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Poesias-->POESIA RUIM -- 28/10/2002 - 00:43 (COELHO DE MORAES) |
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POESIA RUIM
-Coelho De Moraes-
Abraçar o imaginário
Abarcar a poesia ruim que o torna apaixonado
Abraçar o corpo
Deitar sobre ele a saliva acridoce
para além da cópula
o coito imaginário
Teimarei num reencontro
Teimarei na satisfação dos abraços
no sono sem dormir
no momento da passagem
Um retorno a úteros primitivos
Um útero repleto de primitivos
O incesto reconduzido
O retorno à matrix no dá a sugestão da cópula
O sono da concepção está mais perto
Da arte dos genitais
mais do que o pensamento adulto
é essa arte dos animais
A lógica do movimento insiste no possuir
insiste que as bocas se toquem
que se babe um sobre o outro
que fios de espuma descolem dos lábios
a formar-se como ponte entre as almas
Um sorver mútuo
um contato com a entranha perfumada
somos os dois amante que querem
a maternidade
e a genitalidade
Impossível desligar os dois caminhos
uma criança com tesão
retesando, como Eros,
o seu arco
na contração de dois abraços
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