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Artigos-->Economia Brasileira - Junho de 2008 -- 30/03/2009 - 08:14 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ECONOMIA BRASILEIRA JUNHO DE 2008



Edson Pereira Bueno Leal março de 2009



CRESCIMENTO DO PIB NO PRIMEIRO SEMESTRE



Segundo dados do IBGE o PIB brasileiro subiu 6,1% no primeiro semestre de 2008, sobre igual período de 2007 . A aceleração em relação ao primeiro trimestre de 2008 foi de 1,6% . Com isso fica garantida uma alta no ano superior a 5% .

Abril a junho de 2008 foi o 18 trimestre consecutivo de alta nos investimentos , sendo que há cinco trimestres a taxa supera 14% . Os investimentos em máquinas e equipamentos voltaram a puxar também as importações , que cresceram 25,8% no trimestre , sendo que as exportações subiram apenas 5,1% .

O aumento do consumo das famílias , o 19º seguido , se manteve praticamente no mesmo patamar do primeiro trimestre . Subiu 6,7% apoiado em um aumento de 8,1% da massa salarial real e de 32,9% nas operações de crédito .

Os gastos públicos que tem peso específico de 15% na composição do PIB subiram 5,3% no segundo trimestre, sobre igual período de 2007 , no primeiro trimestre haviam subido 5,8% .

A agropecuária impulsionada pelo crescimento das safras de café e milho , registrou alta de 7,1% no segundo trimestre . Foi a maior taxa de expansão entre os setores produtivos no período . A indústria registrou alta de 5,7% e os serviços 5,5% . O desempenho da agropecuária foi beneficiada com ganhos de produtividade .

Somente Brasil , México e Indonésia cresceram mais no segundo trimestre que no período de janeiro a março , sempre fazendo a comparação com o mesmo período de 2007 . A China teve um leve recuo na expansão do PIB , de 10,6% no primeiro trimestre , para 10,4% de abril a junho . A Índia , que havia avançado 8,8% nos três primeiros meses de 2008 , cresceu 7,9% no segundo trimestre , a menor expansão em quase quatro anos , mas mesmo assim expressiva .( F S P , 11.09.2008, p. B-1) .

Conforme assinala Paulo Nogueira Batista Junior, “ os dados mostram que o investimento produtivo vem apresentando desempenho excepcional . A formação bruta de capital fixo está aumentando há oito trimestres consecutivos . No segundo trimestre de 2008 , o investimento fixo foi nada menos do que 16,2% mais alto do que em igual período de 2007 . ( F S P , 11.09.2008, p. B-2) .

A alta de 16,2% foi a 18ª consecutiva e recorde na série histórica do IBGE . Há cinco trimestres os investimentos crescem entre 14% e 16% .

A indústria de construção civil cresceu 9,9% na comparação do segundo trimestre com igual período de 2007 .( F S P , 11.09.2008, p. B-3) .



CONTINUIDADE DA ELEVAÇÃO DA SELIC



Em 4 de junho o BC elevou a Selic em mais meio ponto percentual , para 12,5% , a maior taxa de juros real do mundo . A decisão foi tomada pelo Copom por unanimidade . O aumento foi por causa da inflação . Em conversas reservadas o Banco Central já reconhece que o centro da meta de inflação não será cumprido em 2008 . ( F S P , 5.6.2008 , p. B-6) .

Embora exista uma inflação externa pressionando , o consumo aquecido e o excesso de gasto público contribuíram para o aumento dos preços . Portanto , medidas dos dois lados teriam que ser tomadas e não apenas o aumento dos juros aumentando mais ainda o custo da dívida pública .



ARRECADAÇÃO JANEIRO JUNHO DE 2008



Comparada com o mesmo período de 2007 , a receita de impostos e tributos federais cresceu 10,43% no primeiro semestre de 2008 , já descontada a inflação . Foram arrecadados R$ 333,2 bilhões , cerca de R$ 1,820 bilhão por dia . Em junho a arrecadação chegou a R$ 55,7 bilhões , 7% a mais do que em junho de 2007 , descontada a inflação .

Desde 2004 a arrecadação vem crescendo sistematicamente , conforme mostram os números seguintes ,ajustados pelo IPCA : 2004 : R$ 245,1 bilhões ; 2005 – R$ 261,1 bilhões ; 2006 – R$ 274,3 bilhões ; 2007 – R$ 301,7 bilhões e 2008 – R$ 333,2 bilhões . Portanto , o governo tem uma oportunidade histórica de utilizar os recursos arrecadados em excesso para reduzir a dívida pública, mas pode desperdiçá-la apenas aumentando os gastos públicos.

A arrecadação do IR cresceu 17% no semestre , atingindo R$ 97 bilhões . As pessoas físicas pagaram R$ 8,3 bilhões , 12% a mais do que em junho de 2007 . A receita do IOF ficou em R$ 5,9 bilhões , mais do que em todo o ano de 2007 . A arrecadação da CSLL cresceu 29,5% , para R$ 22,9 bilhões , graças à maior lucratividade das empresas . O aumento para o setor financeiro de 9 para 15% só começou a vigorar em maio , com recolhimento em junho .

A arrecadação do Imposto de Importação cresceu 27,6% , para R$ 7,5 bilhões e a do IPI 15,8% para R$ 18,6 bilhões .

Em relação ao primeiro semestre de 2007 o crescimento percentual da arrecadação por tributo foi de : IOF – 151,46%, CSLL ( instituições financeiras ) 37,47% , CSLL (total) 29,55% , Imposto de Importação 27,66% , Imposto de Renda 17,03% , IPI 15,85% , COFINS 14,09% , Arrecadação Previdenciária 12,57% e CPMF ( -94,03%) .

Apesar deste crescimento espetacular o secretário da Receita Federal , Jorge Rachid lamentou o fim da CPMF “eram R$ 20 bilhões destinados para a saúde .Era um recurso que ia direto para o posto de saúde . Isso faz falta”.

O Caixa do FGTS teve uma arrecadação líquida no primeiro semestre de 2008 de R$ 3,539 bilhões , para um recolhimento de R$ 23,341 bilhões e saques de R$ 19,802 bilhões . O valor supera em 8,8% o montante recolhido em todo o ano de 2007 . Desde 2003 , a arrecadação total do FGTS supera os saques em R$ 30,5 bilhões . O Ministério do Trabalho estimou a arrecadação líquida em 2008 para R$ 7 bilhões , que se confirmada será o melhor ano na histórica , maior do que o recorde registrado em 2006 que foi de R$ 6,821 bilhões . O resultado positivo decorre da geração de empregos e da formalização . ( F S P , 22.07.2008 ,p. B-1) .



CARGA TRIBUTÁRIA PRIMEIRO SEMESTRE DE 2008



Segundo dados do IBPT , no primeiro semestre de 2008 os contribuintes pagaram R$ 515,36 bilhões em tributos aos três níveis de governo , valor 15,9% superior aos R$ 444,66 bilhões arrecadados de janeiro a junho de 2007.

Para um PIB de R$ 1,383 trilhão , a carga tributária do período foi de 37,27% , ou 1,24 ponto percentual superior aos 36,03% do mesmo período de 2007 .

O tributo que mais aumentou foi o IOF , cerca de 164,2% , que passou de R$ 3,66 bilhões no primeiro semestre de 2007 para R$ 9,67 bilhões no primeiro semestre de 2008 .( F S P, 16.09.2008, p. B-8) .



AJUSTE EM JUNHO DE 2008



Para alcançar a meta de aumento do superávit primário de 3,8 para 4,3% do PIB , menos de um quinto do valor de R$ 14,2 bilhões será obtido por meio de corte efetivo nos gastos com pessoal , custeio administrativo e programas sociais .

A medida principal é a elevação dos dividendos a serem pagos pelas estatais ao Tesouro Nacional que devem passar de R$ 9,5 para R$ 14,5 bilhões , sendo mais afetados o BNDES e a Petrobrás . Estima-se ainda R$ 1 bilhão como reestimativa dos recursos da Petrobrás recebidos em razão do aumento do preço do petróleo e R$ 600 milhões como reestimativa da arrecadação de tributos e outras fontes de receita.

Do lado da redução de despesas , R$ 2,4 bilhões de despesas não obrigatórias ainda a serem definidas , R$ 2,2 bilhões de despesas criadas por medida provisória em 2007 e que não foram executadas , R$ 1,7 bilhão em, razão do aumento do preço dos alimentos , reduzindo o gasto com subsídios agrícolas , R$ 800 milhões reestimativa para baixo do valor destinado a financiamentos para projetos no Norte e Nordeste , R$ 500 milhões a menos destinado a gastos com pessoal ,principalmente com sentenças judiciais , R$ 107,1 milhões em cortes com passagens e diárias , R$ 23,3 milhões com cortes em despesas com publicidade e propaganda e R$ 500 milhões com liberações de verbas para Estados e Municípios não feitas devido à lei eleitoral. Está previsto aumento de gastos de R$ 600 milhões , com o reajuste dos benefícios com o Bolsa Família e outras . ( F s P , 26.06.2008 , p. B-1) .





PIS-PASEP



Com o faturamento das empresas em alta , a principal fonte de arrecadação do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador , o PIS/PASEP registrou crescimento de 32% no primeiro semestre de 2008 , em relação a igual período de 2007.

Com isso o governo reestimou para R$ 4,757 bilhões o superávit previsto para 2008 , contra R$ 2,961 bilhões em 2007 . Com mais recursos haverá dinheiro para programas de geração de emprego e renda como o Pronaf ( agricultura familiar) e o Proger ( pequenos negócios ), para o pagamento do seguro desemprego , abono salarial , treinamento e intermediação de mão de obra ( 60% do total) e mais recursos para o BNDES financiar empresas a custos mais baixos que os do mercado ( 40% do total ) .

No primeiro semestre de 2008 , o PIS/PASEP registrou uma arrecadação de R$ 13,2 bilhões , contra R$ 9,9 bilhões no mesmo período de 2007 . O patrimônio do FAT fechou 2007 em R$ 139 bilhões e deve chegar em 2008 a R$ 153 bilhões . ( F S P , 7.8.2008 , p. B-1) .



GASTOS DO GOVERNO



Apesar de haver previsão de crescimento de arrecadação de 10% em relação a 2007 , praticamente anulando os efeitos da extinção da CPMF o governo continua a elevar os seus gastos . A folha de pagamentos da União em 2008 deverá aumentar em aproximadamente R$ 15 bilhões , com os efeitos da medida provisória que prevê aumentos para militares e 17 categorias de servidores civis . ( F S P , 17.05.2008 , p. A6) .

Armínio Fraga sugeriu regra de crescimento do gasto público . Se o PIB cresce 5% ao ano , o gasto público cresceria até 2% ou 2,5% .

Conforme assinala Alexandre Schwartsman “ entre janeiro de 2007 e maio de 2008 , as receitas federais cresceram o equivalente a 0,9% do PIB ( mesmo com a substituição imperfeita da CPMF pelo IOF nos primeiros meses deste ano ), ou seja R$ 65 bilhões a preços de maio deste ano . Nesse mesmo período ,o superávit primário federal aumentou apenas R$ 11 bilhões , ou seja, as despesas cresceram R$ 54 bilhões. Em outras palavras, ajustada para o ciclo econômico , a estabilidade do superávit primário torna-se uma vigorosa expansão fiscal , ainda agravada porque muitas das despesas assumidas recentemente serão de difícil redução quando os ventos mudarem .” . ( F S P, 9.7.2008 , p. B-2) .Como se pode ver , caso o governo estivesse sobre uma administração vigorosamente austera , haveria condições de em um prazo relativamente curto de três a quatro anos , redução a dívida interna a valores inexpressivos , eliminando uma das maiores fontes de gastos do governo federal

No caso da União , desde 2004 , as despesas crescem à média anual de 8,3% , bem acima da média da expansão no período , que foi de 4,6% ao ano . O Brasil não cumpriu a regra econômica de que se deve poupar na época de vacas gordas para sobreviver na época de vacas magras e perdeu uma oportunidade histórica de reduzir fortemente a dívida pública e em conseqüência os gastos com juros da dívida . Segundo o economista Beny Parnes, do banco BBM , se o governo tivesse estabilizado suas despesas , teria sido possível alcançar um superávit de 5,5 % do PIB em 2007 , enquanto o realizado foi de 4% . Se isso tivesse acontecido , os gastos com juros em 2008 seria menores , a inflação estaria sob controle e não teria sido necessária a elevação da Selic . ( Exame , 30.07.2008 , p. 47) .

No primeiro trimestre de 2008 , os gastos do governo cresceram 5,8% em relação a igual período de 2007 . Trata-se da maior taxa desde o terceiro trimestre de 1996 ( 7,9%) . Na comparação com o quarto trimestre de 2007 , o consumo governamental aumentou 4,5% , considerando as três esferas , a maior variação de toda a série do IBGE , que teve início em 1996 . Estes números demonstram a total despreocupação do governo em conter seus gastos , apesar de toda a situação de crise internacional e para financiar estes gastos o volume de tributos cresceu 8% no primeiro trimestre , em comparação com o mesmo período de 2007 . ( F S P , 11.06.2008 , p,.B-4) .



SUPERÁVIT PRIMÁRIO NO PRIMEIRO SEMESTRE



O superávit primário do governo federal no primeiro semestre de 2008 foi de R$ 61,4 bilhões , cerca de 4,41% do PIB , superior ao do mesmo período de 2007 que foi de R$ 42,63 bilhões , 3,45% do PIB .

Com o resultado faltam apenas R$ 2 bilhões para completar a meta do ano todo . Porém ., como o governo se comprometeu a usar R$ 14,2 bilhões na criação do Fundo Soberano do Brasil, a meta efetiva é de R$ 77,6 bilhões .

O crescimento de 44% no superávit primário em comparação com o mesmo período de 2007 só foi possível por que a receita com tributos do governo federal cresceu 16,7% em 2008 e somou R$ 281,7 bilhões .

No primeiro semestre as despesas do governo cresceram 9,8% em comparação com o mesmo período de 2007 e as despesas com pessoal aumentaram 7,7% , e ainda não incluem os reajustes salariais da maior parte dos funcionários públicos . A despesa com previdência foi de R$ 91,6 bilhões e com funcionários de R$ 59,6 bilhões . ( F s P , 30.07.2008 , p. B-6) .



DÉFICIT NA PREVIDÊNCIA



As contas da Previdência Social fecharam o primeiro semestre de 2008 com déficit de R$ 18,5 bilhões , queda em termos reais de 17,5% na comparação com igual período de 2007 . Com o resultado , o Ministério da Previdência prevê que o saldo negativo encerrará 2008 em R$ 38,5 bilhões .

O déficit previsto inicialmente era de R$ 40 bilhões e chegou a ser esperado um maior de R$ 44 bilhões . Caso o resultado fique nos R$ 38,5 bilhões , 2008 será o primeiro ano em que ocorrerá redução no déficit desde que a Previdência começou a operar no vermelho em 1995.

No primeiro semestre de 2008 a receita líquida da Previdência cresceu em ritmo duas vezes superior ao da economia . O aumento foi de 10,3% acima da inflação . As despesas se expandiram em 3,4% .

No mês de junho o déficit foi de R$ 2,863 bilhões , queda de 21,2% em relação a junho de 2007 , mas aumento de 3,1% em relação a maio de 2008 . ( F s P , 25.07.2008 , p. B-6) .



INDÚSTRIA PRIMEIRO SEMESTRE



A produção industrial reagiu em junho e cresceu 2,7% na comparação com maio , quando havia caído 0,6% . Na comparação com junho de 2007 a alta foi de 6,6% . Foi a maior taxa mensal desde os 3,5% de outubro de 2007 . Com o resultado , a indústria fechou o primeiro semestre de 2008 com crescimento de 6,3% , a maior alta desde 2004 ( 8,3%) . ( F s P, 2.8.2008 , p. B-1) .

Como resultado da valorização cambial , a indústria de eletroeletrônicos acumulou saldo negativo de US$ 10,3 bilhões no primeiro semestre de 2008 . ( F S P , 15.08.2008, p. B-13) .

De acordo com a CNI – Confederação Nacional da Indústria , entre janeiro e junho de 2008 as indústrias registraram alta de 8.4% nas receitas e de 5,9% na produção na comparação com o mesmo período de 2007 . São os melhores resultados desde 2003 , quando os indicadores do setor começaram a ser pesquisados.

O emprego nas indústrias aumentou 4,4% . Foi o melhor desempenho desde o primeiro semestre de 2005 . A massa de salários pagos ficou 5,6% maior . O uso da capacidade instalada no primeiro semestre foi de 83,3, numa base de 100, tido como elevado para padrões tradicionais do setor .( F S P , 5.8.2008, p. B-6)

Estudo da consultoria Economática feito com um grupo de 209 empresas abertas apontou um lucro líquido conjunto de R$ 24,896 bilhões no primeiro semestre de 2008 , resultado 2,5% inferior ao divulgado no mesmo período de 2007 , já corrigido pelo IPCA .

Os lucros modestos contrastam com a receita dessas empresas que cresceu firme e acima do PIB , em ritmo de 8,2% , passando de R$ 238,655 bilhões para R$ 258,321 bilhões . Este descompasso entre crescimento da receita e do lucro líquido demonstra queda na margem de ganho das empresas em seus negócios , que recuou de 19,3% para 18,2% .Essa redução pode ter decorrido ou do aumento da concorrência ou aumento de custos não repassados aos preços . ( F s P , 17.08.2008 , p. B-11) .



INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA NO PRIMEIRO SEMESTRE



A produção de veículos alcançou 1,68 milhão de unidades no primeiro semestre de 2008, alta de 21,3% na comparação com o mesmo período de 2007 . Em junho foram produzidos 303,8 mil veículos . , alta de 23% em relação a junho de 2007 e de 4,8% em relação a maio de 2008 . As vendas no mercado doméstico alcançaram 256 mil veículos em junho , alta de 28,8% em relação a junho de 2007 e de 5,8% em relação a maio de 2008 . Os licenciamentos alcançaram 1,41 milhões de unidades no primeiro semestre , aumento de 30% em comparação com o mesmo período de 2.007 . As exportações registraram US$ 1.265 bilhões em junho , alta de 11,3% em comparação com maio de 2008 e de 19% em relação a junho de 2007 . No semestre , as exportações somaram US$ 6,873 bilhões , alta de 11,8% na comparação com o primeiro semestre de 2007 . Apesar do crescimento da receita , houve queda nas unidades exportadas . ( F S P , 5.7.2008 , p. B-15) .



CONSTRUÇÃO CIVIL NO PRIMEIRO SEMESTRE



A indústria da construção civil gerou 229 mil novos postos de trabalho no primeiro semestre , crescimento de 106% em relação ao mesmo período de 2007 , tendo sido criados 111,1 mil postos formais de trabalho segundo o SindusCon SP . A expansão do crédito habitacional e o início de obras de infra-estrutura são as razões para a aceleração das contratações . ( F S P , 5.8.2008, p. B-6)



INDÚSTRIA PAULISTA PRIMEIRO SEMESTRE



Responsável por cerca de 40% da produção nacional , a indústria paulista expandiu sua atividade em 9,8% no primeiro semestre de 2008 , e grande responsável pelo crescimento geral da indústria nacional no período de 6,3%, o maior desde o primeiro semestre de 2004 .

São Paulo tem um peso muito grande para a industria e apresentou crescimento e 17 dos 20 segmentos analisados . Em relação a maio, o crescimento de junho foi de 2,8% e em relação a junho de 2007 de 10,3% . No acumulado dos últimos 12 meses chega a 8,9% . As médias nacionais são de 2,7%, 6,6% e 6,7% , respectivamente ,

Todas as 14 regiões pesquisadas pelo IBGE tiveram aumento de produção . Alguns Estados chegaram a registrar taxas de dois dígitos como Espírito Santo (16,1%), Paraná (11,3%), e Goiás ( 11,1%) . Abaixo de São Paulo, mas ainda acima da média nacional ficaram Pernambuco ( 7,9%),Amazonas ( 7,5%) e Minas Gerais ( 6,6%) . Os piores desempenhos foram os de Santa Catarina (,13%), do Rio de Janeiro (,23%) e Ceará ( 2,6%) .



EMPRÉSTIMO PARA HABITAÇÃO NA CEF



O crédito habitacional concedido pela CEF chegou a R$ 9,18 bilhões no primeiro semestre de 2008 , 34% acima do registrado no mesmo período de 2007 . Do total , R$ 5,37 bilhões foram concedidos com recursos do FGTS , 47% a mais do que no primeiro semestre de 2007 . Apesar do crescimento em valor houve redução em 12% em unidades contratadas , considerando todo o crédito imobiliário, em razão da diminuição da contratação de linhas de material de construção . ( F S P , 25.07.2008 , p. B-6) .



VENDAS NO COMÉRCIO PRIMEIRO SEMESTRE



As vendas no comércio varejista no primeiro semestre de 2008 tiveram expansão de 10,6% no volume comercializado , a maior desde 2001 , primeiro ano da série do IBGE . Em junho as vendas se aceleraram e cresceram 1,3% na comparação livre de influências sazonais com maio . Em relação a junho de 2007 a alta foi de 8,2% . As vendas perderam um pouco de fôlego no segundo trimestre , subiram 9,4% , ante 11,3% dos primeiros três meses devido a juros maiores e aumento dos preços dos alimentos . ( F S P , 15.08.2008 , p. B-9) .



VENDAS DE VEÍCULOS JANEIRO JUNHO



Em junho de 2008 foram licenciados 256 mil automóveis , comerciais leves , caminhões e ônibus , no melhor junho da história , com vendas 29% superiores ao mesmo período de 2007 . O recorde mensal continua com abril quando foram licenciados 261,2 mil veículos . Os licenciamentos no primeiro semestre superaram todas as marcas anteriores , com 1,407 milhão de unidades , 30% a mais do que em igual período de 2007 . A venda de veículos está explodindo no Brasil que mostra não ter sentido os efeitos da crise internacional e do aumento dos preços do petróleo. Nos EUA o setor teve queda de 18% nas vendas em junho , a maior em seis anos . A Ford teve queda de 28% nas vendas em junho em relação a maio . A Toyota queda de 21% em relação a junho de 2007 e a GM 18% . A queda nas vendas tem sido maior nos SUVs utilitários esportivos que são grandes consumidores de combustível , de uma gasolina cujo galão já chegou a US$ 4 o galão . ( F S P,2.7.2008 , p. B-8) .



VENDAS DE SUPERMERCADOS PRIMEIRO SEMESTRE



Segundo dados da Abras – Associação Brasileira de Supermercados , as vendas tiveram um crescimento de 8,66% no primeiro semestre de 2008 , o melhor resultado em cinco anos . Em junho de 2008, comparado a junho de 2007 a alta foi de 7,58% . O volume de vendas está estável ou pode ter havido pequena redução e o aumento registrado se deve à inflação. ( F S P ,31.07.2008, B-5) .



EMPREGO PRIMEIRO SEMESTRE



O primeiro semestre de 2008 registrou recorde na criação de postos de trabalho : 1,361 milhão . O resultado ficou 24,27% acima da melhor marca atingida até então , de 1,097 milhão no primeiro semestre de 2007 .Em 2006 foram gerados 1,228,9 milhão , 2005 – 1.254 milhão , 2004 – 1.523,3 milhão, 2003 – 645,5 mil e 2002 – 762,4 mil .

Em junho foram gerados 309.442 vagas , também o maior número de empregos formais na história do Brasil para um único mês . Antes disso , o maior número havia sido registrado em abril de 2007 – 301.991 postos . O setor que mais criou vagas foi a agricultura com 92.580 vagas , principalmente por conta das lavouras cafeeiras de Minas Gerais e São Paulo .

Com estes números favoráveis o governo elevou para 2 milhões a meta de geração de empregos para o ano de 2008 . ( F S P , 18.07.2008 , p. B-8) .

O emprego na indústria brasileira fechou o primeiro semestre com o melhor resultado para o período , desde 2002 , início da série histórica do IBGE , crescimento de 2,7% . Entre os Estados , São Paulo liderou a expansão , com alta de 4,1% , seguido de Minas Gerais , com 3,7% .

Na comparação com maio , o resultado de junho, alta de 0,5% , interrompeu dois meses de queda : maio (0,1%) e abril (0,2%) . Em relação a junho de 2007 a alta foi de 2,5% .

Apesar dos bons resultados da indústria como um todo , alguns setores mais sensíveis à taxa de câmbio tiveram redução nos postos de trabalho como o da indústria de calçados e artigos de couro (11,1%0 , têxtil (5,4%) e vestuário ( 5%) . ( F s P , 12.08.2008, p. B-7) .



DESEMPREGO PRIMEIRO SEMESTRE



A taxa de desemprego fechou o primeiro semestre de 2008 em 8,3% , abaixo dos 9,9% do mesmo período de 2007 . É a menor marca da nova pesquisa mensal do IBGE , que só tem um primeiro semestre completo a partir de 2003 .

Em porcentagem da PEA o desemprego foi em 2003 de 12,2% , em 2004 de 12,3% , em 2005 de 10,3% e em 2006 de 10,1% demonstrando a tendência declinante desde 2003 .

Em junho a taxa ficou em 7,8% ,0,1 ponto menor do que a de maio (7,9%), variação considerada como estatisticamente estável pelo IBGE . ( F S P , 25.07.2008 , p. B-5) .



RENDA DOS TRABALHADORES



A inflação já está agindo para diminuir a renda dos trabalhadores . No primeiro semestre de 2008 o rendimento médio dos trabalhadores cresceu 2,3% , bem menor do que o de 2006 ( 4,2%) e 2007 ( 4,4%) , segundo o IBGE . Além da inflação o próprio crescimento do emprego contribui para diminuir o rendimento pois novas vagas são oferecidas com salários menores já que a uma oferta maior de trabalhadores . Muitos novos empregos estão sendo gerados por efeito de terceirização de atividades o que contribui também para rebaixar os rendimentos . Algumas categorias têm obtido dissídios menores em 2008 . ( F S P , 25.07.2008 , p. B-5) .

Os salários pagos na indústria no primeiro semestre de 2008 seguem trajetória de alta : em junho o crescimento foi de 6,7% , em relação a junho de 2007 e de 0,2% na comparação com maio . Nos últimos 12 meses , a massa salarial da indústria cresceu 6,3% e ficou acima da taxa anualizada registrada em maio (6,1%) e abril (5,9%) . ( F s P , 12.08.2008, p. B-7) .

Das 309 negociações acompanhadas pelo Dieese , no primeiro semestre de 2008, 12,3% obtiveram a reposição do INPC , e 73,5% conseguiram aumentos maiores e 14,2% reajustes menores . É um desempenho inferior ao obtido no mesmo período em 2007 , quando 87,1% haviam obtido aumento superior ao INPC, 9,5% igual e 3,4% abaixo do índice . Com a elevação da inflação , fica mais difícil alcançar aumentos reais . ( F S P , 5.9.2008, p. B-9) .



BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL



O BNDES teve desembolso recorde no primeiro semestre de 2008 . O banco emprestou R$ 38,6 bilhões, alta de 56,2% em relação ao primeiro semestre de 2007 . A maior operação do período foi a reestruturação da Telemar Participações , controladora da Oi , no valor de R$ 2,569 bilhões que já foi desembolsado pelo banco , apesar de a operação ainda depender de mudança na legislação do setor. O banco emprestou ainda R$ 2,323 bilhões para a MMX dee Eike Batista para implantação da infra-estrutura para exploração de minério de ferro em Minas Gerais e para a construção do porto de Açu, no Estado do Rio . ( F S P , 8.8.2008, p. B-3) .

O lucro no primeiro semestre foi de R$ 4,1 bilhões , decréscimo de 6,8% em relação a igual período de 2007 , quando os ganhos haviam somado R$ 4,4 bilhões . ( F s P , 15.08.2008 , p. B-7) .



CRÉDITO PRIMEIRO SEMESTRE



Dados do Banco Central mostram que a concessão de financiamentos a pessoas físicas dá sinais de desaceleração , mas que as empresas estão se endividando cada vez mais , liderando a expansão do crédito . Segundo o BC , os juros médios praticados pelas instituições financeiras passaram de 37,6% ao ano para 38,0% entre maio e junho. A alta se concentrou nas operações com pessoas físicas, cujas taxas subiram de 47,4% ao ano para 49.1% . O prazo médio de financiamento continuou aumentando , passando de 375 dias em junho contra 350 em dezembro . Ou seja , as pessoas continuam se preocupando mais com o valor da prestação do que com a taxa de juros .

No semestre , o volume de crédito disponível no país cresceu 14% , chegando a R$ 1,067 trilhão em junho . O valor equivale a 36% do PIB e deve superar 40% até o final de 2008 .

O crescimento foi maior nos financiamentos de empresas que tiveram alta de 17,9% contra aumento de 9,7% entre pessoas físicas , não incluindo os créditos direcionados como os habitacionais e do BNDES, controlados pelo governo .

O leasing foi a modalidade de financiamento que mais cresceu no primeiro semestre . O saldo total dessas operações chegou a R$ 45,3 bilhões , crescendo de 51% em seis meses . Há dois anos , apenas 18% dos veículos comprados a prazo no Brasil eram financiados por leasing e em 2008 o total chega a 35% . Uma das vantagens do leasing é a ausência de IOF , já que a operação tecnicamente se assemelha mais a um contrato de aluguel do que a um empréstimo propriamente dito . ( F S P, 30.07.2008 , p. B-7) .



CARRY TRADE



Investidores tomam recursos por exemplo nos EUA , onde o juro básico está em 2,25% ao ano e investem no Brasil onde o juro está em 11,25% . Se o real valoriza durante a operação , o ganho é ainda maior . Com o ganho , o especulador paga o empréstimo no país de onde tomou o dinheiro emprestado e realiza grandes lucros sem fazer nada . Evidentemente quem está pagando esta lucratividade é o contribuinte brasileiro pois os juros saem das receitas de impostos . Esta alta lucratividade atrai para o Brasil grandes volumes de dólares , que contribuem para valorizar ainda mais o real , uma valorização artificial em prejuízo da economia brasileira pois encarece as exportações e barateia as importações .

Segundo , João Sicsú , diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, “Capitais financeiros que têm o mero objetivo de sua capitalização, sem que esse processo traga benefícios à produção ou ao investimento , não são bem-vindos (...) O movimento dos capitais financeiros que buscam apenas a sua capitalização via movimentos especulativos e de arbitragem , deve ser desestimulado . ( F S P , 19.05.2008 , p. B-6) .



DÉFICIT EXTERNO NO PRIMEIRO SEMESTRE



As contas externas do Brasil registraram déficit de US$ 17,402 bilhões no primeiro semestre de 2008 , o maior já registrado pelas estatísticas do BC para o período . Só em junho o resultado foi negativo em US$ 2,596 bilhões .O resultado negativo corresponde a 2,5% do PIB , o maior desde 2002 .

O envio de lucros ao exterior foi o grande responsável por esse déficit , tendo crescido 94% , chegando a US$ 18,933 bilhões . Bancos, montadoras e metalúrgicas responderam por 51,6% das remessas .O envio de lucros ao exterior tomou o lugar que era dos juros da dívida externa como principal fonte de saída de dólares do país .

No primeiro semestre as exportações foram de US$ 90,645 bilhões e as importações de US$ 79,296 bilhões .Em relação ao mesmo período de 2007 as exportações continuaram subindo , cerca de 23,8% ,mas a expansão das importações foi maior , de 50,6% .O superávit comercial caiu de US$ 20,577 bilhões para US$ 11,349 bilhões .

No balanço de serviços e rendas o déficit com juros foi de US$ 3.356 bilhões, com viagens internacionais , outro item que está crescendo muito foi de US$ 2,635 bilhões, lucros e dividendos de US$ 18,993 bilhões e outros ( transportes , seguros , despesas governamentais ) US$ 5,619 bilhões, e transferências unilaterais superávit de US$ 1.852 bilhões, resultando em um déficit de US$ 30,603 bilhões, contra US$ 20,107 bilhões em 2007 .

As viagens internacionais somaram US$ 5,534 bilhões entre janeiro de junho de 2008 , crescimento de 58% em relação ao mesmo período de 2007 . Só em junho foram gastos US$ 1,047 bilhão , os maiores observados nas estatísticas do BC iniciadas em 1947 . ( F S P , 29.07.2008 , p. B-3) .

Com a piora nas contas externas a previsão é de que o superávit comercial caiu continuamente , US$ 23,10 bilhões em 2008, US$ 15 bilhões em 2009 e US$ 9,6 bilhões em 2010 e com isso o resultado em transações correntes passe de um superávit de 0,13% em 2007 para déficits de 1,41% em 2008 , 1,81% em 2009 e 1,66% do PIB em 2010, US$ 31,45 bilhões . Na previsão mais pessimista pode chegar a US$ 50 bilhões em 2010 e 2,5% do PIB , segundo Luiz Fernando Lopes , economista do Pátria Investimentos . Estas projeções seriam suficientes para acender o sinal de alarme no governo , mas pouco reflexo produziram , continuando as autoridades econômicas a agir como se tudo estivesse na maior normalidade . ( F S P, 18.08.2008 , p. B-4) .



INVESTIMENTO EXTERNO NO BRASIL



Em junho de 2008 entraram US$ 2,718 bilhões em investimento externo direto e o saldo acumulado no semestre foi de US$ 16,702 bilhões . Caso o fluxo se mantenha estável o total chegará em 2008 a US$ 35 bilhões , resultado semelhante ao de 2007 . ( F s P , 29.07.2008 , p,B-3) .



INVESTIMENTO DE EMPRESAS BRASILEIRAS NO EXTERIOR



Os investimentos de empresas brasileiras em filiais instaladas no exterior alcançou US$ 8,579 bilhões, o maior valor já registrado no período , pela série estatística , iniciada em 1947.

Segundo o BC , esse número deve chegar a US$ 18 bilhões até dezembro , valor que se confirmado será o segundo maior da história , atrás apenas dos US$ 28 bilhões de 2006, inflado pela compra da mineradora canadense Inco pela Vale .

No primeiro semestre de 2007 o resultado foi negativo em US$ 3,42 bilhões por causa da compra da Inco pela Vale que envolveu a captação de US$ 5 bilhões no exterior , classificado pelo BC como um investimento desfeito no exterior .As instituições financeiras lideraram o movimento de internacionalização , respondendo por 31% dos recursos investidos no exterior . Os setores de alimentos e de metalurgia , ficaram logo atrás , com investimentos de 16 e 13% do total . Cerca de 31% dos recursos foram para os EUA e 23% para as ilhas Cayman . Países da América Latina ficaram com 15% . ( F S P , 29.07.2008 , p. B-1) .



SUPERÁVIT COMERCIAL 1 SEMESTRE DE 2008



No primeiro semestre de 2008 as exportações subiram 24,8% , totalizando US$ 90,65 bilhões , maior crescimento desde 2003 . Já as importações cresceram 51,8% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2007 , chegando a US$ 79,28 bilhões . A variação é a maior desde o primeiro semestre de 1995.

Com isso houve uma queda de 44,3% no superávit comercial que fechou o primeiro semestre em US$ 11,37 bilhões .

Face a estes números ,o governo elevou a meta de exportações em 2008 de US$ 180 para US$ 190 bilhões .

O Ipea estima um resultado negativo de transações correntes entre US$ 27,5 a US$ 34,5 bilhões em 2008 . O saldo da balança comercial é estimado entre US$ 21,6 a US$ 25,1 bilhões . ( F S P , 11.07.2008, p. B-3) .

A receita de exportações continuou crescendo em 2008 graças ao aumento dos preços dos produtos básicos . ( F S P , 12.07.2008 , p. B-8) .

Isoladamente o mês de junho registrou exportações de US$ US$ 18,59 bilhões e importações de US$ 15,88 bilhões , saldo de US$ 2,72 bilhões . As exportações subiram 35% em relação a junho de 2007 e as importações 62,6% . O superávit comercial em junho caiu 32,2% em relação a junho de 2007 .

As importações são 48% compostas por bens de capital , porém a importação de automóveis cresceu 107,8% , no primeiro semestre , e a a de bens de consumo 30% . ( F S P , 2.7.2008 , p. B-5) .

O fluxo cambial em junho ficou negativo pela primeira vez desde janeiro de 2008 . Em junho as remessas de divisas para o exterior superaram os ingressos em US$ 877 milhões. A saída de recursos foi mais forte no setor financeiro , onde saíram US$ 5,578 bilhões , influenciadas em parte, pelas incertezas dos mercados internacionais . Entre 1.º e 24 de junho , investidores estrangeiros retiraram R$ 7,4 bilhões que estavam aplicados na Bovespa.

Apesar do resultado negativo em junho , o fluxo no semestre ficou positivo em US$ 14,934 bilhões , bem abaixo dos US$ 51,627 bilhões apurados no mesmo período de 2007 . ( F S P , 3.7.2008 , p. B-5) .

As receitas com os principais produtos de exportação do agronegócio cresceram 27% no primeiro semestre de 2008 . Apenas os dez principais produtos foram responsáveis por exportações de US% 26 bilhões .

O melhor desempenho veio do complexo soja , que atingiu US$ 8,98 bilhões de janeiro a junho , 67% a mais do que em igual período do ano anterior, que foi de US$ 5,38 bilhões . O desempenho é explicado pelos preços recordes da soja .

Em segundo lugar vem o setor de carnes com vendas de US$ 5,37 bilhões , contra US$ 4,18 em 2006 .

O setor de açúcar perdeu preços no mercado externo e está em terceiro lugar com receitas acumuladas de US$ 2,1 bilhões , 12% a menos do que em 2007 . As estimativas de exportações de álcool indicam vendas de 5 bilhões de litros em 2008 , contra previsão inicial de 3,8 bilhões .

O café também cresceu com vendas de US$ 1,79 bilhões , contra US$ 1,60 bilhões no mesmo período de 2007 . E também as vendas de milho com US$ 0,67 milhões , contra US$ 0,52 milhões em 2007 . ( F S P , 8.7.2008 , p. B-8) .

No primeiro semestre de 2008 foram exportados 181,3 mil bovinos vivos, aumento de 37,3% em relação ao mesmo período de 2007 . Cerca de 70% seguiram para a Venezuela e 30% para o Líbano .

A receita quase triplicou , cresceu 176,9% , para US$ 144,6 milhões . Os importadores pagam melhor que as empresas brasileiras , com prêmios de R$ 1 a 2 por arroba. Além disso,levam em conta um rendimento de carcaça de 52% , o que muitas vezes o pecuarista não consegue com o frigorífico .

Os frigoríficos protestam , pois se está exportando matéria prima , mas o total vendido ainda é pequeno , em 2007 correspondeu a 1,4% do abate no país .

No primeiro semestre de 2008 os frigoríficos exportaram 1,1 milhão de toneladas de carne , uma redução de 19% no volume embarcado no mesmo período de 2007 . O valor chegou a US$ 2,5 bilhões, 13% a mais do que em 2007 , isto porque o preço da tonelada exportada pelo Brasil cresceu 40% no primeiro trimestre, chegando a US$ 3.500 . ( F S P , 22.07.2008 , p. B-10_) .



ECONOMIA FECHADA



Relatório sobre Indicadores de Comércio de 2.008 . elaborado pelo Banco Mundial , em um ranking de 128 países onde foram avaliadas as barreiras à importação , coloca o Brasil em 92º lugar , ou seja, no grupo das economias mais protecionistas . Embora o país tenha promovido uma abertura considerável a partir do governo Collor , no início da década de 1990 , o regime tarifário brasileiro ainda é mais protecionista do que a média da América Latina . A média tarifária brasileira é de 8,7% , acima da média regional de 8,2% . No ranking de abertura o Brasil ficou atrás da Venezuela ( 86), Rússia (72), Chile (65), e China (57) . As economias mais abertas no mundo são , pela ordem, Hong Kong, Cingapura, Suíça e Turquia .

A média das tarifas à importação no mundo , caiu de 14,1% em 1995-1999 para 9,4% em 2007 , declínio de mais de 33% . Na década de 2.000 o comércio mundial cresceu entre 7 a 9% ao ano .( F S P , 18.06.2008 , p. B-4) .

Conclusão semelhante teve o Fórum Econômico Mundial . Em relatório divulgado em junho de 2008 a entidade que organiza o Fórum de Davos, conclui que apesar da flexibilização dos últimos anos , o Brasil continua fechado, aplicando tarifas e outras barreiras “ que inibem as importações” . No índice de “viabilidade comercial” , elaborado com base no grau de facilitação às importações em cada país o Brasil ficou na 80ª posição , entre 118 economias. No quesito infra-estrutura de transportes e comunicação a colocação foi 62ª , gestão de fronteiras 66, acesso a mercados 92 e ambiente de trabalho 96 . Fica difícil o Brasil defender o fim do protecionismo comercial dos países desenvolvidos estando tão mal colocado neste mesmo quesito . ( F S P , 19.06.2008 , p. B-4).

INFLAÇÃO EM JUNHO



O IGP 10 subiu 1,96% em junho , a maior alta desde fevereiro de 2003, quando o índice subiu 2,42% . A alta foi espalhada pelos três setores investigados . O IPA aumentou 2,21% , contra 1,91% em maio . O IPC aumentou 0,93% contra 0,67% em maio . O INCC teve aumento de 2,66% , após alta de 0,85% em maio . Em 2.008 o IGP 10 acumula alta de 6,51% e, nos últimos 12 meses , de 12,71% .

Segundo Salomão Quadros da FGV , a inflação medida pelo IGP está chegando ao pico , devendo desacelerar nos meses seguintes , ainda que se mantenha em patamares mais altos do que no passado recente.

Em junho de 2008, o IGP-M chegou a 1,98% , atingindo a taxa mais alta desde fevereiro de 2003 . No ano de 2008 o índice chegou a 6,82% e nos últimos 12 meses a 13,44% , patamar mais elevado desde outubro de 2003.

O IPA , que responde por 60% do índice continuou pressionando com variação de 2,27%, contra 2,01% em maio . O INCC ( 10% do índice ) , subiu de 1,10% em maio para 2,67% em junho O IPC , passou de 0,68% em maio para 0,89% em junho foi puxado pela alimentação , que foi de 1,77% para 2,20% de um mês para outro .( F S P , 28.06.2008 , p. B-13) .

O IPC-3 I – Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade , chegou a 2,65% no segundo trimestre , o maior patamar desde março de 2003 , quando o índice foi de 5,28% . Segundo a FGV , a alimentação representou 66% da inflação do trimestre abril-junho. A taxa em 12 meses já está em 6,36% para a média da população de 5,96% . No ano a inflação dos idosos está em 4,05% . ( F S P , 12.07.2008 ,p. B-5) .

Devido ao aumento do IGP M , empresas e consumidores que tem dívidas e custos atrelados a este índice tentam trocar de indexador para se proteger de uma eventual disparada no índice , como aconteceu em 2002 . Desde dezembro de 2006 , o Tesouro Nacional não emite mais , as NTN-C , títulos corrigidos pelo índice .

O presidente do Banco Central , Henrique Meirelles disse em entrevista á TV Bloomberg que o aumento do superávit primário ajuda no combate à inflação e por isso , “quanto mais, melhor”. Para ele o aumento dos juros , que teve início em abril, tem efeito imediato cumulativo, mas o “pico” deve ocorrer no final de 2008 e início de 2.009. Segundo ele , a economia para pagar os juros da dívida não é maior , como de 5% , porque o governo tem de suprir as demandas da sociedade , como os gastos com infra-estrutura e o reajuste salarial dos funcionários públicos “ . ( F S P , 19.06.2008 , p. B-3) .

Para Henrique Meirelles as expectativas de inflação “ convergem para o centro da meta em 2009 e 2010 , e estão abaixo do centro da meta para 2011 e 2012” .( F S P , 24.06.2008 , p. B-10) .

O BC elevou a projeção de inflação em 2008 de 4,6 para 6% . A expectativa para 2.009 ficou em 4,7% , acima do centro da meta que é de 4,5% . ( F S P , 26.06.2008 , p. B-5 ) .

O IPCA- 15 , chegou a 0,90% em junho , bem acima dos 0,56% registrados em maio . De janeiro a junho os alimentos subiram 8,62% e levaram o IPCA 15 a 3,67% contra 2,18% no primeiro semestre de 2.007 . Em 12 meses a alta é de 5,89% . ( F S P , 26.06.2008 , p. B-4) .

No primeiro semestre a inflação superou todas as aplicações . A Bovespa subiu 1,77% perdendo até para a poupança que rendeu 2,99% . Os fundos de renda fixa deram retorno médio de 5,68% e os CDBs de 5,20% . os fundos DI renderam 5,19% no período para um IGP-M de 6,82% . O dólar teve perdas de 10,13% encerrando o semestre em R$ 1,597 , o mais baixo nível desde janeiro de 1999 . ( F S P , 1.7.2008, p. B-5) .

Da mesma forma o rendimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço acumulado de janeiro a maio de 2008 é 1,26% inferior ao da inflação . ( F S P, 2.7.2008, p. B-4) .

A inflação aparentemente começa a perder força . Em junho , o IPC da FIPE referente ao município de São Paulo subiu 0,96%, abaixo do 1,23% de maio . Nos últimos 12 meses a taxa sobe para 5,84% , o maior percentual desde agosto de 2005 . ( F S P , 4.7.2008 , p. B-7) .

O IPC-C1 – Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 , subiu 1,29% em junho, abaixo dos 1,38% de maio ,mas no ano totalizou 5,97% , acima dos 3,84% do IPC-BR , que mede o custo de vida de todas as faixas de renda . Em 12 meses , a inflação dos mais pobres foi de 9,11% , acima dos 5,96% doIPC-BR . Portanto o aumento dos preços está pesando mais no bolso das famílias de baixa renda . ( F S P , 8.7.2008 , p. B-3) .

O IGP DI chegou em junho a 1,89%% , a mais alta taxa desde janeiro de 2003 ( 2,17%) . No ano a evolução é de 7,14% e em 12 meses de 13,96% .

O IPA subiu 2,29% em junho , maior variação desde dezembro de 2002 ( 3,14%) e o IPC subiu 0,77% em junho , menos do que os 0,87% de maio , assim como o INCC subiu 1,92% em junho, menos do que os 2,02% de maio . ( F S P , 10.07.2008 , p. B-1) .

O IPCA Amplo, calculado pelo IBGE subiu para 0,74% em junho , alcançando 6,06% nos últimos 12 meses , muito próximo da meta do governo para o fim de ano que é de 6,5% . É a mais alta marca desde novembro de 2005 ( 6,22%) . O índice fechou ainda o primeiro semestre em 3,64% , a maior variação para o período desde 2003 ( 6,64%) .

Os alimentos subiram 2,11% em junho .Foi a maior taxa desde janeiro de 203 ( 2,15%) , quando o país sofria os efeitos do choque cambial pós crise detonada pelas eleições presidenciais . Há um quadro de inflação “generalizada” nos alimentos e nenhuma perspectiva de desaceleração a curto prazo . ( F S P , 11.07.2008 , p. B-1) .



MEMÓRIA INFLACIONÁRIA



O aumento da inflação em 2008 já esta levando a alguns setores a fazerem “reajustes preventivos” .Ou seja, mesmo sem aumento dos custos , vários setores elevam seus preços para antecipar eventuais perdas .

Esses aumentos preocupam porque podem se espalhar pela economia , embora não haja um risco de descontrole total . Como a moeda está estável, o consumidor tende a perceber com maior facilidade os aumentos abusivos e também adotam um comportamento defensivo mudando de marca ou alterando hábitos de consumo .

Segundo o economista Edmar Bacha , [ a inflação em 2008 lembra ]“tivemos no fim da década de 60 e no início dos anos 60 . Havia uma inflação importada , provocada por um boom econômico mundial , associada à emergência do Japão como potência e pelos gastos públicos dos EUA por causa da guerra do Vietnã . Os preços das commodities subiram muito , o que levou ao primeiro choque do petróleo [ em fins de 1983] . O segundo fator : o milagre econômico brasileiro, marcado pelo crescimento acelerado , bem acima do registrado no período anterior . Com isso, apesar da melhora dos preços das nossas exportações, houve um déficit comercial crescente . Havia, portanto , excesso de demanda interna . Exatamente como há hoje. Mas a inflação era mais elevada, cerca de 20% ao ano . “

Para ele , hoje não há congelamento de preços ,exceto o da gasolina e do gás . Há muito excesso de demanda , mas não há indexação . Há apenas resíduos disso como nos aluguéis e alguns preços administrados . “Mas se trata de indexação frágil . Nos aluguéis , há negociação entre inquilinos e proprietários “.

O governo precisa dar “ um choque de credibilidade adicional na política fiscal . Aumentando a TJLP . Ao contrário do que muitos imaginam , investimento não é necessariamente melhor do que o consumo .É preciso reduzir o gasto público e baixar a inflação . “Se o presidente Lula deixar essa inflação subir, não vai eleger ninguém em 2010 . ( F S P , 7.7.2008 , p. B-8) .

O presidente Lula está atento para o controle da inflação . Ele afirma “O governo não medirá nenhum esforço e nenhum sacrifício para manter a inflação baixa . Porque sei dos efeitos maléficos dela para quem vive de salário . Estamos tomando as medidas necessárias e vamos ver quais serão os efeitos . Se for necessário aprimorá-las , faremos . Mas sempre ouvindo a sociedade . Acabou aquilo de um economista impor sua tese acadêmica para o país “ .( Exame, 16.07.2008 , p. 39) .

Existem diversas alternativas para combater a inflação do que apenas a mera elevação da taxa básica de juros . O aumento da oferta de produtos agrícolas através do direcionamento do crédito pode ocorrer com certa rapidez . Outra estratégia é a redução da carga tributária em setores mais pressionados . O controle dos gastos públicos reduzindo a demanda e os controles sobre a expansão do crédito também podem influenciar rapidamente na contenção dos preços .

Como assinala Paulo Nogueira Batista Junior , a desoneração tributária de produtos comercializados internacionalmente , os “tradeables” , resulta apenas em aumento da margem de lucro , sem efeito apreciável nos preços que são determinados pelos preços internacionais e pela cotação cambial . No caso destes produtos a alternativa é diminuir as tarifas de importação ou tributar exportações que estejam com preços em alta no mercado externo . ( F s P , 17.07.2008 , p. B-2) .



INFLAÇÃO META PARA 2010



O governo fixou a meta de inflação para 2.010 em 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais para baixo e para cima. Será o sexto ano consecutivo que o BC irá perseguir o mesmo alvo para a variação de preços .

O governo também decidiu manter em 6,25% ao ano a TJLP ( Taxa de Juros de Longo Prazo) ,usada como referência para os empréstimos do BNDES para o setor produtivo . Isso significa que se a inflação para os próximos 12 meses superar esta taxa , quem pegar financiamentos no BNDES terá na prática um subsídio na taxa de juros . ( F S P , 1.7.2008, p. B-4) .



VALOR EMPRESAS EM BOLSA



As 450 companhias listadas na Bolsa de Valores de São Paulo chegaram em 2007 a um valor de R$ 2,5 trilhões , aproximando-se do valor do PIB brasileiro que foi de R$ 2,55 trilhões .

Em 1996 , o valor de mercado das empresas cotadas em bolsa representava aproximadamente 27% do PIB . Em 2000 este valor subiu para 37% . Portanto a expansão do mercado de capitais nos últimos anos foi muito expressiva refletindo-se na relação com o PIB , igualando-se ao dos países desenvolvidos , onde os dois indicadores se nivelam.( F S P , 16.06.2008 , p. B-5) .

Já o desempenho da bolsa de valores em 2008 até junho é sofrível . Após a elevação do país ao grau de investimento o índice chegou ao pico de 73.516 pontos em 20 de maio e depois passou a cair acentuadamente chegando a uma perda acumulada em junho até o dia 28 de 11,39% , muito próximo do pior desempenho que foi em setembro de 2002 quando caiu 16,95%.

O motivo do mau desempenho da bolsa é a saída de investidores estrangeiros que representam 35% de toda a movimentação da Bovespa . Em 2008 até junho registrou-se um saldo negativo de R$ 6,64 bilhões no investimento estrangeiro. Os investidores estão vendendo suas ações em grande quantidade para cobrir perdas em seus países de origem e pare transferindo as aplicações para títulos públicos . ( F S P , 30.06.2008 , p. B-3) .

Apenas em junho de 2008 o capital externo na bolsa ficou negativo em R$ 7,41 bilhões, o pior resultado mensal já registrado na Bolsa .

Em razão das turbulências na Bolsa o número de IPOs ( oferta inicial de ações despencou no primeiro semestre de 2008 para apenas 4 contra 26 em 2006 e 64 em 2007 .

Com as dificuldades no mercado acionário cresceram as emissões de notas promissórias por empresas , tendo o setor privado captado , por meio de 22 ofertas o valor equivalente a R$ 11,74 bilhões , o maior volume desde 1998 : 1998 – 12,90 bilhões , 1999 8,04 , 2000 – 7,59 ; 2001 -5,27 ; 2002 – 3,87 ; 2003 2,12 ; 2004 – 2,24 ; 2005 – 2,63 ; 2006 5,28 . Em 2007 houve 20 colocações , sendo levantados R$ 9,73 bilhões .

A nota promissória tem prazo de vencimento menor do que outros papéis , como as debêntures , ficando em torno de 180 dias . As notas promissórias estão sendo emitidas com taxas menores que as pagas na emissão de debêntures .

A Bradespar colocou , R$ 1,4 bilhão em notas promissórias no mercado no começo de julho de 2008 , pagando taxa de 106% do CDI . A Votorantim realizou operação semelhante , captando R$ 700 milhões . Ambos os títulos chegaram ao mercado com prazo de 180 dias . ( F S P , 28.07.2008 , p. B-4) .

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou 2008 com perdas de 41,22% , aos 37;550 pontos , o pior ano em mais de três décadas , pois apenas em 1972 a queda foi maior . Em maio a Bolsa havia atingido o pico de 73.516 pontos . Desde 2002 a Bolsa não fechava no vermelho . Foi o segundo pior ano desde a criação do índice Ibovespa em 1968 . O saldo anual das aplicações de estrangeiros na Bolsa ficou negativo em R$ 24,5 bilhões , o pior ano da história neste quesito .



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