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Artigos-->Meio Ambiente - Os Oceanos -- 14/05/2009 - 09:31 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


ECOLOGIA – OS OCEANOS







Edson Pereira Bueno Leal, maio de 2009, atualizado em maio de 2.012.





Estima-se que 40% da área dos oceanos estejam gravemente degradadas pela ação do homem. Nas últimas cinco décadas, o número de zonas mortas nos oceanos cresceu de três para 150. Das 1.400 espécies de coral conhecidas, 13 estavam ameaçadas de extinção há dez anos. Em 2008 são 231. (Veja, 5.11.2008, p. 97).

A maior pesquisa já feita sobre a correlação entre o aquecimento global e as mudanças ambientais, publicada em maio de 2008 na revista “Nature” constatou declínio do krill no oceano Austral, aumento da abundância de plâncton em regiões mais frias e decréscimo de plâncton em regiões mais quentes no Atlântico Nordeste e aumento da abundância de espécies tropicais e subtropicais.

De modo geral os países em desenvolvimento serão os mais afetados, e os países mais pobres sofrerão os piores efeitos. Até 2030 os efeitos serão modestos, crescendo entre 2030 e 2050.

Cerca de 3,5 bilhões de pessoas podem estar em zonas de risco da dengue em 2085. Até 20% da população mundial estará em zonas sujeitas a inundação em 2080. Cerca de 200 milhões vivem em sete megadeltas da Ásia, uma das zonas de maior risco de alagamento. As previsões de aumento da temperatura até 2.100 vão de 1,8 C na hipótese otimista a até 4,0 na hipótese mais pessimista. (F S P 7.4.2007, p. A18-A19).

O IPCC e o ex-vice-presidente americano Al Gore foram os vencedores do Prêmio Nobel da Paz de 2007. , pelos “esforços de ampliar e disseminar um conhecimento amplo sobre mudanças climáticas provocadas pelo homem e por estabelecer as bases para reverter tais mudanças”. ( F S P , 13.10.2007, p. A-14) .

Segundo o físico John P. Holdren, conselheiro dos democratas sobre mudança climática desde o governo Clinton, “O clima está mudando de uma maneira incomum, E o IPCC, que é um corpo conservador, concluiu que há mais de 90% de chance de que os humanos sejam responsáveis pela maioria das mudanças que estamos observando. Eu diria que há mais de 95% de probabilidade de que os humanos sejam responsáveis por mais de 80% do fenômeno. (F S P, 2.1.2008, p. A-12).

AUMENTO DO NÍVEL DO MAR



Entre 1993 e 2006 foram medidos aumentos de 3,3 mm/ano acima da previsão de dois mm/ano. A previsão para o século 21 é de que o oceano pode subir entre 28 cm e 43 cm, feita pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), criado pela ONU. (F S P. 2.2.2007, p. A-14).

Nova estimativa feita pelo Laboratório Oceanográfico Proudman, de Liverpool na Inglaterra apresenta conclui que o derretimento de geleiras, o desaparecimento de plataformas de gelo e a expansão da água aquecida poderão deixar o nível médio dos oceanos de 80 cm a 1,5 metros mais alto até o fim do século. Segundo a autora principal do estudo, Svetlana Jevrejeva, seus números estão baseados em um novo modelo matemático que conta com a reconstrução precisa dos níveis das marés por dois milênios. Durante 17 séculos o nível do oceano permaneceu relativamente estável, mas passou a se acelerar depois. Uma elevação de dois centímetros foi notada durante o século 18, uma de seis centímetros foi registrada no século 19, e uma de 19 cm ocorreu no século passado. “Aparentemente, a elevação rápida no século 20, se deve ao derretimento de plataformas de gelo”. Para os autores, os estudos considerados pelo IPCC não levam em conta a interação entre plataformas de gelo e a água derretida remanescente delas, que acelera o fenômeno. (F S P, 16.04.2008, p. A-21).

Para os céticos a atual elevação do nível do mar está dentro da oscilação característica dos últimos 300 anos. No século passado, o nível dos mares cresceu 20 centímetros, sem nenhum efeito perceptível.

Um grupo de cientista que publicou um trabalho na edição de dezembro da revista “Nature Geoscience”, estudando um período de 5.000 anos, de 119 a 124 mil anos atrás, quando a Terra era bastante quente , chegou à conclusão que o nível do mar pode subir 1,6 metros, exatamente o dobro do que os cientistas do IPCC previram para 2100 que é de 0,8 metros. (F S P, 17. ’12.2007, p. A-16).

A elevação do nível do mar atribuída ao aquecimento global é causada por dois fenômenos: a chamada expansão térmica (água mais quente tende a ocupar um volume maior) e o derretimento das geleiras de montanha (Alpes, Andes e Himalaia) e dos mantos de gelo da Antártida e da Groelândia.

Uma série histórica de dados obtida por pesquisadores de Taiwan revelou que, ao, ao longo dos séculos 20 e 21, a humanidade “sequestrou” em 29.484 reservatórios, 10.800 quilômetros cúbicos de água. Isso bastou para reduzir o nível dos oceanos nesse período em três centímetros. Não fosse essa água retida o nível do mar teria subido 2,46 milímetros ao ano nos últimos 80 anos em vez do 1,7 milímetros anuais observados desde o começo do século 20. (F s P, 14.03.2008, p. A-16).

Pesquisa feita por Cátia Domingues, John Church e Susan Wijffels da Csiro, organização nacional de pesquisas da Austrália, publicada na edição de junho da revista científica “Nature” conclui que os oceanos estão esquentando 50% mais do que se imaginava até agora. Os pesquisadores retificaram medições feitas por um aparelho chamado XBT que mede temperaturas, mas não mede profundidade, em estudo realizado pelo americano Sydinei Levitus e o japonês Masayoshi Ishii e que erraram nas medições das inferências da temperatura da camada superficial do oceano, de até 700 metros de profundidade. Os erros nos cálculos foram identificados e corrigidos e com a nova estimativa os cenários indicam uma subida de 18 a 59 cm no fim de 2.100 que é o pior cenário estimado pelo IPCC. (F S P, 19.06.2008, p. A-20).

As Ilhas Maldivas são um país formado por 1.200 ilhas das quais apenas 200 são habitadas. O país foi um protetorado britânico até 1965 e com a independência virou um sultanato islâmico onde ditadores se revezaram no poder. Mohamed Nasheed é o primeiro presidente escolhido em eleições com mais de um candidato. E assumiu com um problema. O país é o mais baixo do planeta, seu ponto mais alto está a 2,3 metros acima do nível do mar e 80% do território abaixo de 1 metro. Se o nível do mar subiu 2,3 metros até 2.100 como prevê a ONU, o país vai desaparecer. O presidente assumiu prometendo criar um fundo para financiar a compra de terras na Índia, Sri Lanka ou Austrália para a população se mudar caso o pior aconteça. Em Male , capital do país, 100.000 pessoas estão comprimidas em apenas 2 km2 , tamanho da área protegida por um quebra mar de 3 metros.

O pequeno arquipélago de Kiribati, na Oceania, tem apenas 110.000 habitantes em 33 ilhas, das quais duas já submergiram. O quebra mar em torno do atol principal, Tarawa, está em pedaços. Na vizinha Tuvalu, conhecida por alugar seu domínio na Internet, formado por nove pequenos atóis de coral, o ponto mais alto está a apenas 5 metros do nível do mar.

Cerca de 65% das cidades com mais de cinco milhões de habitantes estão em áreas costeiras de baixa altitude. (Veja, 19.11.2008, p. 94-95).



Estudo realizado por Mark Siddall e colaboradores, do Observatório da Terra Lamont Doherty, EUA, baseado em oscilações do nível médio do mar ao longo dos últimos 22 mil anos e apresentado na revista “Nature Geoscience”, mostra que o nível médio do mar vai subir entre sete e 82 centímetros até 2100, por causa das mudanças climáticas globais. Pelos dados do IPCC, a subida média do nível do mar ficará entre 18 e 59 centímetros, portanto os dados são coincidentes. (F SP, 27.07.2009, p. A-13).

Estudo feito por cientistas da Universidade Colorado, nos EUA, a partir da análise de dados das sondas gêmeas Grace da NASA, que desde 2002 fazem o mapeamento da massa e da gravidade terrestre, e publicado na revista on-line “Nature”, conclui que as geleiras e áreas cobertas por gelo na Terra perderam 536 bilhões de toneladas por ano entre 2003 e 2010, o que resultou na elevação de 12 milímetros no nível médio do mar nesse período. O volume equivale ao dobro da quantidade de água que existe no rio Amazonas e 0,002% de toda a quantidade de gelo que se estima existir no mundo. Para Paolo Alfredini , professor do departamento de engenharia hidráulica e ambiental da USP, a extrapolação do resultado para um prazo de cem anos , permite estimar que algumas áreas do Brasil vão ter elevação de até um metro do nível do mar , o que pode significar em praias com declive suave , um avanço do mar de até cem metros sobre a costa. (F S P, 9.2.2012, p. C-9).



ACIDIFICAÇÃO DA ÁGUA





A acidificação dos oceanos é um dos efeitos mais temidos do aquecimento global. Ela não tem a ver diretamente com a elevação de temperatura, mas mesmo assim estima-se que possa causar um impacto enorme na vida marinha. Os oceanos são a principal “esponja” do CO2 em excesso emitido por atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis. Na água, o gás carbônico forma ácido carbônico. Este, por sua vez dissolve o carbonato de cálcio, matéria-prima dos esqueletos dos corais, das conchas dos moluscos e das carapaças dos micro-organismos do fito plâncton.

Além de ameaçar a vida de milhares de espécies calcificadoras, a acidificação tem outro aspecto negativo: as carapaças calcárias dos organismos marinhos são um mecanismo vital de “seqüestro” de carbono , já que se depositam no fundo do mar quando essas criaturas morrem , formando rocha calcária. Sem esse “sequestro”, a capacidade do mar de absorver CO2 fica comprometida e o mundo pode ficar ainda mais quente.

O dióxido de enxofre (CO2), emitido por atividades humanas tem tornado a água do oceano tão ácida que ela está corroendo conchas e esqueletos de estrelas-do-mar, corais, moluscos, mexilhões e outros. Essa acidificação já tinha sido constatada em águas profundas longe do litoral e se constatou que o fenômeno está aparecendo em águas mais rasas do Pacífico, numa faixa do México ao Canadá. Estes dados foram coletados em um cruzeiro de pesquisa realizado em 2007 pelo laboratório Ambiental Marinho do Pacífico, que faz parte do NOAA, agência climática dos EUA. (F S P, 23.05.2008, p. A-15).

Um grupo de oceanógrafos europeus descreveu as mudanças na fauna e na flora marinhas em águas cuja acidez local se assemelha à que os cientistas projetam para os mares do mundo todo no final desde século. Eles estudaram uma comunidade na costa da ilha de Ishia, no Mar Mediterrâneo. Ali, chaminés vulcânicas submarinas cospem CO2 e outros gases o tempo todo, tornando o PH mais baixo, ou seja, deixando a água mais ácida.

Os estudos anteriores eram em pequena escala, de curto prazo e de laboratório. O estudo é o primeiro em grande escala. O que o grupo viu, foi um rearranjo do ecossistema, com a morte dos corais. Comunidades marinhas inteiras mudam devido aos efeitos de longo prazo da acidificação.

Medições realizadas por Hall-Spencer e seu grupo em águas mais próximas das chaminés cujo PH era de 7,8 ou 7,9, mostraram uma redução de 30% no número de espécies em comparação com ambientes semelhantes de PH normal (8,1 a 8,2). Com o sumiço dos corais, as algas verdes tomaram conta do ecossistema. OU seja, o panorama nos oceanos com a acidificação pode ser o desaparecimento dos corais e ouriços do mar e em seu lugar o surgimento de algas verdes e outras espécies invasoras com todos os efeitos negativos daí decorrentes. (F s P, 9.6.2008, p. A-15).

Cerca de 155 cientistas de 26 países lançaram o manifesto chamado Declaração de Mônaco, afirmando que o aumento da acidez interfere no crescimento e na saúde de crustáceos e está comendo os recifes de coral, processo que acabaria por afetar as teias alimentares marinhas em geral. Até agora, o grupo afirma, já houve diminuição detectável de moluscos, no peso das conchas e interferência no crescimento dos corais. (F s P, 31.01.2009, p. A-16).

Segundo estudo publicado na revista “Science” em fevereiro de 2012, feito pela equipe liderada por Barbel Honisch, da Universidade Columbia, que analisou todos os registros geológicos, os oceanos da Terra estão ficando mais ácidos a uma taxa que parece não ter precedentes nos últimos 300 milhões de anos. Cerca de metade do CO2 emitido no planeta acaba sendo absorvido pelos oceanos e esta é a principal causa do aumento da acidez. A água está ficando menos alcalina, ainda não pode ser classificada como ácida, mas a mudança é suficiente para que haja menos carbonato – componente essencial das conchas e carapaças de organismos marinhos, afetando moluscos, corais, estrelas-do-mar e micro-organismos com carapaça. Um fenômeno parecido no Eoceno há 56 milhões de anos, levou 5.000 anos para se consumar, extinguindo organismos marinhos e o ritmo atual de acidificação é dez vezes maior podendo chegar à mesma situação até o fim do século. (F S P, 2.3.2012, p. C-9).



AUMENTO DE DESERTOS MARINHOS



Estudo publicado em maio de 2008 na revista “Science”, identificou cinco zonas oceânicas com pouca quantidade de oxigênio, principalmente na faixa tropical do planeta. Estas áreas pobres de oxigênio, em uma faixa que varia de 300 a 700 metros de profundidade, sofreram uma expansão vertical expressiva nos últimos 50 anos.

Somadas estas áreas, verdadeiros desertos oceânicos representam uma área de aproximadamente um milhão de quilômetros quadrados. O caso mais grave , segundo Lothar Stramma , autor principal do estudo e pesquisador da Universidade de Kiel na Alemanha, é o do Atlântico tropical onde entre 1960 e 2006 a camada de água com pouco oxigênio aumentou 85%%.

A absorção de oxigênio pelos oceanos, a partir da atmosfera, fica prejudicada com mais calor no sistema. A redução pode ter conseqüências dramáticas para os ecossistemas e as economias costeiras. (F S P, 2.5.2008, p. A-12).

CORAIS



Cerca de 6001 medidas foram processadas pelos cientistas John Bruno e Elizabeth Selig, da Universidade da Carolina do Norte, referentes a 2667 bancos de corais e o estudo conclui que os recifes de corais desapareceram até 2004 a uma taxa média anual de 2%%, valor que é o quíntuplo do índice de diminuição das florestas tropicais do mundo.

O problema é que esse índice tem aumentado. Em 20 anos ele ficou em 1% e de 1997 a 2003 ele dobrou. Mais de 3.100 km2 desapareceram. Os corais são considerados elos fundamentais na teia ecológica marinha. Como eles formam grandes ecossistemas nos mares tropicais, sem eles, muitos peixes, e várias espécies de invertebrados, terão dificuldades também para sobreviver. (F S P, 10.08.2007, p. A-15).

Em julho de 2008 foi divulgado o primeiro estudo global sobre a saúde dos corais, feito por 39 cientistas de 14 países e constatou-se que das 1.400 espécies de corais conhecidas, 231 estão em diferentes graus de extinção. Em 1998 as espécies ameaçadas eram apenas treze. Quando os corais se extinguem, o mesmo ocorre com as plantas e os animais que deles dependem para obter alimento e refúgio contra os predadores. Segundo Alex Rogers, da Zoological Society of London, “não estamos falando apenas da perda de alguns corais, mas da possibilidade de desaparecimento de enormes áreas desses ecossistemas num período de cinqüenta a cem anos”.

O mar absorve 42% do gás carbônico produzido por atividades humanas. Em contato com a água, o CO2, vira ácido carbônico, o que deixa as águas oceânicas mais ácidas o que compromete a capacidade dos corais de construir seus esqueletos calcários.

Os resíduos provenientes do esgoto e do lixo das cidades litorâneas ou de fertilizantes usados na agricultura provocam proliferação de vários tipos de alga que competem com os corais e os asfixiam.

A pesca predatória, sobretudo com o uso de dinamite na Ásia, ou com redes pesadas, reduz grandes áreas dos recifes a ruínas.

A construção de resorts em zonas litorâneas acaba incentivando a depredação dos recifes para a comercialização de pedaços de coral usados como suvenir e peça ornamental.



Grande Barreira de Coral – Austrália



Na Austrália o governo estabeleceu áreas protegidas na Grande Barreira de Corais, limitando o acesso de visitantes, e passou a controlar o uso de fertilizantes nas plantações próximas à costa para evitar a contaminação. O objetivo é reverter as previsões de que até 2030, metade dos corais da barreira australiana, que se estende por 350.000 quilômetros quadrados, estará morta. (Veja, 23.07.2008, p146-147).

Todavia, um estudo publicado em janeiro de 2009 no periódico científico “Science”, por uma equipe do Instituto Australiano de Ciência Marinha detectou uma redução de 13,3% na taxa de crescimento dos corais ao longo de 2.000 km de extensão da barreira desde 1990. É o maior declínio visto nos últimos 400 anos pelo menos.

Os dados assustaram os pesquisadores. Quase todas as amostras datando de 1990 a 2005 mostravam fortes sinais de redução de calcificação, uma taxa média de 1,44% de redução ao ano. Parecidos com cogumelos gigantes, os Porites crescem depositando anualmente camadas do mineral aragonita (carbonato de cálcio), formando anéis de crescimento análogos aos das árvores. O mais provável para o fenômeno é o aumento da temperatura média da superfície do mar verificado na região, especialmente nas últimas décadas e a acidificação progressiva do oceano, causada pelo excesso de CO2 no ar.

Os recifes de coral são as zonas mais biodiversas da Terra e geram uma economia anual de mais de US$ 30 bilhões em recursos pesqueiros. E as carapaças de calcário de seres marinhos são uma forma de seqüestrar para sempre o gás carbônico. (F S P, 2.1.2009, p. A-12).

FITOPLANCTON



Estudos têm mostrado que o mar mais ácido, pois o gás carbônico em excesso acidifica a água, ocorre a inibição da formação de carapaças de calcário, (carbonato de cálcio) pelo fito plâncton, diminuindo o seqüestro de carbono.

Todavia, estudo da oceanógrafa Débora Iglesias Rodrigues, da Universidade de Southampton, publicado em abril de 2008 na revista Science mostra que, ao menos para uma espécie de fito plâncton, quanto mais ácido melhor. Em laboratório, ela demonstrou que o cocolitóforo Emiliana huxleyi fica maior quando mais CO2 é dissolvido na água. Os cocolitóforos em geral respondem por um terço da produção de carbonato de cálcio no oceano, portanto uma parte do seqüestro de carbono pode não ficar comprometida com mais CO2 na água. (F S P, 18.04.2008, p. A-16).





PESCA



Das 200 espécies de peixe com maior interesse comercial, 120 são exploradas além do limite sustentável. Nesse ritmo, o volume de pescado disponível terá diminuído em mais de 90% por volta de 2050. (Veja, 5.11.2008, p. 97).

A pesca comercial com barcos usinas equipados com redes grandes já esgotou ou está a caminho de esgotar 75% dos pesqueiros do Atlântico Norte e do mar Báltico. Estima-se que cerca de 14,5 milhões de quilômetros quadrados do fundo dos oceanos sejam varridos por redes que chegam a profundidades de 1800 metros. Um navio de grande porte como o Atlantic Dawn pode capturar 400 toneladas de peixes a cada passada de rede e pode estocar até 7.000 toneladas. Cardumes de peixes são localizados pelo sonar e satélites. O formato da rede é controlado por computador.

A população de marfim azul e atum azul foram reduzidos a 20% da existente há 50 anos. O bacalhau do Porto pescado de forma predatória sumiu da América do Norte. Na Europa o volume de captura caiu de quatro milhões para 900.000 toneladas. O esturjão beluga cujas ovas produzem caviar tem sua população reduzida a 10% da existente em 1990. (Veja, 9.7.2003, p. 95-97).

Pelo menos um quarto de tudo o que é capturado é descartado como lixo sem valor comercial. A pesca de arrasto é devastadora. Colhe golfinhos, tubarões, tartarugas marinhas e outras espécies que morrem antes de serem jogados de volta ao mar. As redes também destróem formações de corais que servem de berçário à vida marinha.

MAIORES CONSUMIDORES DE PESCADO 1999

País Milhões t. Per capita País Milhões t. Per capita

China 30 24 kg/ano Coréia Sul 2 48

Japão 8 85 Filipinas 2 29

EUA 6 21 França 2 30

Índia 4 5 Espanha 2 44

Indonésia 4 19 Brasil 1 6

Rússia 3 21

Fonte: FAO, 1999

Uma das saídas são as fazendas de frutos do mar que substituem a pesca tradicional de algumas espécies como ostras e mexilhões.

Quatro dos cinco países que mais capturam peixes em áreas costeiras do mundo – China, Peru, Japão e Chile – receberam nota abaixo de 5,0 num estudo que avaliou o grau de adesão da pesca mundial a práticas pesqueiras sustentáveis. O levantamento que analisou os 53 países que mais pescam no mundo e respondem por 96% do que é retirado dos oceanos, concluiu que todos tem gestão pesqueira reprovável. Nenhum país teve nota maior do que 6,0 em uma escala de 1 a 10. O ranking foi feito com base na adequação dos países ao Código de Conduta para a Pesca Responsável das Nações Unidas e aponta que a pior prática pesqueira do mundo é a da Coréia do Norte (nota 0,9), país de indústria pesqueira pequena. ( F s P, 10.02.2009, p. A-16) .





Um estudo publicado em oito de maio de 2009, na revista “Science” sugere que o aquecimento do oceano pode bagunçar o ciclo de vida de uma espécie comercial de camarão, levando-o a por ovos quando não há comida para alimentar suas larvas. Qualquer dano aos estoques do camarão-ártico – uma variedade pequena, popular em saladas no Hemisfério Norte – pode desencadear um efeito cascata na cadeia alimentar oceânica e afetar desde algas até bacalhaus. O principal autor é Peter Koeller, do Instituto de Oceanografia de Bedford. Esta espécie responde por 70% das 500.000 toneladas de camarão de água fria pescadas por ano no mundo todo. (F S P, 8.5.2009, p. A-14).

LIXO NO OCEANO





As correntes circulares, os chamados giros oceânicos, concentram lixo em vários pontos dos oceanos. O maior deles é o lixão existente entre o Havaí e a Califórnia.

A Grande Mancha de Lixo como se chama, a 2.000 quilômetros do litoral do Havaí, entre o arquipélago e a Califórnia, constituiu o maior depósito marinho de lixo. No local, pedaços de plástico, restos de rede de pesca, roupas, garrafas e uma infinidade de detritos produzidos pelo homem superam em seis vezes o peso total dos zooplânctons, que estão na base da cadeia alimentar marinha. São três milhões de toneladas de lixo, uma quantidade que São Paulo leva seis meses para produzir.

São lançados 4,5 milhões de toneladas de petróleo por ano nos oceanos. Cerca de 70% dos sacos plásticos, garrafas e pneus são depositados no fundo do mar. O restante navega pela superfície ou fica preso nos grandes giros oceânicos.

Estima-se que o lixo acumulado nos mares seja o responsável direto pela morte de um milhão de aves e mamíferos marinhos por ano. São despejadas 675 toneladas de resíduos sólidos por hora no mar , 70% deste total é constituído de objetos feitos de plástico . (Veja, 30.07.2008, p. 132-134).



1. Plásticos

Segundo o Programa Ambiental das Nações Unidas, existem 46.000 fragmentos de plástico em cada 2,5 km2 da superfície dos oceanos. Isso significa que a substância já responde por 70% da poluição marinha por resíduos sólidos. Calcula-se que 267 espécies, principalmente pássaros e mamíferos marinhos, engulam resíduos plásticos ou os levem para seus filhotes, julgando tratar-se de alimento.

Além das sacolas e garrafas, a principal ameaça vem de pellets, bolinhas com meio centímetro de diâmetro utilizado como matéria prima pelas indústrias. Estas bolinhas tem enorme capacidade de absorção de poluentes e são usadas por navios para limpar seus tanques e descartadas na água. Estudo feito em 2008 pela USP mostrou que em Santos, cada meio metro cúbico de areia da praia contém até 20.000 pellets. Entre 5 a 10% da areia litorânea é formada destas bolinhas.

Segundo estudo do Instituto Oceanográfico Scripts dos EUA, a massa de pequenos pedaços de plástico que emporcalha o Oceano pacífico aumentou cem vezes nos últimos 40 anos. A equipe da Califórnia não achou evidências diretas de que a poluição esteja causando problemas de saúde na vida marinha, mas detectaram a multiplicação do inseto Halobates sericeus que coloca seus ovos em cima dos fragmentos. (F S P, 10.05.2012, p. C-9).

2. Acidificação das águas – Aumento da produção de CO2 faz com que os oceanos absorvam uma quantidade dez vezes maior da substância do que há cem anos. O CO2 eleva a acidez das águas, o que ameaça a sobrevivência de diversas espécies de peixes e mamíferos.



3. Surgimento de zonas mortas -

O esgoto doméstico, os dejetos de gado e o lixo industrial despejados nos oceanos promovem a proliferação das algas. Em excesso, elas ameaçam todas as outras formas de vida porque, quando morrem , são degradadas por bactérias num processo que consome grande parte do oxigênio da água. O resultado é o surgimento de zonas mortas, inóspitas à maioria das espécies. Há cinqüenta anos, havia três zonas mortas no mundo. Em 2008 são 150.

4. Desaparecimento de mamíferos: A presença de mamíferos marinhos é um indicador bastante preciso da qualidade dos oceanos. Na última década, milhares de golfinhos e leões marinhos morreram por envenenamento ao comer peixes menores que se alimentam de algas tóxicas, contaminadas por resíduos químicos.

5. Marés vermelhas freqüentes – A concentração de algas tóxicas em águas litorâneas está aumentando. Há uma década, no Golfo do México, ela ocorria uma vez a cada dez anos, atualmente está acontecendo todos os anos.

6. Destruição do assoalho marinho – Poluição decorrente de vazamentos, contaminação ao redor das plataformas de perfuração e extração de petróleo, está destruindo o assoalho marinho. (Veja, 5.3.2008, p. 92-97).



1 FATEC 2009 SALINIZAÇÃO DOS SOLOS



A salinização dos solos ocorre quando a concentração de sais se eleva a ponto de afetar a germinação e a densidade das culturas, bem como seu desenvolvimento vegetativo, reduzindo sua produtividade e, nos casos mais sérios, levando à morte generalizada das plantas.

Aproximadamente 30% das áreas com projetos públicos no Nordeste brasileiro apresentam problemas de salinização; algumas dessas áreas já não produzem.

(Adaptado de http://www.codevasf.gov.br – acesso em agosto/2008).

Identifique a alternativa que contenha corretamente o fator causador principal e o tipo de região do mundo em geral mais suscetível à salinização dos solos.

Fator causador principal Tipo de região mais suscetível

a) Desmatamento abusivo Fronteiras agrícolas

b) Erosão dos solos agrícolas Encosta de morros em ambientes

tropicais

c) Ação dos mares e ventos Planícies costeiras

d) Irrigação e drenagem malfeitas Com baixo índice pluviométrico

e) Uso e abuso de agrotóxicos Com agricultura mecanizada





Resposta 1. D

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