Usina de Letras
Usina de Letras
21 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62285 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10388)

Erótico (13574)

Frases (50677)

Humor (20040)

Infantil (5458)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3310)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6209)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Meio Ambiente - Emissão de CO2 -- 18/05/2009 - 08:00 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




ECOLOGIA EMISSÃO DE CO2



Edson Pereira Bueno Leal, maio de 2009, atualizado em janeiro de 2.013.







POPULAÇÃO E CO2



A cada sai que passa, o mundo tem que sustentar 213.000 pessoas a mais. Cada ser humano adulto produz, em média, 4,3 toneladas de gás carbônico por ano, sem fazer nada de mais. Por isso o documento final do Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas da ONU diz com clareza que “o crescimento do produto per capita e o da população foram os principais determinantes do aumento das emissões globais durante as três últimas décadas do século XX.” Outro relatório do Fundo de População da ONU afirma que” os gases de efeito estufa não estariam se acumulando de modo tão perigoso se o número de habitantes da Terra não aumentasse tão rapidamente, mas permanecesse em 300 milhões de pessoas, a população mundial de 1.000 anos atrás”.

Segundo o OPT, o máximo que o planeta comporta sem risco de exaustão são 5,1 bilhões de pessoas, mas a ONU calcula a estabilização da população mundial apenas em 2050 com nove bilhões de pessoas. (Veja, 16.12.2009, p. 132-141).



FLORESTAS TROPICAIS ABSORVEDORAS DE CO2



Estudo internacional em 2010 mostra que as florestas tropicais como a Amazônia são as máquinas de fotossíntese mais eficientes do planeta, absorvendo um terço do gás carbônico que é retirada da atmosfera pelas plantas todo ano, 123 bilhões de toneladas de gás por ano, o dobro da quantidade de Co2 que os oceanos absorvem. Selvas tropicais respondem por 34% da captura e as savanas por 26%, apesar de ocuparem o dobro da área. (F S P, 9.9.2010, p. A-14).

Trabalho coordenado por Eric Davidson do Centro de Pesquisas de Woods Hole (EUA) concluiu que o desmatamento, o aquecimento global e a expansão da agricultura estão levando a região a se tornar mais uma fonte dos gases de efeito estufa do que um ralo para absorvê-los. O estudo, publicado na edição de janeiro de 2012 da revista “Nature” foi um balanço de quase 20 anos de pesquisa do LBA, (Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), o maior projeto de pesquisa em ecologia e geociências da região. Ainda não há como estimar o fluxo líquido de carbono para toda a bacia Amazônica . Os efeitos já sentidos são redução de chuvas sob as florestas, ressecamento e morte de árvores, perda da biodiversidade e alteração no volume dos rios. (F S P, 19.01.2012, p. C-7).



PAÍSES EXPORTADORES DE CO2



Steven Davis e Ken Caldeira da Instituição Carnegie de Washington, avaliaram o comércio relacionado a 57 setores da indústria em 113 países e concluíram que quase um quarto do volume de gases de efeito estufa emitido por países pobres (23%), tem como origem produtos vendidos a países ricos. Em 2004, ano base da pesquisa, nações desenvolvidas produziram indiretamente 6,2 bilhões de toneladas de gás carbônico.

Dais pesquisadores indagam. O Co2 emitido para produzir um determinado bem deve ser contabilizado por quem o fabrica ou por quem o consome?

Os maiores compradores de produtos e serviços que geram emissões em milhões de toneladas de CO2 são: EUA 699; Japão 284; Reino Unido 253; Alemanha 233; França 170; Itália 116; Espanha 67; Hong Kong 64; Bélgica 52; Holanda 48.

Os maiores exportadores de CO2 são: China 1.147; Rússia 286; Oriente Médio 177; África do Sul 140; Ucrânia 106; Índia 100; Malásia 68; Tailândia 66; Taiwan 57; Venezuela 33. (F s P, 10.03.2010, p. A-17).



FECHAMENTO DAS USINAS A CARVÃO



O físico James Hansen afirma que “metas de longo prazo são fáceis, porque as autoridades já estarão fora de seus cargos”. Não concordo com metas porque isso permite uma ‘lavagem verde’. As pessoas podem fingir que são verdes estabelecendo metas ambiciosas, mesmo quando elas não tomam os passos iniciais para alcançá-las. O que é necessário é colocar preço nas emissões de carbono.

Veja o caso do Protocolo de Kyoto. Países que assumiram metas mais difíceis, como o Japão, aumentaram suas emissões o consumo de carvão. Eles compensaram suas emissões investindo na China argumentando que baixariam as emissões. Mas as emissões chinesas não caíram. Subiram. Kyoto não é efetivo e levou dez anos para ser negociado. Precisamos de algo mais simples.

Se EUA e China concordarem em taxar o carbono, o resto do mundo os seguiria, porque logo os produtos carregariam em seus preços o custo do carbono. A maior razão pela qual continuamos usando combustível fóssil é porque são mais baratos que os concorrentes.

Prefiro acreditar que o pico das emissões tenha sido 2007 ou 2008, porque agora é provável que as emissões caiam. Deveríamos ver a crise como uma oportunidade de usar a energia de forma mais eficiente e começar a introduzir as energias alternativas. Esse é o momento onde podemos taxar o carbono, porque os combustíveis fósseis estão baratos. Isto é o que precisamos fazer para retornar às concentrações de gases de efeito estufa como as do século 20. Precisaremos fechar todas as usinas a carvão nos próximos 20 anos. Isso é 80% da solução e fará com que as curvas de emissão caiam muito. ““. ( F S P , 15.03.2009 , p. A-24) .

IMPOSTO SOBRE EMISSÕES DE CO2





A França criará a partir de 2010 um imposto progressivo sobre as emissões de CO2, sendo o primeiro país a adotar tal atitude, com o valor fixado inicialmente em 17 euros por tonelada. A gasolina deverá ficar quatro centavos de euro mais cara na bomba, e o gás também ficará mais caro. O preço da luz não muda, pois 80% da eletricidade do país vêm da energia nuclear, que não emite gás carbônico. (F S P, 11.09.2009, p. A-13).

FULIGEM



A fuligem que sai dos escapamentos, das usinas termelétricas e das queimadas, responde por aproximadamente um terço do aquecimento global líquido. Novos estudos estimam a importância de se controlar o carbono negro, que segundo o engenheiro ambiental Mark Jacobson, da Universidade Stanford, pode frear o aquecimento global até duas vezes mais rápido do que a redução do gás carbônico, (F s P, 9.5.2009, p. A-17).



CORTE DE CO2 EM 2020





Um grupo de ONGs formado pelo Greenpeace, WWF, IndyACT, Germanwatch, Fundação David Suzuki, Centro de Ecologia Nacional da Ucrânia e especialistas divulgou em Bonn em oito de junho de 2009 em evento preparatório para a Conferência de Copenhague que os países industrializados precisam reduzir suas emissões de gases estufa em 40% até 2020 e 95% até 2050. Devem ainda prover no mínimo US$ 160 bilhões por ano entre 2013 e 2017 para financiar a redução das emissões e a adaptação á mudança do clima nos países em desenvolvimento.

Os países em desenvolvimento devem ter metas voluntárias de limitar as emissões de gases estufa a 84% acima dos níveis de 1990 até 2020, e 51% até 2050. As emissões de desflorestamento devem ser reduzidas em 75% ou mais até 2020. (F S P, 9.6.2009, p. A-16).

O Japão, quarto maior emissor mundial de gases-estufa, anunciou em 10 de junho uma meta de reduzir em apenas 8% a emissão de gases estufa até 2020. No Protocolo de Kyoto o país já havia assumido o compromisso de diminuir as emissões em 6% entre 2008 e 2012. Para Kim Carstensen, da ONG WWF, a meta “é uma vergonha, e traz um tom errado para as negociações em Bonn. A decisão de Aso [primeiro-ministro do Japão], influenciada por poluidores em vez de pelo público, torna mais difícil chegarmos a um bom acordo”. (F s P, 11.06.2009, p. A-17).

PROPOSTAS DA NASA PARA 2050.



Estudo coordenado pela NASA sugere estratégias contra o metano e a fuligem, como meio de combater o aquecimento, em vez de centrar esforços só em CO2. Isso reduziria o aquecimento global de 2,2 ° C para 1,7° C em 2050.

Se o planeta adotar 14 medidas contra essas substâncias, combateria a mudança climática, evitaria mortes por doenças respiratórias e aumentaria a produtividade agrícola.

Propostas contra o metano:

1. Estender técnicas que evitam o vazamento de gás em minas de carvão;

2. Eliminar as perdas e queimar o gás que hoje escapa em campos de petróleo;

3. Reduzir vazamentos em gasodutos;

4. Separar o lixo biodegradável para reciclagem, compostagem e uso de biomassa;

5. Aprimorar o tratamento de esgoto para capturar o metano que escapa das estações;

6. Controlar emissões da pecuária, usando um tratamento especial para o esterco;

7. Arejar as plantações de arroz para reduzir as emissões em plataformas alagadas.

Propostas contra a fuligem:

1. Substituir a frota de veículos muito antigos que emitem poluição demais;

2. Instalar filtros especiais nos veículos a diesel;

3. Banir a queima de resíduos da agricultura ao ar livre;

4. Substituir fornos a lenha por fornos a gás ou combustíveis de queima limpa;

5. Levar os países pobres a tecnologia de fornos por queima de biogás;

6. Substituir tijolos de barro por vigas verticais ou por tijolos de fornos mais eficientes;

7. Substituir fornos a queima de coque por fornos mais eficientes. (FS P, 13.01.2012, p. C-7).

CORTE TOTAL DE CO2 EM 2100



Estudo de um grupo de pesquisadores da Universidade de Victoria no Canadá, publicado na revista Geophysical Reseaech Letters, concluiu que é necessário cortar 60% na emissão de gases até 2050 para evitar que até 2100 a Terra aqueça 2°C além do normal, nível classificado como “perigoso”. E se a humanidade quiser uma solução duradoura para o problema do aquecimento global, será preciso cortar em 100% a emissão de gases do efeito estufa e isto estabilizaria o aumento da temperatura em 1,5°C, abaixo do nível perigoso. Se nada for feito a temperatura deverá subir em até 2,6°C em 2100, acima do limite de perigo. (F S P, 15.10.2007, p. A-15).

NÍVEL MAIS ALTO EM 800 MIL ANOS



Estudo do Épica (projeto Europeu para testemunhos de Gelo na Antártida) analisou bolhas de ar presas no gelo a 3.400 metros de profundidade e constatou que os gases do efeito estufa dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4), atingiram os níveis mais altos na atmosfera, nos últimos 800 mil anos. As concentrações atuais são de 28% de CO2 e 124% de CH4 mais altas que em qualquer período dos últimos 800.000 anos. (F S P, 15.05.2008, p. A-17).

EMISSÃO EM 2009



A recessão global resultou na maior redução de emissão de gases estufa, em ao menos quatro décadas, criando uma oportunidade “única” para afastar o mundo do padrão de crescimento altamente baseado em carbono, segundo a AIE. A desaceleração da produção industrial é uma das responsáveis, além de outros fatores como a suspensão de projetos de usinas de carvão.

Pela primeira vez também, as políticas públicas para cortar emissões tiveram impacto importante, respondendo por um quarto da baixa, uma proporção “sem precedentes”. Três iniciativas tiveram especial efeito: a meta da União Européia de reduzir as emissões em 20% até 2010; os padrões para as emissões de carros fixados pelos EUA; e as políticas de eficiência energética pela China”. (F S P, 21.09.2009, p. B-10).

CONTROLE DE EMISSÕES PODE BAIXAR O AQUECIMENTO



Um grupo de cientistas liderado pela Universidade de Reading, no Reino Unido, fez simulações em computador e conclui que em um ambiente com medidas severas para reduzir as emissões, o impacto das consequências é reduzido entre 20% e 65% dependendo da área considerada. Algumas delas , inclusive , podem ser evitadas por várias décadas. Das áreas analisadas, a produtividade das lavouras, as enchentes e a energia são as que mais se beneficiariam com a redução das emissões e o aumento da temperatura estacionado em 2% até 2.100. ( F S P , 14.01.2013, p. C-6) .



PRODUTIVIDADE DE CARBONO



Análise feita pelo McKinsey Global Institute conclui que se o mundo quiser evitar um desastre climático e ao mesmo tempo manter o crescimento econômico, precisará aumentar em oito vezes a quantidade de dólares gerados na economia por tonelada de gás carbônico queimado.

A última vez em que o mundo viu uma mudança de produtividade dessa magnitude foi na Revolução Industrial e ela levou 125 anos, tempo que a humanidade hoje não dispõe.

O custo dessa mudança até 2030 será de no máximo 1,4% do PIB mundial, menos ainda que os 3% estimados pelo IPCC. A chamada “produtividade do carbono” média da economia global é hoje de US$ 740 de PIB por tonelada de CO2 emitido. Em 2050, o valor precisará alcançar US$ 7.300 de PIB por tonelada de CO2. A Noruega é o país mais próximo da meta com US$ 4,700 de PIB por tonelada de CO2. O Japão tem US$ 3.000, os EUA US$ 2.000 e a China US$ 1.200.

Segundo Eric Beinhocker, da McKinsey e coautor do relatório, 70% do abatimento de emissões de CO2 pode ser feito com tecnologias existentes hoje em dia, portanto não é preciso uma “revolução tecnológica”.

Entre as alternativas já viáveis estão o uso de biocombustível da cana-de-açúcar, o uso de lâmpadas mais eficientes, aumentar a eficiência de aviões, investir em energia nuclear e reformar termelétricas. Investir em energia solar, eólica e alterar o uso do carvão para gás. O desmatamento evitado, sozinho, responde por 12% do potencial global de redução de emissões. Se o reflorestamento é somado, dá 25% do total mundial. (F S P, 29.06.2008, p. A-26).



REDUÇÃO POUCO VIÁVEL



Para o prof. Dominique Bourg, professor do Instituto de Ciências Políticas de Paris “De fato, não é possível reduzir em 40% as emissões de CO2 até 2020 só por meio do avanço tecnológico. Também será preciso modificar nossos modos de vida, tanto em termos de consumo, quanto de transporte. Em outros termos , ou as democracias mudam , reintroduzindo o primado do coletivo diante de um hiperindividualismo consumista, ou elas tenderão a se apagar diante dos regimes autoritários... A proposta dos EUA para 2020 é ridícula, pois lida com dados de 1990 e defende uma redução [na emissão de gases] de 3%%! Já a proposta da China, de reduzi-la em 45% para cada ponto percentual do PIB é muito construtiva. “(F s P, Mais 6.12.2009, p. 10).

CAMADA DE OZÔNIO ESTÁVEL



A camada de ozônio manteve-se estável na última década e até o meio do século ela deve ficar gradualmente mais grossa e voltar a ser como antes dos anos 1980. Na Antártida ela deve se fechar no fim do século 21. As conclusões são de estudo elaborado pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e devem-se ao sucesso da interrupção da produção de CFCs, tomada em 1987. ( F S P , 17.09.20l0 , p. A-14) .



CORTES POR SETOR PARA REDUÇÃO DO EFEITO ESTUFA



Manejo de Lixo – corte de 1,3 a 2,6 bilhões de toneladas de CO2.

Para já – Captura do metano emitido por aterros. Uso de incineradores para gerar energia. Compostagem e medidas que reduzam o acúmulo de lixo.

Para 2030 – otimização de tecnologias de oxidação do metano emitido pelo lixo.

Edificações – corte de 5,7 a 6,0 bilhões de toneladas de CO2

Para já – prédios de arquitetura inteligente economizando energia em iluminação, ventilação, aquecimento e resfriamento. Troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes. Aperfeiçoamento dos eletrodomésticos.

Para 2030 – prédios com painéis solares gerando sua própria energia. Cobrança inteligente, com relógios de luz em tempo real, criando incentivos.

Agropecuária – corte de 2,3 a 6,4 bilhões de toneladas de CO2.

Para já – Armazenamento de carbono em solo para agricultura e pasto. Recuperação de solos degradados, manejo em pecuária e plantações de arroz para reduzir emissão de metano e adubo que emite menos óxido nitroso. Aumentar a eficiência energética da agricultura mecanizada.

Para 2030 – melhorar ainda mais a produtividade de plantações.

Indústria – corte de 2,5 a 5,5 bilhões de toneladas de CO2.

Para já – adoção de equipamentos elétricos econômicos, geração de energia com calor disperso em equipamentos e reciclagem de materiais.

Dois químicos da UFMG se uniram a uma empresa e conseguiram desenvolver um filtro com esferas de cerâmica capaz de seqüestrar 40% do Co2 emitido pela queima de combustíveis nas chaminés. O CO2 pode ser reutilizado como insumo para indústrias como a de refrigerantes, cujas borbulhas são gás carbônico. A invenção, que deve ser objeto de patente internacional ainda deve ser aperfeiçoada para reter até 60% do CO2. (F S P, 25.10.2009, p. A-23).

Para 2030 – aprimoramento de técnicas para capturar gases estufa emitidos na fabricação de cimento, amônia e na metalurgia de ferro e alumínio.

Energia

Corte de 2,4 a 4,7 bilhões de toneladas de CO2.

Para já – melhorar a eficiência energética de usinas e redes de distribuição. Trocar carvão por gás em termelétricas. Usar calor dispersado em caldeiras para gerar energia. Maior uso de energias renováveis – hidrelétrica, solar, eólica, geotérmica ou biomassa.

Para 2030 – Desenvolver energia renovável mais barata e eficaz. Reatores nucleares mais poderosos e limpos. Capturar CO2 emitido por termoelétricas e injetá-lo no solo. Usinas movidas a ondas e marés.

Transporte

Corte de 1,6 a 2,5 bilhões de toneladas de CO2.

Para já – produção de carros mais econômicos. Uso de biocombustíveis em substituição aos derivados de petróleo. Maior uso de trens. Maior planejamento urbano para ciclistas e pedestres.

A Comissão Européia apresentou uma proposta de lei que estipula, para os carros fabricados a partir de 2012, um limite de emissão de 120 gramas de dióxido de carbono por quilômetro rodado. Isso significa uma redução de 25% em relação ao nível médio das emissões atuais. (Veja, 26.12.2007, p. 90).

Para 2030 – Uso de biocombustíveis de segunda geração como etanol de celulose e veículos elétricos mais potentes. Economia no consumo em aviões.

Florestas

Corte de 1,3 a 4,2 bilhões de toneladas.

Para já – plantio, manejo e preservação florestal. Uso de biomassa de floresta plantada para substituir combustíveis fósseis.

Para 2030 – melhorar monitoramento de florestas. Plantio de árvores que absorvam mais carbono.





ENTERRO DE CO2



Há 20 anos pelo menos, as empresas de petróleo injetam gás carbônico (CO2) em alguns de seus poços para ajudar a retirar o resto de petróleo existente.

Segundo estimativas do IPCC é preciso eliminar 25 bilhões de toneladas de CO2 por ano até 2050. O enterro de CO2 pode atender a 21% desta meta.

O carbono que será emitido para a atmosfera nas refinarias é captado por uma chaminé e depois injetado no subsolo.

Segundo documento apresentado em seis de junho de 2008 pela IEA – Agência Internacional de Energia, a eficiência energética, o investimento em massa nas fontes renováveis e a estocagem de carbono irão custar US$ 45 trilhões até 2.050, um pouco mais de 1% do PIB mundial. A IEA prevê que até 2.050 quase 20% da diminuição do carbono atmosférico poderá ocorrer por meio desta estratégia. (F S P, 7.6.2008, p. A-27).

Segundo João Marcelo Deter, da Ceplac, “O Brasil sozinho, tem capacidade para estocar o que o planeta emite em 80 anos”. Segundo ele, no mundo existe potencial de estocar um trilhão de toneladas de CO2 em reservatórios de petróleo, 10 trilhões em aqüíferos e 40 bilhões em minas de carvão.

Porém a logística de captura do CO2 e o seu transporte para o reservatório é um problema ainda a ser resolvido, pois vazamentos podem matar as pessoas próximas, como aconteceu em 1986 quando 1700 camaronenses morreram após vazar um depósito natural do gás em um vulcão.

Existem atualmente no mundo três projetos em grande escala de seqüestro de carbono. O pioneiro funciona na Noruega em Sleipner, é feito sob o mar, pela petrolífera local Statoil. No Canadá, em Weyburn, em terra firme é feito o estoque de carbono capturado nos EUA pela canadense Em Cana. O terceiro fica na Argélia, em In Salah e está associado com o gás natural. Cada um seqüestra até dois milhões de toneladas de CO2 por ano.

A Petrobrás irá fazer no segundo semestre de 2008 injeções em larga escala de carbono em terra na Bahia, e sob o mar, na bacia de Campos e espera chegar em 2014, com um armazenamento de 10 milhões de toneladas de CO2 por ano. (F S P, 20.01.2008, p. A-31).

Trabalho, liderado pelo geólogo Chris Ballentine, da Universidade de Manchester, mostra que uma estocagem de carbono ocorreu de maneira segura em formações geológicas profundas que receberam injeção natural de CO2, por baixo, via vulcanismo ou outros processos. Conhecendo a idade geológica dos sítios e usando uma técnica especial para saber se houve vazamento de CO2, o cientista conseguiu provar que o gás pode ficar aprisionado dissolvido por tempo praticamente indeterminado. Ballentine e colegas estimam que seja possível que essa segurança também exista para a injeção de CO2, antropogênico, gerado por atividades humanas, artificialmente, desde que seja feita de forma planejada. (F S P, Mais, 5.4.2009, p. 9).

Estimativas apontam que somente nas duas áreas com servas delimitadas no pré-sal, os campos de Tupi e Iara, onde há acúmulo de até 12 bilhões de barris de óleo e gás, existam 3,1 bilhões de toneladas de CO2. Como a projeção é somente na fase inicial de desenvolvimento é instalar 10 plataformas com capacidade3 de produção de 150 mil barris/dia cada, a empresa se tornaria em uma das maiores emissoras de CO2 do mundo.

A Petrobrás estuda reinjetar o CO2 extraído do pré-sal nos próprios reservatórios. A técnica é conhecida, mas não é utilizada em larga escala. Esse é o maio desafio da Petrobrás . (F S P, 31.05.2009, p. A-24).

Em artigo publicado na revista “Science”, Stuart Haszeldine, geólogo da Universidade de Edimburgo afirma que o mecanismo CS (captura e armazenamento de carbono), levaria ao menos 10 a 20 anos para se tornar praticável. O grande desafio é o custo. Especialmente na primeira etapa quando ocorre a separação do CO2 nas fontes. A concentração de nitrogênio, nas termelétricas a carvão é muito alta. Entre 4 e 15% dos gases emitidos é CO2 e esse processo é muito caro. (F S P, 27.09.2009, p. A-20).

O biólogo Bráulio Dias, secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), órgão da ONU responsável por fazer com que países avancem na implementação de políticas de conservação ambiental, afirma que “ Várias empresasa de petróleo, incluindo a Petrobrás, já tem pesquisas que mostram ser possível reinserir no solo o gás carbônico liberado durante a extração. Isso é maravilhoso, mas, se não for empregado adequadamente , em regiões de forte atividade sísmica, o gás pode ser liberado novamente durante um terremoto.” ( Revista Veja, 30.01.2013, p. 14



QUEIMADAS E EFEITO ESTUFA



Segundo artigo publicado na revista “Science” de abril de 2009, as queimadas contribuem para o efeito estufa e entre 1997 e 2006 os trópicos asiáticos contribuíram com 54% das emissões e os trópicos americanos 32% e a África 14%%.

Deixar de queimar propositalmente as florestas tropicais, savanas e áreas agrícolas pode baixar o aquecimento global em 19%%. (F s P, 25.04.2009, p., A-21).





TRANSPORTE MARÍTIMO E EMISSÃO DE CO2

Segundo relatório produzido pela ONU, os navios lançam na atmosfera todos os anos 1,1 bilhão de toneladas de gás carbônico. Sozinha, essa quantia corresponde a 4,5% de todas as emissões provocadas pelas atividades humanas. O novo cálculo modifica estimativas anteriores que consideravam pouco significativa a emissão feita pelos navios. Estima-se que os navios emitam entre 18 a 30% de todos os óxidos de nitrogênio, 9% dos óxidos de enxofre e causem 4% das emissões de gases que afetam o aquecimento global.

A implementação de novas tecnologias modernas, tanto em frotas antigas, quanto em novas, pode reduzir as emissões do setor em até 28%%, nos próximos 12 anos. (F S P, 14.02.2008, p. A-20).

Levantamento feito por um grupo americano, a partir da análise de 211 navios na região do Golfo do México e extrapolado para a frota mundial de 100 mil navios com capacidade de carga maior do que 100 toneladas chegou a um total de 900 mil toneladas de material particulado por ano, ou seja, metade da emitida pelo tráfego rodoviário global que chega a 2,1 milhões de toneladas. (F s P, 28.02.2009, p. A-19).

Dois pesquisadores da empresa francesa CLS usaram imagens de radar feitas pelo satélite europeu de monitoramento do meio ambiente Envisat e produziram uma imagem da densidade de rotas de navios em torno da Europa. Verificaram que em torno de 70% das emissões de poluição dos navios é feita no máximo a 400 km da terra e 85% da poluição marítima ocorre no hemisfério norte.

A IMO, Organização Marítima Internacional, agência da ONU definiu que até 2020, o nível de enxofre no combustível dos navios deverá ser reduzido em 90%%. Os EUA, em março de 2009 definiram pela sua agência ambiental EPA, a proposta de criação de uma zona-tampão de 200 milhas náuticas em torno da costa do país, na qual, a partir de 2015, os navios teriam que usar combustíveis limpos, no máximo com no máximo 1.000 partes por milhão de enxofre. Atualmente há combustíveis navais com até 27.000 partes por milhão .

Para efeito de comparação, um carro que percorre 15.000 km por ano, emite 101 gramas de óxido de enxofre e um navio movido a diesel que navega 280 dias por ano produz 5.200 toneladas de óxido de enxofre. Segundo Daniel Lack, pesquisador da Noaa e da Universidade do Colorado, os cerca de 51 mil navios mercantes navegando em 2009, emitem um volume de poluentes particulado equivalente a 300 milhões de automóveis, metade da frota de veículos de todo o planeta. (F S P, 25.05.2009, p. A-13).

TRANSPORTE AÉREO E EMISSÃO DE CO2



Projeções feitas por grupos europeus e pelo IPCC indicam que a emissão anual de CO2 dos aviões é algo em redor de 650 milhões de toneladas de CO2. O poder de mitigação de novas tecnologias no caso dos aviões pode causar uma redução de no máximo 12% nas emissões aéreas. (F S P, 14.02.2008, p. A-20).

Os biocombustíveis tem potencial para deter 10% do consumo da aviação no horizonte de 5 a 7 anos , segundo o diretor de Estratégia Ambiental da Boeing , Per Norén.

A substituição total ainda não é viável. Em fevereiro de 2008, a Virgin Atlantic fez um vôo de demonstração com uso de babaçu e de óleo de coco em 10% de uma das turbinas.

Segundo Norén, “estamos fazendo testes com diferentes companhias e produtos ao redor do mundo”. Há uma necessidade de cooperação entre países e esforços para melhoria de infraestrutura.

Dados da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo) indicam que o setor de aviação contribui com 2% das emissões de gás carbônico. O percentual é pequeno quando comparado com setores como o rodoviário e de geração de energia e aquecimento, mas o crescimento da indústria tende a impulsionar o aumento das emissões.

Companhias e fabricantes de aviões se comprometeram com a Atag (Air Transport Action Group) a focar em melhorias da ordem de 25% na eficiência do consumo de combustível e na redução das emissões até 2.020. A Boeing trabalha com a estimativa de crescimento da economia mundial de 3,1% ao ano até 2026. O número de passageiros deve aumentar em um ritmo de 4,5% ao ano no período. Atualmente, o querosene representa 40% dos custos de uma companhia aérea. (F S P, 20.06.2008, p. B-9).

Segundo os pesquisadores Malte Meinshausen e Sarah Raper, em 2005, a aviação foi responsável por 2,8% das emissões de CO2. E, levando em conta o efeito da fuligem, de outros gases e das nuvens produzidas pelos aviões, os cientistas concluíram que o setor foi o responsável por 4,7% da mudança climática provocada pelo homem entre 1940 e 2005, representando um aumento na temperatura global em 0,028° C. O Acordo Global de Aviação, AGD assinado por empresas aéreas, propõe limitar até 2020 as emissões de CO2 ao nível de 2005 ou reduzi-las em cinco ou em 20%%. Os cientistas consideram necessária a redução entre 25 a 40% das emissões até 2020, em relação aos níveis de 1990. (F s p, 24.06.2009, p. A-18).



CORTE NAS EMISSÕES DE CO2



O presidente americano Barak Obama anunciou em 19 de maio de 2009 um plano para tornar mais eficientes os carros e para reduzir o uso de combustíveis. É a primeira regra federal americana de combate às emissões de gases de efeito estufa. Ao lançar o novo plano, afirmando que “durante décadas, pouco fizemos para aumentar a eficiência dos carros e caminhões americanos”, estava cercado por executivos da indústria automobilística dos EUA, do Japão e da Europa.

As novas regras cortarão em 30% a poluição no setor de automóveis até 2016, exigindo aumentos anuais de 5% na eficiência energética entre 2012 e 2016. Os veículos leves e caminhonetes deverão rodar em média 15,1 km por litros de combustível, contra 10,6 atualmente. A medida vai economizar 1,8 bilhão de barris de petróleo e evitar a emissão de 900 milhões de toneladas de carbono. O preço de produção dos veículos deve aumentar em cerca de US$ 600, mas os compradores de carro irão recuperar o gasto com economia de combustível. (F S P, 20.05.2009, p. A-16).



DIMINUIÇÃO DO DESMATAMENTO E REDUÇÃO DO CO2





Segundo estimativa da Secretária Nacional de Mudança Climática, Suzana Khan a redução do desmatamento da Amazônia que ocorreu entre 2004 e 2008 fez o Brasil deixar de emitir dois bilhões de toneladas de CO2 mais do que emite o Japão e o próprio Brasil por ano. No período analisado houve uma diminuição da taxa de desmatamento de 53 mil km2 em relação ao período 2003-2004. (F S P, 29.06.2009, p. A-18).



ÓXIDO NITROSO



O óxido nitroso (N2O), produzido principalmente pela agricultura e pelas queimadas , segundo conclusão de três pesquisadores da Noaa (Agência Espacial de Oceanos e Atmosfera dos EUA), já ultrapassou os clorofluorcarbonos como principal agente de destruição do ozônio.

Em 2050, esse gás sozinho deve representar 30% do potencial de destruição da camada de Ozônio. Esse gás é estável na atmosfera e pode durar centenas de anos o que aumenta seu potencial negativo. (F S P, 28.08.2009, p. A-18).



REFUGIADOS DO CLIMA



Relatório mundial do UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), afirma que o aquecimento global aumentará o número de migrantes em todo o mundo e exigirá que todos os países estejam preparados para dar condições de vida dignas a essas populações.

Segundo o texto, nas duas últimas décadas, os registros de desastres naturais passaram de cerca de 200 por ano para mais de 400. Sete em cada dez dessas tragédias foram de alguma maneira, relacionadas com o clima. Elas afetam por ano cerca de 211 milhões de pessoas, número que só tende a crescer.

O mais provável é que esses movimentos migratórios ocorram dentro dos próprios países ou em zonas de fronteiras. Isso já está acontecendo com populações que dependem de geleiras tropicais em países andinos , como a geleira de Chacaltaya na Bolívia que praticamente secou impedindo práticas de esporte como esqui e afetando o abastecimento de água, geração de energia e a agricultura das regiões em seu entorno . (F S P, 19.11.2009, p A-24).







Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui