ECONOMIA BRASILEIRA DEZEMBRO DE 2008
Edson Pereira Bueno Leal , abril de 2009
SELIC EM DEZEMBRO
Em 10 de dezembro o Copom decidiu manter inalterada a taxa Selic em 13,75% ao ano , mas indicou que pode começar a reduzi-la a partir do mês que vem , na primeira reunião de 2009 . A decisão foi muito criticada pelo mercado que esperava o início da redução já nesta reunião . A decisão foi tomada por unanimidade . ( F S P , 11.12.2008 , p. B-1) .
A ata assinala “ O Copom avalia que, diante dos sinais [...] de arrefecimento do ritmo de atividade econômica [...] continuam sendo relevantes [...] os riscos para a concretização de um cenário inflacionário benigno”.
O Ministro da Fazenda Guido Mantega , criticou a decisão . “ Ele {BC] tomou essa decisão [ de não reduzir os juros] . Ele vai responder por ela...Eu estou dizendo que tem de baixar o custo financeiro , e no que me diz respeito estou baixando o juro no país “ , citando a decisão de reduzir a alíquota do IOF de 3% para 1,5% no crédito direto ao consumidor divulgada em 11 de dezembro . ( F s P , 12.12;.2009, p. B-6) .
Para Paulo Nogueira Batista Junior , “A taxa real básica ‘ex-ante’ ( a taxa nominal descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses ) situa-se em nada menos que *% . O Brasil continua a liderar , com folga , o ranking mundial de juros ... Nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Japão , a taxa real básica é negativa em 2,6% ,2,4% e 1,4% , respectivamente . A Alemanha é atualmente o único dos principais países desenvolvidos a registrar taxa real positiva ( 1,1%). Nos mercados emergentes, as taxas são moderadas , quando não negativas, em termos reais . Na China , por exemplo, o juro básico real é atualmente de 1,5% , no México 2,3% . A Rússia e a índia praticam juros reais negativos , respectivamente de -0,7% e -4,0% . A média geral nos 40 mercados é negativa em 0,3% , segundo a Uptrend Consultoria . ( F S P , 11.12.2008 , p. B-2) ,
ARRECADAÇÃO EM DEZEMBRO
Os repasses constitucionais feitos pela União para os Estados em dezembro registraram crescimento de 5,2% em relação a novembro, ainda em alta , mas comparados com dezembro de 2007 houve queda de quase 1’% , o pior resultado do ano . ( F S P , 26.01.2009, p. B-3) .
INFLAÇÃO EM DEZEMBRO
O IGP-M em dezembro chegou a 9,81% , maior taxa desde 2004 . No acumulado dos 12 meses em julho havia chegado a 15,15% e depois começou a cair . A alta do dólar foi compensada pela queda nas commodities e portanto não teve efeito significativo no índice . O IPA teve variação negativa de 0,42% , levando o IGP-m a apresentar deflação de 0,13% , já que tem peso de 60% no indicador . O IPC teve alta de 0,58% e o INCC de 0,22% . O IGP-M serve de referência para o reajuste de aluguéis e tarifas pública e deve continuar no início de 2009 em baixa .( F S P , 30.12.2008 , p. B-1) .
O IPC fechou 2008 com 6,16% e apesar da alta no ano , a maior desde 2004, ( houve desaceleração em dezembro , quando o índice avançou 0,16% , a menor taxa em 14 meses . ( F s P , 7.1.2009, p. B-7) .
O IPCA-15 , que funciona como uma prévia da inflação oficial , desacelerou-se para 0,29% em dezembro , ante 0,49% em novembro . Com o resultado a taxa acumulada em 12 meses ficou em 6,10% , abaixo do teto da meta fixada para 2008, mas muito acima do verificado em 2007 que foi de 4,36% . O principal vilão foi o grupo alimentação, que registrou alta no ano de 11,95% , puxado principalmente pelas carnes ( 27,48%) e pelas refeições em restaurantes ( 14,41%) . ( F s P , 20.12.2009, p. B-5) .
Demonstrando a total falta de correlação entre as informações econômicas e a realidade , a ata referente á reunião de 28 e 29 do outubro do Copom que decidiu pela manutenção da alta taxa de juros afirmava “ Os dados disponíveis referentes à atividade econômica indicam que o ritmo de expansão da demanda doméstica continua bastante robusto , respondendo ao menos parcialmente pela tendência de aceleração da inflação (...) O Copom reafirma que se mantém elevada a probabilidade de que pressões inicialmente localizadas venham a apresentar riscos para a trajetória da inflação “ . ( Paulo Nogueira Batista Jr, in FSP , 8.1.2009, p. B-2) .
O IGP DI encerrou 2008 com uma deflação de 0,44% em dezembro , menor marca desde março de 2006 ( -0,45%), e abaixo da retração de 0,17% de novembro . Mesmo assim , o índice fechou o ano com a mais alta taxa desde 2004, com variação de 9,10% . A alta do dólar foi plenamente compensada pela queda das commodities e isso não causou aumento da inflação . ( F s P , 8.1.2009, p. B-7) .
Ao contrário do que aconteceu em 1999 e 2002 , o choque do câmbio não provocou alta imediata no preço das matérias primas e onda inflacionária em formação . Ao contrário , os custos industriais estão em desaceleração por conta da queda no preço das commodities . Porém, Alexandre Schartsman e Tatiana Pinheiro em estudo alertam que o efeito do dólar começa a aparecer um trimestre após o choque cambial , sendo mais intenso no trimestre seguinte ( entre março e maio de 2009 portanto), e o repasse para a inflação seria de 10% da desvalorização , “se o padrão observado no passado permanece válido” .( Vinicius Torres Freire , F S P , 8.1.2009, p. B-4) .
O IPC Brasil, calculado pela FGV que abrange famílias com rendas de até 33 salários mínimos , fechou 2008 com alta de 6,07% . O IPC-C-1 que mede a inflação das famílias mais pobres terminou 2008 com alta de 7,37% , maior dom que o IPC Brasil, principalmente pela alta dos alimentos que representaram 65% da inflação acumulada no ano . ( F s P , 9.1.2009, p. B-4) .
O IPCA desacelerou e fechou 2008 em 5,9% , abaixo do teto da meta oficial do governo de 6,5% . O índice todavia superou o de 2007 ( 4,46%), e foi o maior desde 2004 ( 7,60%), segundo o IBGE . O IPCA de dezembro subiu 0,28% , percentual inferior aos 0,36% de novembro , refletindo a queda nos preços das commodities e dos bens duráveis .
O IPC 31 , calculado pela FGV, a inflação dos idosos encerrou 2008 com alta de 6,35% , o maior patamar desde 2004 ( 6,58%) .( F S P , 10.01.2009, p. B-4) .
DOLAR EM DEZEMBRO
Em 3 de dezembro o dólar subiu 3,47% , terminando o dia em R$ 2,475 em sua mais elevada cotação desde junho de 2005.Os “comprados” continuam apostando na alta do dólar e as posições compradas estão em US$ 12,9 bilhões . ( F S P , 4.12.2008 , p. B-6)
Em 5 de dezembro o dólar bateu em R$ 2,621 obrigando o BC a intervir de modo mais intenso , fazendo a moeda terminar o dia cotada a R$ 2,479 . Apenas em operações de venda de moeda o BC gastou no dia mais de US$ 1 bilhão e mais de US$ 50 bilhões durante a semana, mesmo assim o dólar se apreciou em 7,08% na semana e 39,50% em 2008 . ( F s P , 6.12.2008 , p. B-9) .
A previsão de 80 bancos e corretoras , capturada semanalmente pelo Banco Central , aponta para uma taxa de 2,20 reais em dezembro de 2008 o que falhou e de 2,15 reais para dezembro de 2009 . ( Exame , 17.12.2008 , p. 185) .
Entre 19 de setembro e 16 de dezembro o BC utilizou US$ 53,4 bilhões para segurar a disparada do dólar . O BC já vendeu US$ 9,8 bilhões das reservas internacionais , emprestou US$ 10,8 bilhões em leilões de dólares de linhas externas , US$ 2,4 bilhões nos leilões de moeda para o comércio exterior e US$ 28,9 bilhões em contratos de “swap cambial” que fornece proteção contra a alta do dólar . Os recursos destinados para linhas de crédito para exportadores , voltarão para as reservas quando forem pagos( F S P , 19.12.2009, p. B-6) .
A moeda terminou o ano cotada a 2,334 , valorização de 31,34% diante do real em 2008 .
AUMENTO DO SPREAD BANCÁRIO EM DEZEMBRO
Segundo o BC , os bancos em novembro pagavam 13,9% ao ano para levantar recursos no mercado financeiro e repassavam esse dinheiro aos clientes cobrando juros médios de 44,0% ao ano , uma diferença de 30,1 pontos percentuais. Em dezembro , o custo de captação caiu para 12,6% ao ano e os juros dos financiamentos bancários passaram para 43,2% ao ano , portanto o “spread” subiu para 30,6 pontos , o mais elevado registrado pelo BC desde agosto de 2003 .
Mesmo assim o saldo de crédito disponível no país continuou crescendo e , chegou em dezembro a R$ 1,227 trilhão , o equivalente a 41,3% do PIB , nível mais alto já apurado pelo BC . .
O nível de inadimplência dos empréstimos para pessoas físicas , nos atrasos com mais de 90 dias chegou a 8,1% dos empréstimos em dezembro , ante 7,8% em novembro . É o nível mais alto desde setembro de 2002 . O aumento da inadimplência foi mais intenso entre pessoas físicas e se referem a financiamentos com recursos livres , não incluindo financiamentos com taxas de juros controladas pelo governo como nos casos dos crédito rural, habitacional e empréstimos concedidos pelo BNDES. Na pessoa jurídica o nível de atraso teve pequeno aumento de 1,7 para 1,8% . ( F S P , 28.01.2009, p. B-1) .
AUMENTO NO FGC DEZEMBRO
Em 15 de dezembro o CMN decidiu aumentar o limite de compra de carteiras do FGC de 20% para 50% do patrimônio líquido do fundo Com esse novo limite , o FGC poderá emprestar até R$ 9 bilhões , o que significará um incremento de R$ 6,5 bilhões em relação ao montante usado atualmente . Com isso , cerca de 88 instituições pequenas , com patrimônio líquido de até R$ 2,5 bilhões poderão retomar as concessões de crédito , sobretudo as que operam com veículos usados , consignado e empréstimos a empresas de médio porte . ( F s P , 16.12.2008 , p. B-3) .
PACOTE PARA A CLASSE MÉDIA DEZEMBRO
Em dezembro de 2008 a equipe econômica anunciou um pacote de medidas para estimular o consumo . Com as medidas , cerca de R$ 8,4 bilhões deixaram de entrar nos cofres públicos e ficarão com os consumidores . É pouco em uma arrecadação que chega a R$ 1 trilhão em 2008 , mas vai reforçar o consumo e a poupança.
Será criada uma nova tabela do IRPF com duas novas alíquotas , de 7,5% e 22,5% , beneficiando principalmente quem ganha na faixa de R$ 2.000,00 , mas mesmo acima de R$ 3.582, haverá um desconto de R$ 89,50 . As alíquotas de 15 e 27,5% continuam valendo e como a tabela do IR é progressiva , mesmo as pessoas que ganham mais , pagarão menos imposto .
O cálculo da Receita Federal Ed que a renúncia fiscal desta medida será de R$ 4,9 bilhões em um ano , menos de 10% do valor arrecadado de janeiro a outubro de 2008 .
As alíquotas de IPI de automóveis serão reduzidas , de 7% para zero no caso dos carros 1.0 , de 13% para 6,5% nos carros 1.0 a 2.0 ( gasolina) e de 11% para 5,5% nos carros 1.0 a 2.0 ( flex) . As alíquotas de IOF caíram de 3% para 1,5% ao ano ( Veja, 17.12.2008 , p. 62-66) .
Segundo balanço das montadoras , houve aumento de até 50% nas vendas no final de semana posterior à redução . ( F s P , 16.12.2008 , p. B-5) .
O IOF em operações como cheque especial , empréstimos para compra de eletrodomésticos e aquisição de veículos , foi reduzido de 3 para 1,5% , o que pode baixar em até quatro pontos a taxa cobrada dos bancos de seus clientes .
BANCO CENTRAL RECURSOS PARA CRÉDITO
O Banco Central decidiu destinar parte dos dólares das reservas internacionais para grandes grupos brasileiros públicos ou privados , desafogando o crédito e retirando a pressão sobre o câmbio . Como o dinheiro não sai do Brasil , não haverá troca de moedas deixando de pressionar a cotação da moeda .
Em 11 de dezembro o governo anunciou que emprestará cerca de US$ 10 bilhões das reservas internacionais a empresas que tenham dívida no exterior vencendo até o fim de 2009 . A intenção é que os dólares usados nesses pagamentos , evitem uma desvalorização ainda maior do real e que as companhias deixem de recorrer a financiamentos em reais , abrindo espaço para as pequenas e médias empresas que não captam no exterior . Por se tratarem de empréstimos de 360 dias , não haverá perda de reservas . ( F s P , 12.12.2009 , p. B-5) .
Em janeiro o BC decidiu que as empresas brasileiras que tiverem dívida vencendo de setembro de 2008 a dezembro de 2009 com as matrizes no exterior , não deverão ter acesso aos US$ 20 bilhões de dólares das reservas internacionais que o BC emprestará . ( F s P, 15.01.2009, p. B-4) .
O governo decidiu adiar de janeiro para fevereiro o recolhimento dos tributos relativos aos optantes do Simples Nacional e com isso deixará R$ 2,3 bilhões com as empresas em janeiro . ( F s P , 24.12.2008 , p. B-5) .
Em reunião extraordinária do CMN em 26 de dezembro o governo aprovou medida pela qual quem vende carteira de crédito com risco de inadimplência não precisará mais registrar a operação no balanço e, no caso de eventual lucro , poderá incluir esse resultado na sua contabilidade . As novas regras foram adiadas para janeiro de 2010 e com isso serão beneficiados bancos médios e pequenos . ( ( F S P , 27.12.2008 , p. B-1) .
BNDES
O BNDES lançou em 1 de dezembro uma nova linha de financiamento no valor de R$ 6 bilhões , cujo objetivo é prover de capital de giro especialmente as micro, pequenas e médias empresas . Os juros serão subsidiados com taxa máxima de 20,05% ao ano , dos quais até 4% correspondem ao “spread” dos bancos privados que vão repassar os recursos . Os empréstimos serão limitados a R$ 50 milhões por empresa , ou até 20% do faturamento . É uma linha temporária que tem o objetivo de compensar a falta de crédito ocasionada pela crise internacional . ( F S P , 2.,1.22009, PC. B-7) .
COMÉRCIO EM DEZEMBRO
Segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista , da Fecomércio de São Paulo , as vendas do comércio da região metropolitana de São Paulo caíram 7,4% no último trimestre de 2008 em relação a igual período de 2007 . Foi o primeiro índice trimestral negativo desde 2002 . ( F s P , 4.2.2009 p. B-2) .
De acordo com dados da Serasa , o consumo entre os dias 18 e 24 de dezembro cresceu 2,8% em relação ao mesmo período de 2007 . No ano anterior houve um crescimento de 5,3% . Mesmo assim é um desempenho razoável face à turbulência econômica , pois foi um crescimento sobre uma base forte . ( F S P , 27.12.2008 , p. B-3) .
INADIMPLÊNCIA NO COMÉRCIO
Segundo dados do Sistema de Informações de Crédito do Banco Central , 16,76 milhões de pessoas tem dívidas bancárias acima de R$ 5.000,00 . Em junho de 2007 o número era de 13,52 milhões , ou seja, o endividamento cresceu 19,3% em um ano a considerando a situação econômica a partir de outubro, certamente o número de devedores deverá aumentar significativamente . ( F s p , 5.1.2009 , p. B-1) .
A inadimplência dos consumidores teve um crescimento de 8% em 2008 , em relação a 2007 , segundo o Serasa . Em dezembro o acréscimo foi de 2,5% na comparação com novembro e de 12,8% ante o mesmo mês de 2007 . (F s P , 16.2009, p. B-3)
A taxa de inadimplência no comércio paulista fechou o ano em 6,5% , contra 5,5% em 2007, segundo a Associação Comercial de São Paulo . Este valor significa a volta da inadimplência ao nível de 2002 ( 6,3%) e já é um alerta em função da crise econômica . Porém a taxa mais alta foi em 1998 , quando chegou a 11,8% . ( F s P , 6.1.2009, p. B-3) .
Em dezembro , o volume de cheques sem fundo cresceu 9% em relação a novembro e 8% em relação a dezembro de 2007 , segundo dados da Equifax. ( F SP, 9.1.2009, p. B-4) ,
INDÚSTRIA EM DEZEMBRO
Em dezembro a produção industrial caiu 12,4% na comparação livre de efeitos sazonais com novembro . Foi a maior queda desde o começo da série histórica do IBGE m em 91 . Em novembro o índice já havia recuado 7,2% . Em apenas três meses , a indústria acumulou perda de 19,8% , variação negativa sem precedentes no histórico da pesquisa para período de tempo tão curto . A atual crise foi mais forte na indústria do que a do governo Collor em 1995, a do racionamento de energia de 2001, e a da eleição de Lula em 2002 .
Na comparação com dezembro de 2007 a retração foi mais intensa : 14,5% . Com isso , o último trimestre fechou em queda de 6,8% ante o terceiro trimestre e de 9,8% em relação ao mesmo período de 2007 . Mesmo assim a indústria encerrou 2008 com uma expansão de 3,1% , taxa modesta se comparada com o crescimento de 6,4% acumulado de janeiro a setembro. Em 2007 a expansão havia sido de 6% . ( F s P , 4.2.2009, p. B-1) .
Com cortes de produção na casa dos 50% em alguns locais , o desempenho de setores como automobilístico , mineração , siderurgia e máquinas e equipamentos derrubou , em dezembro , a indústria nas três maiores economias do país : São Paulo ( -14,9% antes novembro ) , Minas Gerais ( -16,4%), e Rio de Janeiro ( -8,2%) , estados que somam cerca de 60% da produção da indústria nacional . ( F s P , 6.2.2009, p, B-4) .
A indústria têxtil registrou o pior fim de ano da década . A produção se estagnou em novembro e dezembro e extinguiu 15 mil das 58 mil vagas com carteira assinada criadas nos dez meses anteriores ( F s P , 15.01.2009, p. B-3) .
Segundo a FIESP , a indústria paulista apresentou seu pior desempenho acumulado da série histórica do INA ( Indicador do Nível de Atividade da Indústria ), iniciada em 2002 , com queda de 10,2% nos três últimos meses de 2008 .( F s P , 29.01.2009, p. B-3) .
Em dezembro de 2008 foram despedidos 87 mil empregados na indústria da construção civil , contra 25 mil em dezembro de 2007 . O aumento do desemprego ocorreu em novembro e dezembro quando ocorreram 109.086 demissões . ( F s P , 1.2.2009, p.B-1) .
A redução do IPI impulsionou a venda de veículos em dezembro, totalizando 194.520 licenciamentos de automóveis , total 9,4% maior do que o de novembro , o pior mês de vendas em 2008 . No confronto com dezembro de 2007 houve queda de 19,7% . No ano , os 2,82 milhões de veículos emplacados representaram acréscimo de 14,5% sobre 2007, batendo recorde histórico , já que 207 havia sido o melhor ano até então da indústria automobilística. ( F s P , 3.1.2009, 0. B-3) .
A produção de veículos em dezembro todavia caiu 54% em relação a dezembro de 2007 e 47% na comparação com novembro de 2008 segundo dados da ANFAVEA . O setor encerrou dezembro com um estoque de 211.625 veículos , o suficiente para abastecer o mercado por 36 dias . Em novembro os estoques representavam 56 dias de vendas . Um estoque de 30 dias é considerado normal .
Apesar da forte queda , o produção em 2008, de 3,21 milhões de veículos foi recorde , com alta de 8% em relação a 2007 . Foram vendidos 2,82 milhões de veículos em 2008, volume 14,5% superior ao de 2007 . ( F s P , 9.1.2009, p. B-3) .
O consumo de energia em dezembro de 2008 registrou queda de 18% em relação a novembro . A variação foi de 699 MW em novembro e 572 MW em dezembro . O motivo foram as férias coletivas . NA comparação com dezembro de 2007 , o consumo de dezembro recuou 1% . Nos demais meses de 2008 em relação a 2007 a média de crescimento foi de 24% . ( F S P , 11.01.2009 , p. B-2) .
SEGURO DESEMPREGO DEZEMBRO
Em dezembro dados parciais indicam que foram requeridos 513.006 benefícios de seguro desemprego , 4,6% a mais do que em dezembro de 2007 . No acumulado de janeiro a dezembro foram 6,8 milhões de pedidos , 8,1% a mais do que em 2007 quando foram 6,3 milhões . ( F s P , 15.01.2009,p. B-3) .
CONSUMO E CRISE
Pesquisa realizada pelo Ibope em cinco capitais e no Distrito Federal, entrevistando 400 pessoas, das classes C e D entre 7 e 9 de outubro de 2008 revela que 26% dizem que reduziram as compras de alimentos da cesta básica e 24% deixaram de gastar com lazer . Houve corte no consumo de artigos do vestuário ( 19%) e atraso no pagamento de prestações (20%) . ( F S P , 28.10.2008 , p. B-8) .
Apesar da diminuição do ritmo de crescimento em dezembro , as vendas dos supermercados registraram alta de 8,98% em 2008 ante 2007 , já descontada a inflação , impulsionadas pelo aumento de renda da população, na maior parte do ano segundo a Abras . ( F S P , 28.01.2009, p. B-4) .
PERDA DE EXPORTAÇÕES
Segundo pesquisa da CNI , cerca de dois terços das empresas brasileiras perderam mercado doméstico e metade das companhias deixou de exportar ou perdeu participação nos últimos 12 meses .
As grandes empresas buscaram a competição internacional . Cerca de 76% delas exportam seus produtos . No total , 38% das empresas brasileiras exportam , mas entre as pequenas são apenas 22% e entre as de médio porte 50% . ( F s P , 28.08.2008, p. B-5) .
IMPOSTO SINDICAL
Impulsionado pelo aumento da formalização dos últimos anos , o imposto sindical arrecadou R$ 1,6 bilhão em 2008 e a maior parte deste valor, R$ 993,4 milhões saiu do bolso do trabalhador para o caixa de sindicatos,, federações , confederações e centrais sindicais , além do governo .( F s P , 5.2.2009, p. B-3).
CRÉDITO IMOBILIÁRIO
O crédito imobiliário, com recursos da caderneta de poupança ignorou a crise e fechou 2008 com 299.746 unidades financiadas , um acréscimo de 53% sobre 2007 e um novo recorde para o setor, quebrando a marca registrada em 1981 ( 266.884), quando a população do país era 38% menor do que a atual . Segundo dados da Abecip , foram R$ 30,05 bilhões em empréstimos , 64,4% acima do valor registrado no ano anterior . Considerando apenas dezembro , houve expansão de 36,7% no montante e 37,9% no número de unidades , ante o mesmo mês de 2007 . ( F s p , 4.2.2009, p. B-5) .
VENDA DIRETA
Segundo a ABEVD , o mercado de venda direta movimentou R$ 18,5 bilhões em 2008 . com aumento de 15,1% no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior , alta superior à média anual de 14,1% . O setor , por operar com vendas á vista , não foi afetado com a escassez do crédito e o setor de cuidados pessoais que responde por 88% da receita total é menos sujeito à redução de consumo em razão da crise . ( F S P , 23.02.2009, p. B-6) .
DÉFICIT COMERCIAL EM 2009 ?
Com o agravamento da crise financeira mundial analistas já começam a considerar a possibilidade de haver déficit comercial em 2009 na economia brasileira . A queda no preço das commodities e a possibilidade de recessão deverão diminuir o valor das exportações . Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil os setores que mais sofrerão com a desaceleração da economia mundial , além dos exportadores de produtos agrícolas serão os fabricantes de aviões , carros , auto-peças e bens de capital . ( F S P , 18.09.2008, p. B-9) .
IMPORTAÇÕES E CRESCIMENTO INTERNO
Segundo Alexandre Schartzman “chama a atenção, porém, o descompasso entre o crescimento da demanda doméstica e o da produção , quase 2% , magnitude não observada desde 1997 . Obviamente , expansão da demanda doméstica superior à do produto é equivalente a importações crescendo mais rápido do que as exportações , mas essa é uma relação contábil . Cabe a pergunta : são as importações crescendo á frente das exportações que levam o produto a crescer menos do que a demanda , ou, pelo contrário , é o crescimento da demanda que leva à aceleração das importações ?
É verdade que o investimento aumentou, mas não é necessário ser gênio para concluir que uma taxa ainda pouco superior a 18% do PIB não sustenta crescimento contínuo de 8% , o necessário para acomodar a demanda doméstica como sugerido pela ‘econometria de resultados’... Econometria de resultados à parte , os dados revelam que o câmbio não é culpado pelo descompasso entre demanda e produção . A culpa é do tão difamado , e pouco compreendido ,’produto potencial’ “ . ( F S P , 17.09.2008, p. B-2) .
COMÉRCIO EXTERIOR EM 2008
No ano de 2008 o superávit comercial caiu 38,2% em relação a 2007 , totalizando US$ 24,7 bilhões . As exportações chegara a US$ 197,9 bilhões , crescimento de 23,2% e as importações a US$ 173,2 bilhões , aumento de 43,6% . Como pode-se verificar a redução do superávit deu-se pelo acentuado aumento das importações . Em novembro e dezembro os valores mensais de exortação e importação despencaram . As exportações caíram de 18,5 bilhões em outubro , para 14,7 e 13,8 bilhões em novembro e dezembro e as importações de 17,3 bilhões em outubro, para 13,1 e 11,5 bilhões em novembro e dezembro . O superávit comercial nestes dois meses continuou na mesma média , ocorrida ao longo do ano , registrando 1,6 bilhão em novembro e 2,3 bilhão em dezembro, demonstrando que a crise levou a uma redução equilibrada de exportações e importações .
O superávit de 2008 é o menor em seis anos e equipara-se aos US$ 24,8 bilhões de 2003, sendo que o Brasil já chegou a um superávit de US$ 46,5 bilhões em 2006 . As perspectivas para 2009 não são animadoras , pois estima-se a continuação da queda que pode chegar a um superávit em torno de US$ 9 bilhões , inferior aos US$ 13,1 bilhões de 2002 . ( F S P , 3.1.2009, p. B-1) .
O fluxo de capital externo para o Brasil ficou negativo em 2008 , o que não acontecia desde 2002 . Ao longo de 2008 as remessas feitas ao exterior superaram em US$ 983 milhões o volume de dólares que entrou no país no período . O resultado representa uma fortíssima queda em relação ao superávit recorde de US$ 87,5 bilhões de 2007 .
Com a crise adicionalmente , as reservas em moeda estrangeira terminaram o ano em US$ 193,5 bilhões , depois de terem atingido US$ 208,7 bilhões em setembro . Em 2008 o fluxo de operações de comércio exterior foi positivo em US$ 47,9 bilhões e o fluxo de operações financeiras foi negativo em US$ 48,883 bilhões . ( F S P , 8.1.2009 , p. B-1) .
O motivo da queda acentuada foi a contração do mercado externo para as empresas industriais brasileiras e a retração brusca do crédito internacional a partir de setembro de 2008 . O Brasil pode estar caminhando para a recessão .
Nas exportações agrícolas saltamos de US$ 21,5 bilhões em 1998, para US$ 71,8 bilhões em 2008 , crescimento médio de 12,8% ao ano . A China que em 1998 era o 11º comprador com US$ 591 milhões, assumiu em 2008 a liderança absoluta com US$ 7,93 bilhões , um aumento anual de 29,7% . Os EUA que em 1998 eram o maior importador , com US$ 3,22 bilhões , compraram em 2008 US$ 6,24 bilhões, menos do que a Holanda , com US$ 6,53 bilhões , caindo para o 3.º lugar .
O potencial da China em termos de aumento de compras é imenso. A presença do açúcar , do café e das carnes é insignificante . A soja, responsável por 77% das compras , dos 12,52 milhões de toneladas exportadas em 2008 , cerca de 11,82 milhões foram de grãos , quase nada de farelo e óleo . Ou seja, os chineses estão comprando apenas matéria prima , agregando valor lá . ( F s P, 14.02.2009, p. B-2).
EXPORTAÇÕES DE GADO VIVO
As exportações de gado vivo tiveram alta expressiva em receita em 2008 . Fecharam em US$ 366,915 milhões , 41,2% a mais do que em 2007 . Em volume foram embarcadas 398,8 mil cabeças para engorda e abate , 7,7% a menos do que em 2007 . O preço médio por animal cresceu 52,8% em 2008 , para US$ 920 . Venezuela com 72,4% e Líbano com 27,4% foram os maiores compradores e 0,2% foram para a Bolívia . Cerca de 91% dos bovinos embarcados no Brasil saíram do Pará , pela proximidade com o maior exportador . ( F s P , 17.02.2009, p. B10 ) ,
AÇÃO DO GOVERNO
Segundo o professor José Alexandre Scheinkman , da Universidade Princenton o governo brasileiro deve “ voltar a prestar atenção nos fundamentos . O crescimento do gasto público, por exemplo , deveria cessar e até ser revertido . Além disso, obviamente, todos nós gostaríamos que o Brasil tivesse um sistema tributário mais racional , que encorajasse a formalidade .. O que não pode acontecer é levar o país a um ponto em que a gente tenha que desistir de conquistas importantes como o controle da inflação . ( F S P , 8.1.2008, p. B-10) .
MERCADO DE TRABALHO PÓS CRISE
O mercado de trabalho deve ser afetado a partir do primeiro trimestre de 2009. Em 2008 devem ser criados 2 milhões de vagas com carteira assinada , mas em 2009 deve haver redução em torno de 300 a 500 mil postos nesta expansão, com a perspectiva de criação entre 1,5 a 1,7 milhão de vagas . Os segmentos exportadores , e o comércio deverão ser os mais afetados . ( F s P , 9.10.2008 , p. B-8) .
A indústria de transformação fechou 10 mil postos de trabalho em outubro , mês em que costumam ocorrer contratações por conta do Natal. Com as demissões o nível de emprego do setor no Estado de São Paulo caiu 0,41% . No acumulado do ano , o nível de ocupação registra alta de 7,28% , ou 159 mil novas vagas. A deterioração das expectativas explica a redução do emprego. ( F S P, 14.11.2008, p. B-1) .
Em outubro de 2008 foram criadas apenas 61.401 vagas , o pior resultado deste mês desde 2003 , 70% menos do que o verificado em outubro de 2007 , cerca de 205.260 . ( F S P , 21.11.2008 , p., B-8) .
A LG Eletrônics demitiu em dezembro , 200 funcionários de sua fábrica de Taubaté e não irá renovar o contrato temporário de 300 trabalhadores . ( F S P , 3.12.2008 , p. B-3) .
Afetada pela crise a Vale anunciou em 3.12 a demissão de 1.300 funcionários em todo o mundo , sendo 20% em Minas Gerais . A empresa colocou ainda outros 5.550 empregados em férias coletivas até fevereiro , à espera de melhora na demanda mundial de minério de ferro .
A Votorantin Celulose e Papel suspendeu a construção de uma fábrica e demitiu 118 funcionários que trabalhavam na expansão de sua base florestal no cultivo de mudas de eucalipto em Capão do Leão , a 258km de Porto Alegre. Cerca de 89 funcionários continuarão trabalhando no viveiro.
A financeira Tai , empresa de crédito pessoal do Itaú , decidiu fechar 10% de suas lojas no país e deve demitir pelo menos 150 funcionários .
A Lopes Consultoria de Imóveis demitiu 60 funcionários e a BR Brokers 20% do quadro . ( Você S A , dezembro de 2008 , p. 33) .
No setor de auto-peças , a TWR demitiu em novembro 89 funcionários de sua principal fábrica em Limeira . A Sabó demitiu 80 em meados de outubro e a Volvo dispensou 430 funcionários em Curitiba e 100 em Pederneiras . ( Você s A , dezembro de 2008 , p. 32) .
A Volvo anunciou a demissão de 430 funcionários de sua fábrica de caminhões de Curitiba (PR) , e de 102 dos 700 trabalhadores de sua unidade em Pederneiras , onde são produzidos equipamentos de construção . O objetivo da empresa é reduzir a produção em 30% , devido á queda nas exportações . ( F S P , 2.12.2008, p. B-8)
Segundo a CUT , a CCE demitiu 500 funcionários em Manaus e a Sony do Brasil antecipou as férias coletivas de Natal aos 1.300 empregados das duas fábricas de Manaus , que produzem eletroeletrônicos e plásticos . ( F s P , 13.12.2008 , p. B-4) .,
A Abimaq prevê uma “carnificina” sobre o quadro geral de empregos no país , após as festas de fim de ano . O tom alarmista está embasado numa avaliação do atual cenário de queda brutal das encomendas , da postergação da entrega de máquinas por falta de crédito do comprador e, principalmente , pelo alto nível de cancelamento de pedidos .
Em sondagem , as indústrias revelam que a redução dos pedidos em carteira passou de 24,7% em meados de novembro, para 32,3% no fim de novembro . Os pedidos garantem as operações das indústrias até janeiro de 2009 e depois o cenário está nebuloso . O setor é responsável por 294,7 mil empregos diretos . ( F S P , 4.12.2008 , p. B-4)
Sob o impacto da crise , o emprego da indústria teve a maior queda em oito anos : recuou 1,8% em dezembro, na comparação livre de influências sazonais com novembro . Foi a maior retração da série histórica iniciada pelo IBGE m 2001 . Trata-se do terceiro mês consecutivo de redução do nível de emprego , período no qual a perda acumulada chega a 2,5% . ( F s P , 10.02.2009, p. B-3) .
REDUÇÃO NA PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO
Segundo estimativas do FMI o PUB brasileiro deverá crescer 5,2% e em 2009 3,5% ,
RANKING DE COMPETIVIDADE EM 2008 .
O Brasil subiu oito posições , passando do 72 para o 64º lugar , no ranking de competividade , que consta do relatório anual do Fórum Econômico Mundial . O Fórum classifica os EUA como o país mais competitivo do mundo , destacando a capacidade americana de inovação, apesar da crise .
A Suíça ocupa o segundo lugar , seguida por Suécia , Finlândia , Cingapura, Alemanha , Holanda , Japão e Canadá . Entre os Brics , a China ficou em 30º lugar , a Índia em 50º e a Rússia em 51º .
Entre as vantagens atribuídas ao Brasil encontram-se , “ o tamanho de seu mercado , o acesso a um dos mercados financeiros mais sofisticados da região e sua capacidade de absorver e adaptar tecnologia estrangeira “ .
Como desafios e enfrentar , o Fórum menciona o alto nível da dívida brasileira e a desconfiança do meio empresarial em relação às instituições públicas .
O Chile foi considerado o país latino-americano com melhor índice de competividade em 28º lugar , seguido do Panamá , 58º e Costa Rica , 59º . O México perdeu 8 posições e está em 60 lugar . ( F S P , 9.10.2008, p. B-11) .
MERCOSUL E A CRISE
O ministro Celso Amorin defendeu a criação de um mecanismo comum da América Latina , contra a ameaça de “dumping” , caso países como a China venham a despejar o excedente de sua produção rejeitada em outros países do mundo por causa da crise e da recessão internacional .A saída porém não é protecionismo , mas mais integração e mais comércio .
Em reunião realizada em Brasília decidiu-se desdolarizar as transações comerciais entre os países do Mercosul e de seus associados , aplicando para toda a região um processo já iniciado entre o Brasil e a Argentina .
Também decidiu-se a criação do Banco do Sul , que foi proposto pela Venezuela para criar reservas para ajudar países da região em dificuldades , idéia para a qual o Brasil tem ressalvas . ( F S P, 28.10.2008 , p. B-6) .
SOCORRO A CONSTRUTORAS
O Tesouro Nacional abriu mão de parte dos dividendos que teria a receber da CEF até 2010 e o dinheiro , R$ 1,05 bilhão servirá para compor um fundo que irá garantir até 35% dos empréstimos que o banco estatal fará para dar capital de giro às empresas e para antecipar receitas futuras , via compra de créditos a receber . A CEF vai usar R$ 3 bilhões dos recursos que capta das cadernetas de poupança para criar duas linhas de crédito . Isso assegurará dinheiro para as construtoras tocarem os novos empreendimentos , ameaçados de serem cancelados . ( F S P , 30.10.2008 , p. B-7) .
As vendas de imóveis residenciais novos caíram 46,8% em setembro em relação ao mesmo mês do ano anterior . Foram vendidos 2.544 unidades , contra 4.789 em setembro de 2007 . O Secovi estima que sejam vendidas entre 33 e 34 mil unidades em 2008 contra 36 mil em 2007 . ( F S P , 20.11.2008 ,p. B-3) .
Para o Ministro da Fazenda Guido Mantega , “ em vez de crescer 10% , o PIB da construção civil vai aumentar 5% ou 6% . Essa crise financeira reduziu drasticamente o crédito nessa área , é verdade . Mas estamos atuando fortemente para repor o financiamento imobiliário . ( Veja, 26.11.2008 , p. 78) .
O Conselho Curador do FGTS aprovou em 2 de dezembro uma linha de crédito emergencial de R$ 3 bilhões para socorrer as construtoras . O financiamento será liberado a partir de 2009 e contará com juros de 7 a 9% ao ano mais TR . O dinheiro será liberado via compra de debêntures , fundos imobiliários ou recebíveis . O FGTS financiará até 80% dos empreendimentos imobiliários . os juros de 7% serão para unidades avaliadas até R$ 130 mil , acima disso a taxa será de 9% mais a TR . Todos os empreendimentos precisam seguir as regras do SFH . ( F S P , 3.12.2008 , p. B-5) .
ADIAMENTO DE OBRAS
Com a decisão da maior produtora alemã de aço , a ThyssenKrupp de cortar US$ 1,3 bilhão em gastos em 2009, a inauguração da CSA – Companhia Siderúrgica do Atlântico deve ficar para o final de 2009 e não março de 2009 como previsto inicialmente . A empresa deve destinar 40% da produção de placas de aço fino para a indústria automobilística alemã e os restantes 60% seguirão para o mercado norte-americano .( F s P , 2.12.2009, p. B-5)
CONGELAMENTO DO GRAU DE INVESTIMENTO
A Moody’s , única entre as três agências de risco que não concedeu o grau de investimento ao Brasil , congelou a decisão sobre os “ratings” da América Latina em meio à crise . A agência afirma que , no curto prazo, é improvável que o Brasil receba o seu terceiro selo de bom pagador , pois é preciso esperar o comportamento da economia durante a crise . ( F S P , 30.10.2008, p. B-10) .
BRASIL NÃO AGREGA VALOR À AGRICULTURA
Apesar de ter a liderança mundial na exportação dos principais produtos agrícolas , com receitas próximas a US$ 400 bilhões desde 1998, o Brasil não consegue industrializar os produtos básicos que exporta , o que reduz a receita de vendas e barra investimentos e a criação de empregos de melhor qualidade .
Os exportadores de commodities impõem taxas maiores para a venda de grãos ao exterior e menores nas vendas de produtos industrializados para incentivar a industrialização interna . Já os que são dependentes destas matérias primas , como a China , impõem barreiras à entrada de produtos industrializados , priorizando a compra de produtos brutos para serem industrializados no país .
A Argentina consegue agregar valor na sua exportação do complexo soja . O Brasil, desde que passou a priorizar a exportação de grãos , em 1996 , com a lei Kandir , que retira o ICMS das vendas externas de produtos primários , deixou de obter US$ 19 bilhões devido à perda de participação nas vendas mundiais de óleo e farelo de soja .
O Brasil tem se mostrado muito eficiente no campo , mas não tão eficiente no setor industrial . ( F S P , 3.8.2008, p. B-1) .
GRAVE SITUAÇÃO NA AGRICULTURA
Para o governador de Mato Grosso , Blairo Maggi , a agricultura brasileira está diante de “uma das mais graves crises das últimas décadas . “ Segundo ele , “a bolha do subprime agrícola “ estourou , com conseqüências graves para o plantio e a colheita .
A diferença do momento atual em relação às outras crises do setor está na dificuldade de obtenção de crédito , com as tradings ou com as instituições financeiras nacionais e internacionais . “O problema é que o fluxo de caixa que antes era obtido com o crédito , praticamente secou”.
Sem o acesso ao crédito para financiar a próxima safra , 70% dos agricultores do Estado , deixaram de pagar seus débitos na parcela de R$ 1 bilhão do financiamento de máquinas agrícolas que venceu em 15 de outubro , segundo estimativa da Famato .
Em novembro, somente no cartório de Rondonópolis , mais de 70 notificações extra-judiciais já haviam sido protocoladas pelos bancos , que inscreveram os produtores em serviços de proteção ao crédito como o Serasa .
Para a FEBRABAN , 69% das parcelas aproximadamente foram pagas no país . Os que não pagaram a maioria deixou de fazê-lo por crer que haveria alguma prorrogação por parte do governo , ou seja, haveria apenas uma pequena parcela que de fato está enfrentando dificuldades . ( F s P , 19.11.2008 , p. B-1) .
Para Maggi , o cenário do campo é de dívidas acima da capacidade de pagamento , custos de produção em alta , queda no preço das commodities e pouco acesso ao crédito . (F S P , 18.11.2008 , p. B-1) .
Segundo o ministro da Agricultura Reinhold Stephanes “ O que os produtores de Mato Grosso querem é uma prorrogação generalizada das dívidas , o que não é possível fazer . O horizonte é de fato sombrio e o que o governo faz neste momento, é administrar a crise e amenizar seus efeitos .” Ele avalia que a crise é mais aguda em Mato grosso devido ao modelo de desenvolvimento adotado : médias e grandes propriedades , financiadas por tradings e comercializando safras por antecipação . “ Com o crédito mais difícil , o sistema parou de funcionar “ . ( F S P , 23.11.2008 , p., B-5) .
Para o Ministro da Fazenda Guido Mantega , “não há uma bolha agrícola prestes a estourar . O que houve foi uma escassez momentânea de crédito . Parte das tradings que financiavam a produção saiu do mercado . Tivemos que compensar a sua ausência como fonte de financiamento e o fizemos com o direcionamento do crédito compulsório para a agricultura . Também aumentamos o desembolso do Banco do Brasil e reestruturamos as dívidas agrícolas . Toda a safra 2008/2009 foi plantada e será colhida com êxito ...Além disso , a desvalorização do real dá um ganho extra ao exportador . O preço da soja cai , mas ele recebe, em reais , um valor igual ou até maior . Os problemas agrícolas são localizados . Não se deve fazer tempestade em copo d´água . ( Veja, 26.11.2008 , p. 78) .
O faturamento em 2008 do setor de cana é o mesmo de duas safras atrás , mas na safra de 2008/2009 , a moagem de cana chegou a 345 milhões de toneladas , contra apenas 262 milhões na de 2006/07 . O rendimento por tonelada de cana moída caiu de R$ 85 para R$ 65,5 . Ou seja , o setor aumentou a moagem em 83 milhões de toneladas , mas está faturando o mesmo . Houve uma perda de R$ 10 bilhões nas duas últimas safras o por isso o setor foi obrigado a recorrer ao mercado financeiro . ( F s P , 24.02.2009, p. B-6) .
SAFRA DE 2009
A crise mundial , segundo o IBGE deverá diminuir em 3,3% a produção para 2009 , que deve somar R$ 140,8 milhões de toneladas . Caso isso se confirme será a primeira queda na produção desde 2005, quando houve problemas climáticos . A produção nacional para 2008 está estimada em 145,6 milhões de toneladas , alta de 9,.4% em relação à de 2007 . ( F S P , 7.11.2008, p. B-4)
Segundo José Pitoli , assessor da Coopermibra , os custos elevados , o recuo na área plantada , o uso de menos tecnologia e um eventual clima desfavorável podem provocar uma perda de até 15 milhões de toneladas de grãos . ( F S P , 16.11.2008 , p. B-3) .
Se houver uma recessão mais prolongada , os preços das commodities permanecerão deprimidos impactando fortemente a receita de exportações . Os preços já regrediram aos níveis de 2002, eliminando todos os ganhos dos últimos anos .
REAIS NÃO SÃO SUFICIENTES
Segundo o presidente da FEBRABAN , Fábio Barbosa , “ os reais não são suficientes para atender a essa nova demanda de pessoas que migraram do dólar para reais . Por definição mesmo , não tem [reais] , e o que tem é limitado . Se mais gente vem buscar não tem e fica faltando . O segundo ponto é que as empresas também ficaram mais conservadoras e os indivíduos também mais prudentes . Não querendo se endividar . Banco não está escondendo dinheiro . “ Segundo ele , as pessoas físicas continuam sendo atendidas normalmente . No caso das empresas , o problema é que as operações ficaram com prazo mais curto e elas precisam de financiamentos longos . ( F s P , 11.11.2008 , p. B-1) .
NÃO É HORA DE DESCUIDAR DA INFLAÇÃO
Segundo Alexandre Schawartsman , “ ao contrário do que ocorreu mundo afora , os bancos brasileiros não sofreram perdas de capital , nem precisam reduzir a relação entre crédito e capital ... Importações sensíveis à demanda não se desacelerarão . Exportações , por sua vez, seguindo o avanço do comércio mundial e preços de commodities, devem perder o fôlego . Esses desenvolvimentos e a maior escassez de capital num mundo de liquidez em baixa se traduzem em taxas de câmbio mais depreciadas e, portanto , efeitos inflacionários adicionais ao choque da desvalorização inicial .
No entanto, o problema não é ( e nunca foi) crescer em 2009, e sim garantir que o crescimento seja duradouro , o que só é possível num cenário de estabilidade , exatamente como mostrado pela nossa própria experiência nos últimos anos . Por mais tentador que soe, sairá muito caro abandonar o regime de metas , bem como toda a estrutura de política econômica comprometida com a estabilidade “ . ( F s p , 12.11.2008, p. B-2) .
Para Luiz Carlos Bresser Pereira de outro lado , “ a crise permitirá que o governo baixe os juros sem risco de inflação , porque esta está controlada pela queda dos preços das commodities e pelo desaquecimento da demanda agregada “. ( F s P , 15.12.2008 , p. B-2) .
LUXO
O Brasil, apesar da crise , tornou-se um dos mercados mais atrativos do mundo para as marcas de luxo . De janeiro de 2008 a dezembro , 20 marcas inauguraram operações próprias no país , quase o dobro do registrado em 2007 . A lista inclui nomes como a italiana Emilio Pucci , com apenas 30 lojas espalhadas pelo mundo , a francesa Goyard , maior concorrente da Louis Vuitton , e a americana Gant . Nos próximos meses , outras dez grifes devem ter suas lojas inauguradas no país , entre elas a francesa Hermes , famosa por sua coleção de bolsas de couro e lenços de seda feitos à mão . Mais de 50 grifes de luxo devem se estabelecer no Brasil nos próximos cinco anos . Os consumidores de luxo no Brasil gastam em média US$ 2.800 por mês , quatro vezes mais do que na Índia e o dobro do gasto na China . ( Exame, 17.12.2008 , p. 26-33) .
CRÉDITO EM 2008
As companhias em relação a 2007 conseguiram 30% a menos em recursos no mercado de capitais nacional , totalizando R$ 101,85 bilhões , o menor montante desde 2005 . O número de IPOs ( oferta inicial de ações) , caiu drasticamente , de 64 em 2007 para apenas 4 em 2008 .
A indústria de fundos de investimento registrou em 2008 a maior saída líquida de recursos da história . Os resgates superaram as aplicações em R$ 77,84 bilhões segundo levantamento da Anbid . Os recursos foram para os CDBs que passaram de um estoque de R$ 360 bilhões no fim de 2007 , para R$ 670 bilhões no fim de 2008 . ( F s P , 7.1.2009, p. B-5) .
A poupança perdeu quase metade de sua captação em 2008 . A diferença entre depósitos e saques somou R$ 17,66 bilhões , 47% a menos do que os R$ 33,4 bilhões de 2007 . ( F S P, 8.1.2009, p. B-5).
INADIMPLÊNCIA DA PESSOA FÍSICA
A inadimplência das pessoas jurídicas explodiu no final de 2008 . A alta foi de 36,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior segundo o indicador Serasa Experian de Inadimplência da Pessoa Jurídica . Foi o maior aumento do índice registrado pela pesquisa desde que ela foi iniciada em 1999 . De março a outubro a taxa acumulada do ano era negativa , ou seja , a inadimplência das empresas estava em queda , até outubro de 0,3% . O ano fechou no entanto com um crescimento de 4,8%. As razões da reversão são a restrição ao crédito , o aumento dos juros , maior seletividade nos empréstimos e prazos menores nos financiamentos e retração da atividade econômica . ( F s P , 25.01.2009, p. B- 1 ) .
GASTOS COM SEGURIDADE SOCIAL
Dados preliminares da execução do Orçamento de 2008 apontam que os gastos federais com a seguridade social caíram em 2008 , como proporção da renda nacional , pela primeira vez em 12 anos . Os gastos caíram para 12,92% do PIB em 2008, contra 13,00 em 2007 .As principais despesas executadas em 2008 em R$ bilhões foram : Aposentadorias e pensões urbanas ( setor privado) 129,9 ; aposentadorias e pensões rurais ( setor privado) – 40,4 ; aposentadoria e pensões dos servidores civis – 28,3 ; procedimentos de média e alta complexidade em saúde – 22,4 ; aposentadoria e pensões dos militares – 20,1 ; auxílio-doença – 16,0; seguro-desemprego – 14,2; benefícios de prestação continuada – 13,7 ; bolsa família – 10,5 . ( F S P , 11.01.2009, p. A-4)
Os gastos com Benefício de Prestação Continuada e Bolsa Família e outras despesas assistenciais do Ministério do Desenvolvimento Social chegaram aos R$ 28,8 bilhões , aumento de 16% sobre o volume do ano anterior .
O BPC paga desde 1996 um salário mínimo a idosos e deficientes de baixa renda . Em 1996 quando foi criado atendeu a 350 mil beneficiários e em 2008 a quase 3 milhões . Em 2003 , o Estatuto do Idoso reduziu de 67 para 65 anos a idade mínima para requerer o benefício .
O Bolsa Família paga benefícios menores, mas atende a 11 milhões de famílias , e eram pouco mais de 3 milhões em 2003 . Em 2008 foi concedido reajuste médio de 8% nos valores pagos . ( F S P , 11.01.2009, p. A-6)
AUMENTO DAS ESTATAIS
As empresas estatais aumentaram em 15,2% o número de empregados durante o governo do presidente Lula, uma taxa ainda mais expressiva do que as contratações feitas por autarquias , fundações e órgãos da administração direta , que aumentaram 12,3% desde 2003 .
Os funcionários das estatais saltaram de 381.911 em 2003 para 439.802 em 2008 , segundo levantamento feito pelo Ministério do Planejamento , responsável pela supervisão das 116 estatais existentes no país .
Grande parte das contratações decorre de acordos assinados com o Ministério Público para a substituição de servidores terceirizados . Decisões de tribunais de contas tem exigido do governo a realização de concursos para servidores de informática , o que deve aumentar as contratações pois é um setor que é tradicionalmente terceirizado.
A Petrobrás e a Transpetro foram as que mais contrataram em termos numéricos . O total de funcionários da Petrobrás passou de 36.363 pessoas em 2003 para 50.207 em 2008, aumento de 38,1% . A Manaus Energia foi a que mais aumentou , passando de 427 funcionários em 2003 para 1.027 em 2008, aumento de 140,52% e apresentou prejuízo de R$ 602 milhões em 2008, o segundo maior entre as estatais . ( F S P,30.11.2008, p. B-6) .
EXPORTAÇÕES EM 2008
A receita de exportações de carne bovina cresceu 20,4% em, 2008 , apesar da redução do volume embarcado em 14,3% . O motivo é o aumento do preço médio em 40,5% . A receita cambial ficou em US$ 5,3 bilhões , ante US$ 4,5 bilhões em 2007 . ( F S P , 20.01.2009, p. B-10) .
INVESTIMENTO DIRETO EM 2008
O Brasil recebeu US$ 41,7 bilhões em investimento direto em 2008 , cerca de 20,6% a mais do que em 2007 , ou seja , apesar da crise o investimento externo continuou aumentando o que revela uma confiança na economia do país pois o investimento direto total teve redução de 21% , caindo de US$ 1.833,3 trilhões em 2007 para US$ 1.448,3 trilhão em 2008 . ( F s P , 20.01.2009, p. B-6) .
DESEMPREGO EM 2008
No mês de dezembro de 2008 , foram fechadas em todo o país 654.946 vagas com carteira assinada . A redução foi generalizada , mas a indústria de transformação foi a que mais perdeu , 273.240 vagas .O subsetor de alimentos eliminou em apenas um mês 109.676 vagas . Os segmentos de suco de laranja e sucroalcooleiro aparecem entre os maiores perdedores , afetados pela queda na demanda mundial por estes produtos , que atingiram também os setores de calçados, borracha e couro e moveleiro , que fecharam o ano de 2008 com saldo negativo de empregos .
O setor da indústria que mais desempregou nos dois últimos meses de 2008 , o de alimentos e bebidas , foi também o que recebeu mais recursos do BNDES entre janeiro e novembro , tomando R$ 8,6 bilhóes , 11% do desembolso do total da instituição no período .( F S P , 22.01.2009 , p. B-4) .
Com o número de dezembro , o ano de 2008 fechou com saldo positivo de 1,452 milhão de empregos . Tradicionalmente dezembro representa perda de empregos, mas 2008 foi recorde . Em dezembro de 2007 foram fechadas 319.424 mil vagas e o pior desempenho anterior foi o de dezembro de 2004 com perda de 352.093 mil vagas. ( F S P , 20.01.2009, p. B-1) .
Segundo dados do Ministério do Trabalho, o fechamento de postos de trabalho ocorreu com maior intensidade no interior do que em regiões metropolitanas . Em São Paulo , o saldo de demissões em dezembro de 2008 foi de 285,5 mil e na Grande São Paulo foram demitidos 63.241 trabalhadores , 22% do total . A razão é que o interior tem maior concentração de fábricas de alimentos e bebidas . ( FS P , 20.01.2009, p. B-3) .
Nas regiões metropolitanas do país o desemprego ficou em 6,8% , a menor marca desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE em 2002 . Em novembro a taxa havia sido de 7,6% e em dezembro de 2007 , de 7,4% . O ano de 2008 fechou com taxa média de desemprego de 7,9% , também a mais baixa da série . Em 2007 fora de 9,3% . Como único sinal da crise , o emprego industrial recuou 2,4% , mas no comércio e nos serviços prestados às empresas houve expansão de 2,7% e 2,2% respectivamente . ( F s P , 23.01.2009, p. B-4) .
Na indústria paulista em 2008 houve perda de 7.000 vagas , ante 106 mil geradas em 2007 . Em dezembro o saldo foi negativo em 130 mil vagas , o pior desde 1994 ( F s P , 27.01.2009, p. B-5) .
Apesar da perda de postos de trabalho , a taxa de desemprego recuou de 15,5 para 14,1% , em 2008 em seis regiões metropolitanas segundo o Dieese e a Fundação Seade . Foi a menor taxa desde 1998 . ( F s P , 29.01.2009, p. B-3) .
SETOR AÉREO
O setor aéreo fechou 2008 com crescimento de 7,4% no transporte de passageiros no mercado doméstico segundo dados da Anac. Trata-se da menor taxa de expansão desde 2003 quando houve retração no segmento .( F s P , 15.01.2009, p. B-5) .
CELULARES
O número de telefones celulares alcançou 150,641 milhões em 2008, aumento de 24,5% em relação a 2007 . Em dezembro foram vendidos 3,58 milhões de aparelhos , número 23% inferior ao vendido em dezembro de 2007 . A Vivo tem 29,84% do mercado , a Claro 25,71% , a TIM 24,17% e a Oi 16,19% , a Brasil Telecom com 3,72% e a Aeiou com 0,01% . ( F s P , 15.01.2009, p. B-5)
CAPTAÇÃO NO EXTERIOR
Empresas e governo brasileiro captaram em 2008 US$ 11,07 bilhões no exterior , cifra 31% inferior à de 2007 . O montante só não foi menor por que a Vale faz uma colocação de ADRs que alcançou US$ 3,9 bilhões . ( F S P , 22.01.09, p. B-7) .
INADIMPLÊNCIA
O volume de cheques devolvidos em dezembro aumentou 7,9% em relação ao mesmo mês de 2007 . Segundo o Serasa foram contabilizados 20,2 cheques sem fundos a cada 1.000 compensados . Em relação a novembro houve queda de 6,5% . No ano o índice ficou em 19,8 cheques sem fundos a cada mil compensadas, acréscimo de 1,5% sobre 2007 e o segundo maior desde 1994 . ( F S P , 22.01.2009, p. B-5 ).
PREVIDÊNCIA
O déficit na previdência registrou a primeira queda desde 1995 . As contas previdenciárias fecharam 2008 com déficit de R$ 36,2 bilhões , queda de 19,3% em relação a 2007 . O saldo deve passar a 1,25% do PIB com base em uma estimativa , ante 1,73% de 2007 . O déficit de 2008 é o menor desde 2004 . ( F S P , 22.01.2009, p. B-5 ).
FUNDOS DE PREVIDÊNCIA
As aplicações em fundos de previdência caíram de R$ 436 bilhões em 2007 para R$ 416 bilhões em 2008 . As ações foram as que mais sofreram , registrando perda contábil de R$ 31 bilhões , compensada parcialmente com os ganhos dos outros investimentos . Com a queda a participação das ações no total aplicado pelos fundos recuou de 34% do total em 2007 para 28% em 2008 .
O patrimônio acumulado das entidades caiu de R$ 76 bilhões em 2007 para R$ 39 bilhões em 2008 . ( F S P , 19.03.2009, p. B-6) .
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA
Em dezembro de 2008 o consumo de energia elétrica caiu 1,8% , quando comparado com o mesmo período de 2007 . É a primeira vez que isso ocorre desde o apagão de 2001 e 2002 . Balanço divulgado pela EPE mostra que o parque industrial reduziu a demanda em 8,8% em dezembro ante igual período de 2007 . O consumo de 13.697 GWh em dezembro foi o menor do setor desde junho de 2006 . ( F s P , 24.01.2009 , p. B-4) .
RENDA
O rendimento médio do trabalhador cresceu , em média 3,4% em 2008 , na comparação com 2007 , estimado pelo IBGE em R$ 1.260,24. Não superou porém ainda a marca de 2002 , r$ 1.284,50 , ou seja , a economia ainda não se recuperou do forte tombo de 11,9% em 2003 . ( F S P , 23.01.2009, p. B-4) .
Os trabalhadores conseguiram aumento real em 77,6% dos acordos realizados em 2008 , segundo levantamento do Dieese , a partir de 706 negociações realizadas no país , considerando reajustes superiores ao INPC do IBGE . Em 2007 o aumento real havia sido obtido em 87,7% dos acordos . ( F S P , 13.03.2009,p. B-3) .
ARRECADAÇÃO EM 2008
Simulações feitas pelo economista Amir Khair ( O Estado de São Paulo,1/1/09) , indicam que a receita extra obtida no ano atingiu cerca de R$ 81 bilhões , o dobro do valor perdido com o fim da CPMF . Mesmo sem a CPMF houve em 2008 uma ligeira elevação da carga tributária para 35,5% do PIB , índice 0,7% acima da de 2007 . ( Benjamin Steinbruch , F S P , 13.01.2009 , p. B-2) .
Ele estima que a carga tributária de 2008 somou 35,15% do PIB , enquanto a de 2007 foi de 34,79% do PIB .
A receita com tributos federais somou R$ 66,2 bilhões em dezembro , resultado 4,71% menor do que no ano anterior , já descontada a inflação do período . No ano a arrecadação manteve crescimento de 7,6% acima da inflação e bateu recorde histórico alcançando R$ 701,4 bilhões em impostos, taxas e contribuições
Foram os seguintes valores arrecadados segundo a Receita federal e os percentuais de crescimento em relação a 2007, em valores corrigidos pelo IPCA : Imposto sobre Importação R$ 17,6( +32,9%), IPI 40,4 ( +10,3) ; Imposto de Renda 196,3 ( +13,3) ; IOF 20,8 ( +145,7); COFINS 123,6 (+11,1) , PIS/PASEP 32,3 ( +11,4) , CSLL( total) 45,0 ( +20,7) , CSLL de entidades financeiras 6,1 ( +17,4) ; Receita previdenciária 184,4 ( +11,0) . ( F S P , 28.01.2009, p. B-3) .
CARGA TRIBUTÁRIA EM 2008
A carga tributária em 2008 chegou a 36,54% do PIB , um ponto acima da de 2007 , segundo o IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário . Foi usado como referência a arrecadação de R$ 1,056 trilhão para um PIB estimado de R$ 2.890 trilhão . O aumento de um ponto percentual ficou dividido em 0,52 ponto para os tributos federais , 0,35 para os estaduais e 0,13 para os municipais .
A carga tributária tem crescido ano a ano desde 2004 ( 33,49%) , 2005 ( 34,13%) , 2006 ( 34,52%) , 2007 ( 35,53%) . ( F S P , 19.02.2009, p. B-1 ) ,
SONEGAÇÃO EM 2008
Segundo estudo do IBPT a sonegação fiscal das empresas atingiu R$ 200,29 bilhões em 2008 , que decorre da receita não declarada de R$ 1,32 trilhão . O instituto utilizou como base uma amostra de 9.225 empresas autuadas entre 2006 e 2008 . A alta carga tributária , de 36,5% do PIB é apontada como o principal motivo para o elevado nível de sonegação do país .
Há fortes indícios de sonegação em 2.664 empresas , 26,84% . O percentual de 2005 foi de 29,45% . A indústria é o setor com maior indício de sonegação , com 30,77% , índice que cresceu pois era de 27,02% em 2005 . No comércio o índice constatado em 2008 , de 29,02%, caiu em relação ao de 2005 , 31,23% . No setor de serviços também houve queda , em 2008 foi de 24,22% e em 2002 estava em 25,93% . ( F s P , 9.3.2009 , B-1) .
DÍVIDA PÚBLICA EM 2008
Com a alta do dólar a dívida do setor público brasileiro ( governos federal , Estados , municípios e estatais ) , diminui em R$ 80,8 bilhões em 2008 e chegou ao final de 2008 a R$ 1,070 trilhão . Na comparação com o PIB a queda foi mais acentuada , tendo caído de 42% em 2007 para 36% em 2008 .
A economia feita por Estados , Municípios, estatais e o governo federal para pagar os juros da dívida em 2008 ficou em 4,07% do PIB , acima do objetivo que era de 3,8% do PIB . ( F s P , 27.01.2009, p. B-3) . O total , de R$ 118 bilhões não foi suficiente para cobrir os juros da dívida pública que chegaram a R$ 162,3 bilhões o correspondente a 5,59% do PIB . Em 2007 a proporção havia ficado em 6,14% . Portanto, o restante , R$ 44,3 bilhões foi refinanciado por meio da emissão de títulos públicos é o chamado déficit nominal.
Com o reajuste dos servidores , as despesas do setor público chegaram a R$ 497,9 bilhões , cerca de 17,15% do PIB , contra R$ 455,4 bilhões em 2007 . Os gastos cresceram 9,3% acima da inflação do período e o PIB nominal ( crescimento econômico mais inflação) , teve um crescimento de 14,4% , portanto deste ponto de vista as despesas cresceram menos do que o PIB.
Do total em 2008 , as despesas com servidores foram de 130,8 bilhões ( 116,3 em 2007) , custeio 135,7 bilhões ( 129,2 em 2007), investimentos 28,3 bilhões ( 22,1 em 2007), despesas da Previdência Social 199,3 bilhões ( 185,3 em 2007) , gastos do Banco Central 2,4 bilhões ( 1,9 em 2007) e Fundo Soberano 14,2 bilhões em 2008 . Com isso o superávit primário chegou a 71,4 bilhões em 2008 , contra 57,8 bilhões em 2007 . ( F s P , 29.01.2009, p. B-4) .
INVESTIMENTO DIRETO RECORDE
O investimento direto em 2008 chegou a US$ 45 bilhões um recorde e um crescimento de 30% sobre o total de 2007 . Apenas em dezembro o país recebeu US$ 8,1 bilhões em investimento o que mostra que a crise internacional não afetou a entrada de recursos desta natureza.
Por sua vez , a remessa de lucros chegou a US$ 33,875 bilhões, também recorde o que mostra que as multinacionais remeteram muito dinheiro para cobrir prejuízos de suas matrizes no exterior e alta de 51% em relação a 2007 .
Nos gastos com turistas no exterior o total chegou a US$ 10,962 bilhões, o maior valor já registrado pelo BC e os gastos de estrangeiros no Brasil chegaram a US$ 5,787 bilhões. ( F s P , 27.01.2009, p., B-3) .
A conta de transações correntes teve um déficit de US$ 28,3 bilhões , cerca de 1,78% do PIB , o pior resultado desde 2001 , quando essa proporção ficou em 4,1% e voltando a ter déficit após superávits sucessivos desde 2003. .
No balanço de pagamentos o saldo foi de US$ 2,969 bilhões, uma forte queda em relação ao superávit de US$ 87,484 bilhões em 2007 , ou seja, em apenas um ano o balanço de pagamentos teve uma reversão de US$ 85 bilhões .
INDÚSTRIA EM 2008
O período de outubro a dezembro de 2008 foi o pior trimestre desde 1999, segundo a CNI . Há dez anos os indicadores que medem produção e emprego não ficavam tão baixos . O indicador de produção da pesquisa realizada pelo CNI ficou em 40,8 no quarto trimestre de 2008 acima apenas de 36,9 do primeiro trimestre de 1999 . Números inferiores a 50 neste item indicam que houve redução da produção . Para o item trabalho o indicador ficou em 44, ante 54,9 no mesmo período de 2007 . ( F s P , 30.01.2009, p. B-3) .
A queda de 7,4% no PIB da indústria no quarto trimestre de 2008 foi puxada pelo subsetor de transformação , que teve a maior retração (9,2%) no confronto com os três meses anteriores e tem peso de 57,2% . Indústria extrativa mineral ( -5,6¨%) e construção civil ( -5,8%) , tiveram quedas semelhantes . ( F s P , 12.03.2009, p. B-6) .
Levantamento da Firjan mostra que o percentual exportado da indústria de transformação nacional caiu a 21,9% do volume produzido ao fim de 2008 . De 2003 a 2007 , as vendas externas chegaram a 24,1% do que era produzido , com um pico DCE 25,2% em 2005 . A queda na demanda e a escassez de crédito ajudam a explicar a retração apontada . ( F S P , 13.4.2009 , p. B-1) .
CRISE AFETA MAIS A CLASSE ALTA
Segundo estudo da FGV , a crise atingiu em cheio a classe de renda AB e poupou a C , tida como a classe média brasileira . A cada 100 pessoas que estavam na classe AB nas seis maiores metrópoles brasileiras do país em 2007, 81 permaneceram no mesmo estrato de janeiro a setembro de 2008 . De outubro a dezembro, quando a crise se instalou com mais força , esse número caiu para 75 pessoas . Já a classe média e não houve alteração no número de pessoas na faixa de rendimento ao longo de 2008 ( F s P , 12.02.2009, p. B-6) .
FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FREADA NO QUARTO TRIMESTRE
A formação bruta de capital fixo teve alta de 17,3% nos três primeiros trimestres de 2008 e de apenas 4,5% no último trimestre , registrando forte freada . Mesmo assim o resultado para o ano de 2008 foi em torno de 14% , superiores aos 13,4% de 2007 e aos 10,0% de 2006 . ( F s P , 14.02.2009, p. B-4) .
FUSÕES E AQUISIÇÕES EM 2008
Apesar da queda de 24% no número e de 3,55 no valor total das fusões e aquisições realizadas no país em 2008 , as operações foram maiores do que as de 2007 . As grandes operações continuaram acontecendo . Foi o caso das uniões de BMF & Bovespa , Itaú e UNIBANCO e Oi e Brasil – Telecom No total foram movimentados R$ 110,4 bilhões em 94 operações de fusões , aquisições , reestruturações e ofertas públicas de ações em 2008, contra 125 em 2007 . Portanto , o Brasil demorou para sentir os efeitos da retração financeira . ( F s P ,6.2.2009, p. B-7) .
BANCO CENTRAL
O BC teve um lucro de R$ 140 bilhões em 2008 , revertendo um prejuízo de R$ 47,5 bilhões em 2007 . Os ganhos foram conseguidos devido ás elevadas reservas em moeda estrangeira mantidas pelo BC , que chegaram ao nível recorde de US$ 208 bilhões e à forte desvalorização do real ocorrida em 2008 . ( F S P, 20.02.2009, p. B-10) .
BNDES
O BNDES fechou 2008 com um lucro de r$ 5,3 bilhões , queda de 27.4% em relação a 2007, o primeiro recuo no lucro anual desde 2002 , e o menor valor desde os R$ 3,2 bilhões de 2005 . Dois fatores causaram o resultado : a redução dos “spreads” e a redução das receitas com reversão de provisão para risco de crédito . que foi de R$ 1,3 bilhão em 2007 e de R$ 445 milhões em 2008 . A reversão é feita quando uma empresa conclui o pagamento de um empréstimo .
A inadimplência do banco permanece baixa e corresponde a 0,15% da carteira total , mas já foi de 0,11% em 2007 . ( F s P , 17.02.2009, p. B-1) .
REGIÕES SEM CRISE
Com a expansão dos portos de Santos e São Sebastião e a montagem de um novo complexo de produção de petróleo e gás natural no litoral paulista , a região da Baixada Santista registrou crescimento no emprego em dezembro .
Em Macaé , entre setembro e dezembro, foram abertas 4.589 vagas , enquanto no Rio de Janeiro, com 20 vezes mais habitantes , foram abertas 22 mil vagas . Macaé está blindada contra a crise graças ao petróleo e à bacia de Campos , por ser sede operacional da Petrobrás .
Em Rio Verde em Goiás . responsável por 1% da produção,p nacional de grãos , com a instalação de novas fábricas de processamento de alimentos sobram ofertas de empregos para 102 tipos de profissionais . ( F S P , 15.02.2009, p., B-5)
PETROBRÁS
A Petrobrás teve em 2008 o maior lucro de sua história R$ 33,9 bilhões , expansão de 58% ante 2007 . Em relação ao quarto trimestre de 2007 , o resultado de R$ 7,4 bilhões também foi positivo com alta de 46% . ( F s P , 7.3.2009, p. B-4) .
SETOR BANCÁRIO
O lucro obtido pelos 58 bancos de capital nacional que atuam no Brasil em 2008 foi de R$ 20,9 bilhões , um recuo de 6% em relação ao de 2007 . Os ganhos apurados pelos bancos públicos ( federais e estaduais ) somaram R$ 15 bilhões, com alta de 56% . Os 32 bancos estrangeiros lucraram R$ 8 bilhões , contra R$ 13,6 bilhões em 2007 . Como um todo o setor lucrou R$ 43,9 bilhões em 2008 , recuo de 3,3% em relação a 2007 . ( F S P , 9.3.2009, p. B-7) .
Os grandes bancos brasileiros aparecem como os mais rentáveis e entre os de maior lucro líquido conquistado em 2008 nas Américas , segundo levantamento elaborado pela consultoria Economática .
Em rentabilidade o Banco do Brasil está em primeiro lugar com 32,5% e o Bradesco em segundo com 23,6% , aparecendo em terceiro o American Express com 23,6% . ( F S P , 21.03.2009, p. B-4) .
O Brasil segundo estudo realizado pela Fecomércio- SP pagou R$ 134,5 bilhões em “spread” bancário em 2008 . As pessoas físicas pagaram R$ 85,4 bilhões e as empresas R$ 49,1 bilhões. ( F S P , 5.4.2009 , p. B-1) .
FORTE RETRAÇÃO NO QUARTO TRIMESTRE
O PIB brasileiro caiu 3,6% no último trimestre de 2008 na comparação livre de influências sazonais com o terceiro trimestre . Foi o pior desempenho da atual série histórica do IBGE , iniciada em 1996 .
A redução de 3,6% no trimestre equivale a 14,4% em termos anualizados o que mostra a gravidade da retração no período .
Apesar da freada brusca , o PIB cresceu 5,1% em 2008 , pouco menos do que os 5,7% de 2007 . Até setembro a taxa acumulada era de 6,4% .
Em relação á América Latina o desempenho brasileiro foi o pior . A Argentina divulgou contração de 0,3% , que permitiu um crescimento econômico de 7% ao ano . O México , por causa da queda das exportações para os EUA sofreu retração de 2,7% . A Venezuela divulgou uma espantosa expansão de 7,5% e um acumulado de 4,8% em 2008 .( F S P , 11.03.2009, p. B-1) .
Para Paulo Rabello de Castro “ chega a se chocante , neste cenário de perigos, a absoluta alienação dos políticos de Brasília , que se esgrimam por vagas em arranjos de supostas candidaturas a 2010, numa economia tão prejudicada em sua trajetória de crescimento nos dois anos finais de Lula . Talvez apenas o abalo sísmico , um apagão geral , possa fazer os líderes da pátria despertarem de sua própria escuridão “( F S P , 11.03.2009, p. B-2) .
O Brasil , segundo estudo da FIESP , ficou apenas atrás da Coréia do Sul que registrou variação negativa de 7,2 pontos percentuais . Os EUA tiveram variação negativa de 2,8 pontos e o Japão negativa de 4,2 pontos no quarto trimestre . ( F S P , 11.03.2009, p. B-2) .
O volume de recursos destinados à ampliação da capacidade produtiva caiu 9,8% no quarto trimestre em relação ao trimestre anterior quando avançou 8,4% . Ainda assim o indicador teve a maior expansão anual desde 1996 , de 13,8% , reflexo do desempenho anterior à crise .
O consumo das famílias caiu 2% no quarto trimestre , após expansão de 2,1% no terceiro .Trata-se do pior resultado desde 2001 . e interrompe uma virtuosa sequência de 21 trimestres consecutivos de resultados positivos .
Apesar da forte retração, o consumo das famílias fechou 2008 com crescimento de 5,4% .
A indústria reduziu sua produção em 7,4% e trouxe o crescimento em 12 meses de 7,1% para -2,1% . O governo , como de costume manteve a expansão de seus gastos , com alta de 5,5% em 12 meses .
A arrecadação de tributos chegou a R$ 1,056 trilhão , expansão de 7,4% e chegando á carga tributária de 36,54% no ano , com base no PIB de R$ 2,89 trilhões , novo recorde .
FUNDO DE PENSÃO DO BANCO DO BRASIL
O Fundo de Pensão do Banco do Brasil chegou ao final de 2008 com um patrimônio de R$ 115,3 bilhões , contra R$ 137,1 bilhões em 2007 . Por conta da crise houve uma perda de R$ 26 bilhões , reflexo da desvalorização da carteira de ações e das despesas com pagamentos de pensões e aposentadorias . Metade do superávit acumulado em toda a sua história foi perdido em 12 meses . ( F s P , 12.03.2009, p. B-7)
RESULTADOS DE EMPRESAS EM 2008
Aracruz Celulose teve um prejuízo de R$ 4,19 bilhões em 2008 , em 2007 a empresa teve lucro de R$ 1,04 bilhão .
Cyrela teve lucro de R$ 277,7 milhões em 2008, 28% menor do que o de 2007 .
Embraer teve lucro líquido de R$ 428,8 milhões em 2008 , queda de 63,8% em relação ao de 2007 , que foi de R$ 1,185 bilhão .
Sadia prejuízo de R$ 2,5 bilhões em 2008 , Em termos de receita bruta foi o melhor da história da empresa com receita bruta de R$ 12,2 bilhões , 23% a mais do que em 2007 . ( F S P , 28.03.2009, p. B-12) .
Cesp teve prejuízo de R$ 2,467 bilhões em 2008 .
A VCP registrou prejuízo de R$ 1,31 bilhão em 2008, após lucro de R$ 838 milhões em 2007 . Boa parte das perdas foi verificada no último trimestre . ( F s P , 1.4.2009, p. B-6) .
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