Bidião e o som: afirmações e definições do juízo pessoal.
A sonoridade da afirmação aquieta apenas com a resposta que vem de dentro e por isso, desejo ouvir o som do silêncio. Há tanto barulho nele que não sinto vontade da fala. O moinhos vem tal qual o furacão e de nada adiantam a revolta do vento e do verbo, pois ele (o silêncio) é o que dá a eles, vida. Percebo tantos vazios na fala ao desfilar com palavras, por vezes desnecessárias, que não deixam à vontade, o ser. A palavra é a pronúncia do silêncio que não coube em si mesmo e povoou a boca com sede e fome de evidenciar sua existência. A boca, o barulho, o silêncio e a palavra pronunciada não se alinham ao mundo externo para então, poder haver adequação. O silêncio é tudo e nada, a depender do que ao justo momento inspira ou não. O não é o sim que adormeceu ao céu da boca que sonhou um dia, calar sua vontade. Eu e o som, o som me encara, mas é o silêncio que fala na sonoridade máxima daquilo que deixei dizer.
Glória ao som!
Padre Bidião |