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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->WALTER LIMA JR.: -- 26/03/2003 - 03:44 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Na 6a. feira, na abertura do evento FOTOGRAMA, no SESC/Araraquara, eu dizia que estamos bem perto do funcionamento de um cineclube. O cineasta Walter Lima Jr. iria conversar com uma platéia de cinéfilos, na seqüência de uma programação que já nos havia oferecido, ao longo do mês de fevereiro, "Menino de Engenho" (Cine 16) e "A Ostra e o Vento" (Drive-In Tupiniquim).

Da geração que criou o cinema novo, o cineasta não vinha representar um personagem em momento grandioso do passado. Ele, que desde o início optou por uma busca toda própria, destoando mesmo dos demais cinemanovistas, está em pleno vôo.

Longe das alegorias barrocas teatralizadas, "Menino de Engenho", seu primeiro filme, já surpreendia contando uma história em estilo clássico, com os seculares ingredientes soprados pela música (só por acaso não se tornou músico) e pela literatura (alguém da platéia lembrou "Inocência", leitura primorosa do clássico de Taunay, bastante conceituada entre estudiosos de literatura).

Para realizar um trabalho que chama de colagem, o cineasta se vale de um vasto cabedal de imagens arregimentadas em horas e horas de cinemateca. De uma geração marcada pelo entusiasmo, contar histórias para o público de hoje é também uma forma de reaver essa marca de humanidade que, com o tempo, veio se debilitando, mas que não pode se perder por nada.

Quem tem vontade de fazer um filme deve meter bronca, sair atrás de alguém ainda mais louco, a ponto de apostar na sua loucura. Em vez de uma câmera, para fazer o primeiro filme ele próprio não tinha nas mãos senão algumas cartas, que bem recomendavam sua cabeça povoada de roteiros.

Longe de ser apenas um bom gancho para o bate-papo da noite, o entusiasmo é o tema de um novo filme ainda em esboço. "Os Desafinados" vai contar a história de alguns jovens que sonhavam chegar ao Carnegie Hall com sua música. Diferentemente da história da conquista do mundo pela bossa-nova, seus personagens não chegam a Nova Iorque, nem suas músicas conhecem o sucesso. Para compor uma trilha de "fracassos", o cineasta só podia acionar os grandes compositores da música popular brasileira pós-bossa-nova, seus companheiros de estrada.

Vitalidade impressionante, fascinado pela oportunidade de contar histórias para um público atento, Walter Lima Jr. esbanja e desperta entusiasmo, como tem feito na tela ao longo de uma carreira de mais de 40 anos.

Falar de um filme é relembrar a convivência das pessoas envolvidas em sua feitura. Cinema é trabalho coletivo. Não acha que tenha feito nenhuma obra-prima, mas fala como quem está para fazer mais uma das suas.

Monstro sagrado do cinema novo e da geração dos 60, Walter Lima Jr. mantém um ardor juvenil por sua arte, hoje mais do que nunca disposto a colocar nas telas imagens de um país que continua acreditando possível.

Cinema só pode ser feito em escala industrial, mas o nosso industrial ainda precisa, e muito, da improvisação e do artesanato. Encantam-se os técnicos americanos diante de truques já desaparecidos de seus avançados horizontes tecnológicos. Foi assim com a Ilha do Mel, que apresenta o perfil da protagonista adolescente. Os americanos achavam que era obra de computação gráfica. Mas, não. Apenas um velho truque de sobreposição de imagens. Artesanato.

Sem se preocupar com os efeitos do momento, com a aceleração frenética da geração MTV, o cineasta quer, no seu ritmo, como um cineasta de atmosferas, dar voz a um país inteiro de "desafinados", em nome da vibração com o que ainda está por ser feito e nos redime.

Urge estimular a massa dos sonhadores e inventores, das platéias que lotam as sessões de filmes nacionais da nova safra aos pequenos grupos de cinéfilos, como esse que se reuniu no Teatro do SESC, na última 6a. feira, para a sessão inaugural de FOTOGRAMA, um evento que começa sob o signo do entusiasmo.

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Artigo publicado, nesta quarta-feira, 27/03/2003, na coluna OXOUZINE.
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CINEMA EM ARARAQUARA

Os eventos FOTOGRAMA, DRIVE-IN TUPINIQUIM e CINE 16 foram criados por Chico Galvão, animador cultural responsável pela área de literatura e cinema.

No mês de abril, o evento FOTOGRAMA recebe Anselmo Duarte, que foi galã dos tempos da Atlântida, para depois ganhar o mundo como roteirista e diretor de "O Pagador de Promessas", primeiro filme brasileiro a conquistar a Palma de Ouro em Cannes.

Ainda em abril, em evento literário, teremos a presença do cineasta Sérgio Bianchi ("Mato Eles", "Cronicamente Inviável").

DRIVE-IN TUPINIQUIM: evento mensal, projeção ao ar livre (estacionamento) de filmes brasileiros em 35 mm.

CINE 16: evento mensal, com projeção de filmes brasileiros em 16mm, no Teatro do SESC. Próximo filme: "Eles não usam black-tie".

SESSÃO ZOOM: sessão de arte, criada nos anos 60, volta a funcionar este ano com sessões a cada 15 dias no ESPAÇO CULTURAL PARATODOS. A programação é feita por Chico Galvão e Rodrigo (Cine Campus). Próximo filme: "Terra Estrangeira", de Walter Salles e Daniela Thomas.

Araraquara tem no momento 6 salas de cinema, estando mais 3 em construção. Todas elas ficam no interior de Shopping Centers. Uma das salas em construção, no Shopping Lupo, vai ter 80 lugares e deve abrigar uma cinemateca, com sessões especiais fechadas com escolas e outros eventos.

No Faculdade de Ciências e Letras, o CINE CAMPUS mantém uma programação semanal em VHS ou em DVD, com sessões seguidas de debates. Alguns grupos (PET de Letras e PET de Farmácia) mantêm atividades semelhantes.

Das 4 grandes salas de cinema da cidade, só uma ainda não virou igreja. O Cine Capri deu lugar ao ESPAÇO CULTURAL PARATODOS, que ainda não cumpre na íntegra a função a que se destina. Com a volta da SESSÃO ZOOM, o pool de administradores do espaço pretende estar dando a largada.
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