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Poesias-->PERDA A TROCO DE NADA -- 28/10/2002 - 00:45 (COELHO DE MORAES) |
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PERDA A TROCO DE NADA
-Coelho De Moraes-
Gastar o amor que se tem
Eu quero, mas não quero
Uma hesitação e um desejo de gastar tudo
Tornar-me insípido
Mesmo um beijo não terá sabor
Moralista, tornar-me
Hipócrita ululante de riso fácil
Mostrar-me acomodado
De um servilismo dócil e gentil
Não, não é assim que eu quero
Decreto covarde um suicida
Defensor dessas arrogâncias de última hora
Tempos, estudos e fortunas
Perder tudo pelo plano do amor
Não manter espírito de reserva
Despender horas na despensa da paixão
Uma constante guerra social
A economia burguesia
A economia de dispersão
Cada um a seu lado dando ordens
sugerindo metáforas
Caberá a culpa à livro pelo desperdício de almas?
Caberá a culpa a um sistema econômico
agindo sobre povos sem reação?
Caberá ao apaixonado economizar a sua vida?
Quem ama raciocina como matemático
para obter satisfação evitando mágoas
cálculos com formato de esperas e tensão
Novas somas de tragédias ou humor
cambiando com furores de camas e lençóis desarrumados
O lucro final dessa economia é zero
Forças derivando se finalidade
Ama-se o objeto coisificado
O fim é um orgasmo conclusivo
Mas a exuberância desses rompantes
Se comparam com estradas que desabam no Belo
O narcisismo extrapola
e é claro que o roçar dos membros
é gesto esperado pelos dois
claro que a beleza pode ser entrecortada de tristezas
algumas pequenas luzes azuis
sobrevoando nossa testa febril
mas o trato com os seios
o beijo nos braços e mãos
o mordiscar de glúteos procurando caminhos
são exuberâncias que merecem gemidos
um luxo intolerável
onde os olhos semicerrados
permitem o vasculhar das almas
através do manuseio desse baixo ventre
repleto de vibrações tardias
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