Em casa alheia... Meu bem O amor queira ou não queira No tempo que o lugar tem Dá-se em louvor à bandeira!
PONTO FINAL !
Meu cordel fio a fio Torcendo e retorcendo Com palavras vou tecendo Como se fosse o pavio Do círio que desafio A dar mais luz à função De trabalhar o condão Que exprime o sentimento Com poesia e talento Em vigorosa oração.
Todos nós sem excepção Com mais jeito ou menos jeito Podemos fiar do peito Um cordel com paixão Em desabafo à feição De sana pedagogia Mas a estranha mania Da pertinaz concorrência Soçobra na indecência De palavras de má cria.
Quando alguém com ironia E intenção positiva Coloca a chama mais viva Ao cordel que desfia Logo outrem vem e afia A linguagem da inveja Só porque apenas deseja Envaidecer-se e mostrar Que também sabe rimar Gagueja com salvo seja.
A farsa de quem moteja Pretendendo a humilhação Da seiva que vem do chão Até à taça em bandeja Só prova que se enseja No que fácil lhe parece E não sabe ou esquece Que à lauta mesa dum rei Um bobo obriga a lei A rir-se do que padece.
Se algo há que m entristece E me deixa desolado É o gratuíto estado De quem maneja o insulto Presumindo que é culto Não respeitando sequer A condição de seu ser Nem honrando a tradição Da herança e da lição Que nunca soube aprender.
Poesia?! Pois... É ter A alma desinibida Como pluma da vida Ou bisturi de bem querer Para afagar com prazer As palavras que retratam Os actos que nos maltratam Ou elevam dia a dia Condenando a hipocrisia Aos que dela não se fartam.
Os raios todos me partam As cordas à minha lira Quando tocar a mentira Face às verdades que matam... Pois todos que não acatam A imposição natural Cedo ou tarde, bem ou mal Acabam a soletrar A palavra elementar: Nada... E ponto final!