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Artigos-->SOLIDÃO -- 09/10/2009 - 08:11 (LUIZ ROBERTO TURATTI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos








SOLIDÃO



Padre João Modesti




Quantas vezes ao visitar certas casas de repouso para idosos, como o coração se confrange ao ver aquelas pessoas. Percebe-se nelas a dor da solidão, aquele sentimento doloroso de quem se vê só e abandonado pelos seres que amava. Creio que uma das últimas dores “neste vale de lágrimas” para uma pessoa é encontrar–se neste estado soledade.



O homem foi feito para conviver com seus semelhantes. O solitário faz exceção dessa lei da natureza. Mesmo tendo a companhia de outros naquela casa de repouso, é como se não tivesse. São desconhecidos, todos mergulhados na tristeza do isolamento dos seres queridos.



E quando alguém é solitário em um cômodo, vivendo parcamente do que a célebre Previdência lhe dá com tanta generosidade (?) essa solidão aumenta o seu sofrimento. Na sua pobre mente a vida qual um cinematógrafo vai-lhe recordando o passado que, mesmo não foi tão feliz, não o jogava no isolamento.



Quantas vezes pega um velho álbum de fotografias e vai repassando sua vida: do nascimento, os momentos de alegria, as companhias que teve, e se teve uma companheira que já se foi pra além-tumba, ele não consegue chegar até o fim das páginas ilustradas com as fotografias, pois as lágrimas, como uma cortina lhe embaçam a vista. Não tem companhia. Tem vergonha de se aproximar de outros com medo de ser ridicularizado, pois está “fora dos tempos”. Sua companhia é a memória, que nos anciãos é forte quando ao passado. Vive de saudades. E essa como um doce espinho faz sofrer, embora gostemos tanto dela.



Se alguma vez tentou procurar companhia, logo se você posto de lado.



Recorda-me uma reunião de associados. Quase todos jovens ou na plenitude da vida. Somente ele, convidado, mais por delicadeza do que por necessidade, dela participou. Quando foram ocupar os lugares na mesa do restaurante, numa havia um lugar vazio. Os outros eram ocupados por cinco moços. Delicadamente pede licença; todos aparentemente o acolhem com sorrisos. Aos poucos cada um, com desculpas esfarrapadas, vão saindo e por fim ele se vê sozinho na mesa.



Percebeu então a tolice que fizera em aceitar o convite, devagar se retirou para seu cômodo e aí as lágrimas foram abundantes.



Pensou na sua companheira que se fora e ficou com inveja por que ele não fora antes escapar daquela dor que devagar, vai-lhe corroendo a vida. Ah! Se todos soubessem o que é a dor da solidão haveria mais humanidade, mais fraternidade para aqueles que “viveram a novela que a vida escreveu”.





Padre João Modesti (1919-2005), Sacerdote Salesiano, professor de Física, Química e Matemática; Psicólogo doutorado pela Universidade Salesiana de Roma; autor com variada produção literária para cursos secundários e superior, de índole filosófica-religiosa.





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“Fora da VERDADE não existe CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”



LUIZ ROBERTO TURATTI.







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