Colheita
Larí Franceschetto
Outonal sensação
De estar anoitecendo:
Veia aberta
No pulso de ensandecido,
Pôr-de-sol de tarde pálida.
Todo o amor, que, ainda pulse
Todo rio que, ainda, valha
Toda boca que, ainda fale
Salvam-me, em parte.
Além do limo dos muros
Além das lajes gélidas
E das lavras inválidas
Teço a tarde
Acendendo o fogo
Do tempo
Em que ignorava
Que a chama, apenas, era
De carne efêmera.
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