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Infantil-->A RAPOSA MENTIROSA -- 04/04/2002 - 10:49 (LINDAMAR C. CARDOSO DE MELLO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A RAPOSA MENTIROSA

Numa pequena floresta, vivia pelos arredores, uma linda e trapaceira raposa. Sua verdadeira vocação era enganar, trapacear e mentir para todos que encontrava. Suas maiores vítimas eram as crianças inocentes. Sentia uma grande e sórdida alegria ao trapacear e enganar, principalmente pequenos seres que nela confiavam, pois sabia como ninguém levar as crianças na sua lábia.
A raposa Maju, conheceu uma encantadora, meiga e delicada garotinha, que sempre vinha lhe fazer uns carinhos, pois tinha pela raposa uma grande estima. Lalá, gostava tanto da raposa que passava horas escutando ela contar suas histórias sem pé nem cabeça. Maju era muito maliciosa, contava sempre histórias, onde ela era a grande heroína. Assim, deixava a Lalá, encantada com suas proezas enganosas.
Um dia, ela resolveu dar o seu bote na pequena Lalá. Lalá estava indo tranqüilamente para a escola, com sua mãe, quando a raposa as avistou, e passou a segui-las de longe.
Quando dona Vanda, mãe de Lalá, deixou-a na porta da escola, a raposa veio mansamente, se aproximando e chamou por ela:
- Lala, Lala... Vem comigo, vou lhe mostrar um lugar lindo e cheio de encantamento. Lá estão vários dos seus amiguinhos, se divertindo pra valer. Venha, vamos logo!!!
- Agora não posso, tenho que ir para a aula! Minha professora está a minha espera...
- Que nada, sua professora também se encontra lá!!! Venha logo, não podemos perder tempo... É logo ali, bem pertinho daqui.
Lalá, que confiava na raposa, acreditou que sua professora, dona Marta, estaria lá.
Chegando no local, de fato era um lugar de encantos, principalmente para a garotada. Era um jardim repleto de bela flores e árvores maravilhosas. Também ali havia um parque de diversões, com todos os brinquedos possíveis e imaginários, para divertir a garotada. Só que dona Marta não se encontrava ali, como havia dito a raposa... Tinha crianças de várias idades, porém nenhuma que Lalá conhecesse...
- Raposa, não vejo ninguém que conheço, nem a dona Marta! Onde é que ela está?
- Não se preocupe, ela deve estar no meio da garotada, logo você irá encontrá-la...
Com tanta distração e algazarra, logo Lalá esqueceu o incidente. Ela começou a se divertir com os novos amiguinhos. Foi só quando começou a sentir fome, que ela se lembrou que tinha que ir para a escola ou voltar para a sua casa. Muito preocupada, chamou pela raposa, que estava se divertindo muito com a situação de várias crianças que ali se encontravam.
- Maju, quero ir pra escola agora, não encontrei dona Marta e estou com minha barriguinha doendo muito... Acho que estou com fome!
- Qual nada!!! Ainda é cedo pra ter fome. Fique brincando, que logo virão muitas outras crianças e, talvez, algumas tragam lanche que dividirão com você.
- Por favor, me leve de volta, estou ficando com medo!
- Que nada, deixa de ser boba, eu estou aqui com você. Por acaso não confia em mim?
- Gosto de você, Maju, mas quero ir embora agora! Se você não vem comigo, vou sozinha!
Só que Lala, nem se dera conta do lugar onde estava. Ali era bem distante de sua casa e também da sua escola. A raposa se divertia com a angústia de Lalá. Ela, de forma alguma, iria ajudar sua amiga, pois de amiga ali, não existia nada... A raposa era desprovida de qualquer ato de bondade, pelo contrário, estava achando tudo muito divertido, sua suposta amiga, em apuros.
Lalá, vendo que havia feito uma grande bobagem, ficou triste e começou a chorar. Enquanto isso, a raposa nem lhe dirigia a palavra, só pensava em brincar e aborrecer as outras crianças.
Lalá logo percebeu que sua amiga raposa não era amiga de ninguém, que ela havia lhe enganado e tinha mentido sobre tudo, só para lhe trazer naquele lugar. Chorando muito de preocupação, começou a pensar no que deveria fazer, pois não sabia como voltar para sua casa e nem para a escola. Ficou num cantinho sentada chorando, estava com medo, com fome e até frio estava sentindo.
- Oh! Meu Anjinho, eu estou com muito medo. Onde será que mora minha mãezinha? Esse lugar é longe da minha casa! Será que vou passar a noite aqui sozinha? Não, meu Anjinho, não me deixe sozinha, estou com muito medo!!!
Quando num minuto, levantou seu rostinho todo molhado, de tantas lágrimas, viu bem perto dela uma outra garotinha, que parecia na mesma situação que ela. A pequena também estava chorando desesperada, estava sozinha como Lalá.
- Oi, amiguinha! Você também está perdida? Também foi enganada pela raposa Maju? Não chore! A raposa nos enganou, mas ela vai pagar por ter mentido para mim e também para você. Olha, eu estava rezando para o meu Anjinho, tenho certeza que logo as nossas mães virão nos procurar. Eu acho que a nossa escola não fica tão longe daqui e a aula teve estar terminando.
- Estou triste e preocupada, porque não sei como fazer para sair daqui e nem posso lhe ajudar. Parece que todos foram embora, só nós é que ficamos! O melhor a fazer é nós duas ficarmos juntas e aguardarmos as nossas mães... Tenho aqui, um pequeno pedaço do meu lanche, quero dividir com você. Você quer? Não é muito, mas vai ajudar a esquecer a fome...
- Quero sim, estou com muita fome. A raposa comeu todo o meu lanche e nem ligou ou se preocupou em me dar um pedaço. Ela ficou com a minha lancheira, quis me ajudar a carregá-la só para ficar com o meu lanche todo. Como é o seu nome? O meu é Lalá.
- Tininha, é assim que me chamam, mas meu nome mesmo é Telma.
- Meu nome de verdade é Laika, Lalá é meu apelido.
- Olhe, Lalá, quero ser sua amiga para sempre. Depois dessa triste passagem, dessa grande desordem que pratiquei, eu juro que nunca mais vou esquecer os conselhos que sempre minha mãe me dá. Ela sempre me diz que não devemos confiar em estranhos, principalmente se nos leva a fazer um grande desobediência como essa... Veja, estamos sozinhas, nem sinal da raposa mentirosa. Será que vai escurecer e nós vamos ter que dormir aqui?
- Creio que não, Tininha. Minha mãe logo virá me buscar, ela deve estar tão nervosa quanto eu, pois eu nunca saí de casa sem ela. Essa foi a primeira vez, creio que nunca mais vou sair sozinha. Eu fui enganada pela raposa que se dizia ser muito minha amiga.
- Lalá, essa raposa é má, traiçoeira e muito egoísta. Veja você, ela nem ligou para o nosso sofrimento. Foi embora sem sentir que estamos tristes, com medo, com fome e até passando perigo aqui sozinhas. Eu juro que nunca mais vou atender ninguém, só a minha mãe!
- Tininha, já está começando a ficar escuro, onde vamos dormir?
- Psiu! Ouço vozes... Espere não fale nada, parece que se aproximam. Tomara que seja alguém que possa nos ajudar!!!
- Estou com medo!!! Muito medo!!! Deus queira que seja alguém do bem, não alguém como Maju, que só quis nos prejudicar. Tininha, o que vamos fazer???
As vozes se distanciaram e não apareceu ninguém para ajudá-las... Logo começou a escurecer. O medo que sentiam era apavorante e estavam muito nervosas. Porém, nada se igualava ao medo e ao pânico de suas mães! Quando elas chegaram à escola para apanhá-las, foram informadas que nem Tininha e nem Lalá haviam assistido as aulas... As duas mães se uniram e saíram a procura das filhas. Todo e qualquer lugar onde elas poderiam estar foram vasculhados: Casas das amiguinhas, padarias, lanchonetes, sorveterias, casas de doces, Igrejas, e até um pequeno bosque, nas imediações. Enfim, todos os lugares que eram freqüentados pelos alunos da escola. Infelizmente, o Jardim e o parque de diversões foram esquecidos, pois as crianças nunca tinham ido para aquele lugar. Essa fora a primeira vez que lá foram brincar e, assim mesmo, acompanhadas pela maldosa raposa e não por uma pessoa adulta e responsável.
Dona Marta, a professora, que também se encontrava muito preocupada, acabou se lembrando do referido Jardim, pois já havia inúmeras vezes passado pelo local.
- Esperem, acabei de me lembrar de um lugar onde sempre vejo crianças brincando, quem sabe não é para lá que foram? Venham comigo, tenho um pequeno pressentimento que elas estão lá. Tenho certeza que devem estar apavoradas e desesperadas, assim como vocês!
Para lá se dirigiram e de fato lá estavam as duas garotinhas em prantos, tremendo de medo e arrependidas do que fizeram sem pensar. As meninas se encontravam bem juntinhas, sentadas e abraçadas, para assim, uma proteger a outra. Assim, encolhidinhas, e de olhos bem fechados, não viram que eram os seus anjos que estavam chegando... Só quando Lalá ouviu a voz de sua mãe, que gritou:
- Mamãe, estamos aqui, eu e minha amiguinha Tininha, estamos apavoradas!!!
A mãe de Tininha, quase desmaiou ao ouvir o nome da sua filha tão querida. As duas mães, assim que avistaram as meninas, desesperadas saíram correndo, para onde elas estavam. Com lágrimas derramadas com tantos sofrimentos, as quatro se abraçaram e assim ficaram por um bom tempo.
Foi Tininha quem primeiro falou:
- Nos perdoem, eu e a Lalá, fomos enganadas pela maldosa raposa Maju. Ela disse que nossa professora estava aqui nos esperando, junto com as outras crianças da escola. Nós acreditamos nela, ela sempre se dizia nossa amiga. Ela foi traiçoeira e nos abandonou aqui, sem a mínima piedade do nosso desespero. Aqui estamos nós duas, com muita fome, frio e muito medo. Quando escutamos vozes, ficamos com medo que fosse alguém ruim como a Maju.
Lalá, que estava muito apavorada, custou a se recuperar, mas também quis falar um pouco para dar as suas explicações.
- Mamãe, me perdoe, fui muito burra, boba em acreditar na raposa. Por eu gostar dela, nunca percebi que era má e egoísta e também muito mentirosa. Ela mentiu, enganou e depois não teve a coragem de nos mostrar o caminho para voltarmos para a nossa casa ou para a escola. Eu lhe implorei chorando, queria voltar para a escola, pois sabia que você ia lá me buscar. Ela me deu as costas, foi embora sem se preocupar que eu estava chorando e com muita fome, pois ela comeu o meu lanche todo.
A mãe de Lalá, um pouco mais calma, lhe disse:
- Eu sempre fui contra esse seu carinho pela raposa, eu via nela uma nuvem de maldade, achava que algum dia ela iria lhe prejudicar... Sempre lhe dizia para não confiar nela, mas você só olhava dentro do seu coração, onde você só tem amor, carinho e confiança nas criaturas. Querida, com as Graças Divinas, tudo saiu bem, agora vamos pra casa e esquecer esse triste episódio. Você, a Tininha e outras garotinhas como vocês, que são puras e não vê maldade nos outros, têm que tomar cuidados! Que essa lição sirva para sempre! Vocês precisam ficar alertas para os dias que estão por vir... Peço, que vocês duas, nunca se esqueçam que nesse mundo não só existe amor, podemos encontrar também algumas maldades! Outra coisa que não devem nunca esquecer: Que o maior amor do mundo é o amor de mãe! A verdadeira mãe, só deseja o bem dos seus filhos e a eles sempre quer o que há de melhor do mundo!!! Portanto, ouçam sempre os conselhos de quem ama vocês de verdade. Pois só dá bons conselhos quem tem muito amor para dar. Como essa raposa, existem muitos outros perigos na vida... Por isso, é preciso sempre obedecer aos pais, avisar para onde vai, fazer aquilo que os pais recomendam, não dar ouvidos àqueles que prometem muito riso e pouco juízo!!! Agora vamos, vocês duas passaram por problemas demais por hoje. Creio que nunca irão esquecer. Dentro de vocês sempre estará um pequeno alarme que irá lhes alertar dos perigos, se eles se apresentarem. Espero que de hoje em diante, passam a acreditar nas palavras sábias de uma mãe! Graças a Deus, nada de mal lhes aconteceu! Agora vamos, que tem muita gente sofrendo com o desencontro de vocês... Foi Graças a Deus, que tudo terminou bem.
- Tchau, Lalá, te amo muito, durma bem e até amanhã!
- Tchau, Tininha, também te amo muito, amanhã nos veremos na escola, durma bem, minha amiga!!!

Lindamar C. C. Mello.
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