A ÁRVORE
Debaixo daquela árvore
O menino passava horas
Sonhando com aventuras,
Paixões arrebatadoras,
Amores ardentes.
Brincou, dormiu, namorou,
À sombra daquela árvore.
Aquela árvore era uma amiga e confidente.
Quantas vezes não veio contar-lhe
As alegrias e aborrecimentos do dia?
Quantas lágrimas não derramou
Irrigando as suas raízes?
E ela sempre ali, amiga e protetora.
Um dia, olhando-se no espelho,
O menino descobriu que estava velho.
Lembrou-se da árvore que há anos não via
E foi visitá-la.
A árvore que, na sua adolescência,
Fora sua amiga, companheira, confidente,
Agora não tinha mais graça nenhuma.
Não passava de uma árvore como outra qualquer.
O menino/velho sentou no chão
E chorou por sua juventude perdida.
Recife, 15/10/93.
|