teve um terrível e lamentável detalhe. Eles deixaram o fogo aceso, que haviam feito para prepararem suas alimentações. E, também, lamentavelmente, deixaram o local cheio de lixo: Sacos plásticos, sacos de papel, restos de comida, garrafas plásticas de águas, garrafas de refrigerantes, latas de cervejas e outros mil e um, "lixos indesejáveis"... Como o vento estava muito forte, alguns desses materiais ali esquecidos, por negligência, falta de educação, falta de amor a natureza, falta de informação ou pura maldade, acabou indo para o fogo, que em poucos segundos, virou um fogaréu. Esse fogo, em pouco tempo, se alastrou para a floresta, que logo virou uma queimada só.

Aquela beleza, que levara mil anos para se formar, em pouco tempo se transformou num terrível horror, principalmente para todos os pequenos e indefesos habitantes que moravam no lugar. Todos os animais corriam de um lado para o outro, sem saber que rumo tomar, querendo suas preciosas vidas salvar. Muito pouco se salvou, pois o fogo, em segundos, havia tomado conta de tudo.

Bem rápido, os bombeiros foram chegando, porém tudo já era inútil, era só fogo e cinza. A fumaça havia tomado conta do local todo e era muito densa, não deixando nem visão para os heróis do fogo. O trabalho foi estafante, porém com muito pouco resultado positivo.
Quando conseguiram apagar o último foco, já não havia nada verde; plantas e árvores haviam sidas comidas pelo fogo. Dos pequenos animais, nem se via um rasto se quer, parecia que todos haviam morrido no terrível fogaréu. Quem sabe, alguns conseguiram escapar através das águas ali existentes... Os que não fugiram, morreram queimados ou sufocados pela fumaça, que era muita e asfixiante.

Quando os bombeiros, heróis do fogo, vistoriaram tudo e viram que não havia mais nenhum foco, que tinham vencido o terrível fogaréu, se dirigiram para o riacho, para descansar um pouco e se banharem, para se refrescar da terrível batalha. Entraram dentro da água e, em pequenos goles, foram matando também a sede que os queimava por dentro, para limparem a garganta e seus rostos da cinza preta que os havia pintado. Estirado sobre as águas havia sobrado um tronco, que só ali ficara intacto, pois estava bem dentro do riacho. Eles se sentaram para um pequeno descanso, quando um deles avistou um pequeno vulto se mexendo dentro de um pequeno buraco existente no tronco.
O bichinho punha a carinha pra fora e depois voltava a se esconder.
Sr. Tomé, se aproximou da pequena fenda e olhou pra dentro, quando viu um par de olhos assustados. De imediato, não conseguiu identificar a quem pertencia aqueles olhos tão assustados... Com um pequeno graveto, que introduziu no buraco, tentou mexer no pequeno animalzinho, que cada vez se escondia mais. Ele deu uns grunhidos, tão fracos e indistintos que ninguém sabia dizer que bichinho ali estava se refugiando.

O Sr. Tomé, que adorava bichos, ficou lhe chamando e com o graveto lhe fazia carinhos, para que pudesse ganhar a confiança do animal assustado. Assim, o pequeno bichinho foi confiando no Sr. Tomé e muito desajeitado, foi saindo do seu esconderijo. Era um minúsculo filhote de macaco. Era tão pequeno, que cabia na palma das mãos do Sr. Tomé. A única parte do seu corpinho que mais aparecia eram seus grandes e brilhantes olhos assustados. Ele estava bem machucado e umas partes do seu corpinho, estavam queimadas, principalmente o seu rabo. Talvez tenha sido sua zelosa mamãe que o deixara ali escondido, talvez para salvar uma outra cria ou até para tentar fugir com vida... Provavelmente, não tenha se salvado, ou o fogo lhe queimou ou a fumaça tenha lhe sufocado...

O Sr. Tomé, muito delicadamente, foi aos pouco adquirindo a confiança do assustado macaquinho. Tirou se quepe e forrou com seu lenço, para assim formar uma caminha para transportar o pequeno animal. Dessa maneira, levou-o para casa, para lhe prestar os primeiros socorros.

Assim que chegou com o macaquinho, encontrou um grande aliado, seu filhinho que tinha loucura pelos bichinhos, assim como o pai. Tezinho, logo ficou doido pelo Miquinho, foi assim que lhe chamou.
Pai e filho se dedicavam aos cuidados do filhote. Com tanta delicadeza, atenção, carinhos e muitos cuidados, dentro de uns dez dias já estava quase perfeito. Perfeito nunca mais, pois um pedaço do seu rabo fora queimado e também uma das suas patinhas ficara com defeito. Mesmo assim, dava para fazer suas gracinhas e travessuras. O Miquinho gostava de chamar atenção de seus protetores.

Quando o Sr. Tomé chegava em casa, o pequeno macaco corria para recebê-lo, apesar dos seus defeitos, causados pelo fogo, não tinha medo de fazer suas macaquices. Miquinho, cresceu com muito amor e carinho na casa do Sr. Tomé e do seu inseparável amiguinho, Tezinho.
O tempo foi passando, quando ele já estava bem restabelecido, o Sr. Tomé disse ao seu filho, que o Miquinho tinha que voltar para o seu lugar de nascimento, pois era ali que seus amigos e familiares da mesma espécie que ele, moravam.

Tezinho chorou muito, não queria de forma alguma se separar do seu companheiro de grande brincadeiras. Miquinho havia se tornado seu bichinho de estimação, seu mascotinho. Porém, muito o Sr. Tomé falou, que acabou lhe convencendo e juntos foram levar o Miquinho para perto do riacho onde fora encontrado.

A floresta estava começando a se recuperar, muitas plantas já estavam se formando de novo. O tempo havia ajudado a natureza, fora uma boa época de chuvas. Ali, no mesmo lugar que o Sr. Tomé o encontrou, tentou deixá-lo. Infelizmente, ali ainda não havia sinal de vida.
O Sr. Tomé e seu filho procuraram ver se tinham vestígios de algum macaquinho ali por perto. Passaram o dia todo vasculhando toda a área, na procura de uma árvore ou algum arbusto que já tivesse se recuperado, na esperança de encontrar algum animal que tivesse voltado para casa. O Sr. Tomé tinha esperança de encontrar algum macaco e, assim, poder deixar o Miquinho ali, para se familiarizar de novo com sua espécie. Mas, nem sinal de qualquer bichinho. Ali, nem as formigas haviam se salvados do terrível incêndio.

Flores, frutos, árvores frondosas e bonitas como antigamente, nem pensar. Tudo estava lentamente voltando à vida, tentando se recuperar. Porém, iria levar uns bons anos para se formar de novo uma linda floresta. Quem conheceu tudo ali de bem perto, ao olhar para o que restou, a dor era profunda e machucava muito. Desolados, o Sr. Tomé e Tezinho, ficaram andando de um lado para o outro, com o Miquinho, tentando fazer com que o animalzinho se visse livre, mas ele não desgrudava de seus protetores nem por um segundo. Miquinho olhava assustado tudo à sua volta e agarrava as pernas de Tezinho, forçando-o a lhe pegar no colo. Talvez, em sua pequena cabeça, ainda tinha lembranças das terríveis horas que passara ali, quando tudo eram chamas e fumaças sufocantes.

Desse modo, o Sr. Tomé não teve outra alternativa, levou de volta para sua casa, o pequeno Miquinho. Ele não iria ter o riacho, árvores nativas e nem seus semelhantes... Mas, teria comida, umas pequenas árvores frutíferas do pequeno pomar para poder brincar a vontade e muito amor e carinho daqueles que lhe salvaram a vida e lhe dedicaram muita atenção em dias tão difíceis.

Miquinho, parecia tudo entender, muito feliz da vida ficou quando seus protetores o levaram de volta para casa. Ele era o pequeno mascote, ficou muito feliz, de agora em diante, fazer parte da família. Miquinho era muito feliz ali e fazia aquela família feliz também. Com seus gestos deselegantes e desengonçados, devido aos seus defeitos físicos, ele procurava estar sempre fazendo macaquices para alegrar a todos, principalmente ao Sr. Tomé e a seu grande amigo, o Tezinho. Foi assim que Miquinho, o pequeno filhote abandonado pela sua mãe, num momento de grande desespero, se tornou um membro da família do Sr. Tomé. Ele será sempre um grande amigo de Tezinho e o mais querido e amado mascote da família Tomé.


Lindamar C. C. Mello.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui