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Cartas-->37. BELMIRO -- 25/08/2002 - 07:39 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Não me cabe encerrar o trabalho da “Turma dos Primeiros Socorros”, mas posso antecipar que estamos jubilosos com os textos, de tal modo fidedignos, quanto às intenções, que pretendemos reforçar as pretensões do médium de vir a publicá-los.

Doce esperança de quem esteve a destratar a imagem dos mortais, segundo as imperfeições patenteadas por todos os mensageiros, não como necessidade de acusação, mas por evidência das próprias fraquezas. Apesar disso, como por encanto, tratamos dos temas com discernimento e justiça, para dizer o de menos, pois não conseguimos demonstrar o quanto estão defasados os mortais relativamente às proposituras evangélicas.

Alguns de nós se referiram à Igreja Católica ou à Anglicana, pelos seus sacerdotes, com sinais bastante claros de que não estão facilitando em nada as concepções ditas doutrinais kardequianas, embora tais atitudes não repercutam de modo demasiado negativo no Etéreo, local em que os crimes e os castigos se ajustam, segundo a medida do Senhor.

Cheguei aos doze anos de idade, imaturo, portanto, para estas apreciações críticas. Como já se disse exaustivamente, há quem consiga progredir no aspecto rememorativo, de sorte a reaver a personalidade da anterior encarnação, sem, contudo, todos os vezos, pois alguns aspectos terríveis se perdem, imersos na inocência que subsiste no resguardo da harmonia e do equilíbrio psíquico, piedosa artimanha dos protetores, inspirados, por certo, no mergulho que se dá na carne, em completo alheamento dos fatos pretéritos.

Gostaria de encerrar as observações, definindo a razão de estar eu tão próximo do fim, sem oferecer texto da magnitude dos últimos dois, em que a filosofia do procedimento se iluminou pelas atitudes evangélicas das autoras. É que estive com muito medo de me apresentar anteriormente e, agora, não tenho qualquer recurso para recusar-me, à vista, acima de tudo, das gentilezas do acompanhamento dos colegas e das palavras de incentivo do Irmão José.

E a que devo essa natural timidez? É que não me sinto seguro de mim, totalmente imerso nas ondas da culpabilidade, por ter chegado mais cedo de volta, infeliz quando escalava alta montanha, tendo caído sobre uma pedra, em artes de menino.

Deixei papai e mamãe arrasados. Queriam-me tanto e não se cansam de se acusar de terem desleixado a vigilância, tantas eu havia “aprontado”, como evidenciam as terríveis cicatrizes pelo corpo.

Estou, porém, dando-lhes noções superficiais, para não falar sobre o pior. É que não fiquei triste com o pesar de meus pais, achando justíssimo que passassem pelo desespero. Eis que revelo que estou a par dos acontecimentos mais tristes da encarnação anterior e do processo penosíssimo de aceitação de minha pessoa, no seio daquela família, inimigos seculares que éramos.

Descoberto o motivo de sentir tantas culpas, devo deixar claro que me envergonho de não me haver despojado da satisfação de ver meus pais sofrendo, o que me faz tímido perante os colegas.

Sei que os textos da equipe não se deram como simples testemunhos de dor, devendo os mensageiros passar noções do que fazer para se livrar dos problemas morais. Mais ainda, devemos escrever a comunicação de maneira tão sagaz que os leitores, antes de se animarem ao remédio, devem perceber que estão imersos nos problemas, o que muitos evitam a todo custo, para não se sentirem infelizes. É esse desvelamento da malícia que se tornou o ponto principal dos escritos, uma vez que muitos encarnados se habituaram à faculdade do esquecimento voluntário, como se o que fazem de errado estejam fazendo pela primeira vez.

Eu mesmo não estou trazendo ao campo vibratório dos mortais o meu drama pela primeira vez. Em outras oportunidades, descrevi, sempre de maneira diversa, as sensações, concluindo pela necessidade de as pessoas serem mais autênticas, mais verdadeiras, o que Jesus traduziu como hipocrisia, em sua áspera peregrinação terrena. Desta feita, faço-o por escrito, de maneira que a dor que transmito não irá oferecer subsídios para emotividades à flor da pele.

Nos centros espíritas, onde emoldurei a tragédia com a força das lágrimas circunstanciais, foi fácil de obter a adesão emotiva das pessoas, uma vez que, de viva voz, psicofonicamente, o conteúdo de sofrimento se acentua, podendo o emissor vibrar de forma a conseguir que o círculo de preces lhe dê momentânea suspensão das dores.

Por escrito, os desencantos se fazem presentes, pois a análise não é superficial, mas cuidada e profunda, tendo cada palavra peso específico na descoberta das intenções. Além disso, estamos nas mãos dos companheiros, que não querem que ninguém passe de volta para o Umbral, por não haver ultrapassado os sentimentos inferiores, os quais se revelam, em turmas como a nossa, de repente, na rememoração constante das situações de vidas anteriores, junto às pessoas a quem nos prendemos na mais recente.

Vejam, queridos amigos, que, de alguma forma, esta comunicação como que resume as anteriores, como adverti de início.

Fiquem com Deus!

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