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Poesias-->Brava Gente -- 01/11/2002 - 18:25 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Na originalidade bruta da dor que descansa em tua Boca, vejo os teus passos na labuta, tropegos Prostarem-se na calçada.

A tua fome, os teus sonhos e o desespero que Assueja a tua alma sem forças, faz vender o corpo das tuas filha e filhos,em qualquer mercado.

Já não há sede que cesse, pois o teu suor e o Teu sangue acostumados à miséria de tua casa forjam aos olhos enfêrmos a construção do nada.

O absurdo comum aos dias que hojes habita, chama De divina as chagas da dor que o outro.; teu irmão Grita, tua família visita e tu comes por volta e Meia.

É verdade, não é mais possível ostentar nas mãos cansadas de pecados, essa peculiariedade.

Se não somos eternos,

Se não sabemos viver, pelo menos deixemos nascer A dignidade humana.

É um crime atentar contra sí pra morrer.

Bem como, é um crime fomentar a miséria querendo o querer.

Na cidade dos homens, peço a Deus de cada Amanhecer que ao menos, antes de tanto sofrer, esse povo fique mais cego pra não ver, fique mais mudo que não grite e mais surdo esteja pra não temer.Pois se diante da pedra não conseguiu entender a razão do ser, não deve acreditar que diante da flor há um lugar dentro de nós reservado ao bem querer.

Contudo, sob toda ignorância, ainda há esperança.

Um povo sofrido, sob passos funebres, heróico são os teus olhos... Luzes replicantes, ante todos os gemidos.

Liberdade ainda que maldito seja os teus pecados.
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