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Artigos-->Nietzsche e sua Filosofia a Golpes de Martelo -- 08/01/2002 - 23:06 (Taitson Alberto Leal dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


“Quem respirar o ar dos meus escritos, sabe que é um ar das alturas, uma atmosfera forte”.

Friedrich Nietzsche (1844 – 1900)







Eis o Homem! Nietzsche está morto!, mas não sua filosofia. Suas obras estarão sempre à espera, numa estante, aguardando um doente em busca da cura. Sua filosofia está sendo retomada, não somente agora, mas em todas as gerações; a doença de sua época é a doença de todas as épocas da História, é nossa doença: a enfermidade da moral, moral fraca, moral para os fracos, desvelada em sua Genealogia da Moral.



Segundo ele, o indivíduo soberano deve livrar-se da moralidade dos costumes e da camisa-de-força social. Esse indivíduo é único e diferente dos outros: é forte. Este soberano move-se segundo seu instinto e sua Natureza é o oposto da consciência, pois esta tenta reprimir seus princípios fisiológicos. O soberano somente se livra de tais grilhões destruindo sua “memória”, memória esta que o homem utiliza de sacrifícios e sangue para manter; a liberdade somente é alcançada mediante o esquecimento e somente assim a ética pode ser fundada, neste esquecimento dos conceitos morais.



A moral vigente está fundada num conhecimento de si, “sabe-se” o que é o Bem e aplicam-no a todos indiscriminadamente, dotando-o de universalidade.



Nietzsche repudia esta moral e conclama uma ética fundada no cuidado de si, onde o indivíduo, e somente ele, sabe o que é Bom, criando desta forma seus valores; rejeita-se a idéia de Bem e Mal e instaura-se o Bom e Ruim. Entretanto, não mais como idéia universal, mas como ação, pois o homem não precisa saber, precisa agir. É somente pelo corpo que se pode fazer esta afirmação, pois é ele a grande razão da existência.



Nietzsche inaugura uma nova dimensão da existência, definida por ele como imoral. Essa existência torna-se sinônimo de existência autêntica. A existência imoral funda-se no não-conhecer, à qual não se torna estranho o princípio dialético.



Em seu Crepúsculo dos Ídolos, Nietzsche entende por ídolos tudo o que até então era considerado verdade, não só do pensamento metafísico, como também do pensamento moderno. A história da metafísica seria a história de um erro...



Nietzsche define o Cristianismo como um platonismo para o povo. A morte de Deus, anunciada por Zaratustra, significa, precisamente, a morte do deus da metafísica. Ou seja, daquele deus que é apreendido graças aos conceitos, que, segundo Nietzsche, seriam teias que envolvem a face de Deus. Por este motivo, em O Anticristo fala do Deus da metafísica como sendo o Deus-aranha. Nietzsche não mata Deus, somente limita-se a constatar sua ausência em seu tempo, em parte por responsabilidade da metafísica.



Dizer que o homem é um animal racional é insuficiente. Deve-se dizer que o homem é aquele que supera a dimensão abstrata do conhecimento. Neste ato de superação, revela-se a autenticidade do homem como “super-homem” (Übermensch). “Ó! Homem! Excita o cérebro!”, brada o filósofo.



Em janeiro de 1889, Nietzsche teve um desmaio após lançar-se ao redor do pescoço de um cavalo que estava sendo chicoteado pelo tratador numa rua de Turim. Dois dias depois começou a escrever diversas cartas, para Cosima Wagner, para o Rei da Itália e para Jacob Burckhardt, sempre com assinaturas incomuns, tais como: O Crucificado, Dionísio e Nietzsche César. Falece em Weimar a 25 de agosto de 1900. Seu martelo, entretanto, continua em riste.



Eis o Homem!



PS: Gerado ao som de Wagner.







Taitson Alberto Leal dos Santos é graduado em Filosofia pela UNIMEP e participante na pesquisa “O Conceito Sartreano de Liberdade: uma leitura de O Ser e o Nada”, pelo CNPq (2000-2001).
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