Com o peito aberto
Almejo ser um nobre Florentino,
Me sinto Sancho Pança da Calábria.
Que distância entre intenção e prática.
Quão duro é olhar-se no espelho
E ver todos os defeitos d’alma.
Falhas, sombras, imperfeições tamanhas.
Almejar a perfeição e a glória,
Viver aos tropeções e tombos.
Triste e dolorosa sina humana.
Mas fechar os olhos e renegar a sombra,
Idealizando a perfeição e a luz,
Correr o risco de não viver o próprio drama.
Só resta ao homem o árduo caminho
Da longa e dura viagem ao interno,
Com o peito aberto para o que encontrar.
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