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Artigos-->Economia Brasileira - Maio de 2008 -- 28/03/2009 - 10:21 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ECONOMIA BRASILEIRA – MAIO DE 2008



Edson Pereira Bueno Leal março de 2009



SUPERÁVIT NOMINAL EM MAIO



A economia de gastos para o pagamento de juros da dívida pública atingiu R$ 53,6 bilhões entre janeiro e maio de 2008 . Essa economia , o superávit primário ficou 43,3% acima dos R$ 37,4 bilhões que foram acumulados em igual período de 2007 .

O aumento deve-se à maior arrecadação de tributos , que teve crescimento real ( descontada a inflação ) de 10,65% , e o represamento de despesas que , á exceção dos gastos obrigatórios , começaram a ser realizadas a partir de abril , já que o Orçamento da União de 2.008 só foi sancionado no final de março .

A arrecadação federal em maio registrou mais um recorde , com R$ 50,43 bilhões , aumento real de 4,74% em relação a maio de 2007 .

O Imposto de Importação e o IPI vinculado à importação , cresceram 22,66% e 15,53% em relação a maio de 2007 . O IPI cobrado sobre o fumo teve aumento nominal de 61,07% , resultado do reajuste de preço de cerca de 30% aplicado em 2007 . Sobre veículos o IPI teve alta de 40,75% e sobre outros bens de 21,80% para um crescimento da produção industrial de 10,1% em abril .O Imposto de Renda retido na fonte aumentou 13,31% em maio e a arrecadação da COFINS 10,46% . A elevação do IOF para compensar a perda da CPMF deu resultado . O dinheiro arrecadado com o IOF em maio subiu 165,38% em maio, sempre em comparação com maio de 2007 , e a CSLL aumentou 19,62% . ( F S P , 20.06.2008 , p. B-3) .

Na comparação com janeiro e maio de 2007 , as receitas tiveram um acréscimo de R$ 42,5 bilhões , fechando o período em R$ 288,7 bilhões . No lado das despesas , os gastos tiveram um aumento de R$ 15,2 bilhões , encerrando os cinco primeiros meses em R$ 181,3 bilhões . Aumentaram os investimentos . De janeiro a maio foram pagos R$ 7,4 bilhões , 24% acima do ocorrido em igual período de 2.007 .( F S P , 28.06.2008 , p. B-5) .



REDUÇÃO DA CIDE EM MAIO



Para evitar que o reajuste de 10% na gasolina na refinaria representava aumento de preços nos postos , impactando a inflação , o governo decidiu reduzir o valor da CIDE . Com a redução a arrecadação da CIDE vai diminuir em R$ 3 bilhões . Considerando a perda de arrecadação de R$ 40 bilhões com a CPMF , as ações do governo demonstram que esta perda não está fazendo muita falta . Por outro lado , retiram-se R$ 3 bilhões da arrecadação do governo para beneficiar os proprietários de automóvel em um contexto internacional em que os preços do petróleo chegaram a US$ 120 por barril e esta situação explosiva é de conhecimento de todos o que deveria motivar medidas de contenção de consumo e não de sua manutenção .



SUPERÁVIT EM MAIO



Entre junho de 2007 e maio de 2008 o Brasil teve um superávit primário de R$ 116,5 bilhões , equivalente a 4,34% do PIB , acima da meta de 4,3% . Entre janeiro e maio de 2008 o superávit ficou em R$ 74,950 bilhões , 25% a mais do que no mesmo período de 2007 . O resultado superou os gastos com juros do período que foram de R$ 71,031 bilhões e com isso a relação dívida PIB caiu para 40,8% em maio, nível mais baixo observado no país desde dezembro de 1998 . ( F S P , 1.7.2008 , p. B-7) .



INDÚSTRIA EM MAIO



A indústria em maio , caiu 0,5% em relação a abril , na comparação livre de efeitos sazonais com abril , quando havia crescido 0,2% . Já em relação a maio de 2007 , houve expansão de 2,4% , abaixo da registrada em abril 10% . A indústria pode estar sentindo os primeiros sinais de arrefecimento sob a influência de inflação , dos juros mais altos , do câmbio . ( F S P , 2.7.2008 , p. B-5) .

A produção caiu de abril para maio em 8 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE . Os destaques negativos ficaram com o Rio Grande do Sul (-4,2%), e Santa Catarina ( -3,1%) . Em São Paulo a queda foi de 0,3% na taxa livre de influências sazonais , pouco inferior à queda de 0,5% na média nacional . O fraco desempenho tem relação com o efeito-calendário , pois maio teve dois dias úteis a menos .

No ano todavia, de janeiro a maio , todas as 14 áreas registraram expansão em relação a igual período de 2007 . Os principais incrementos ficaram com Espírito Santo ( 17,1%), Paraná ( 11%), Goiás (10%) e São Paulo ( 9,7%) . Todos superaram a média nacional de 6,2% . Na indústria paulista os melhores desempenhos vieram de veículos ( 17,6%), material eletrônico e de comunicações ( 24,6%) e máquinas e equipamentos ( 11,3% ) . ( F S P , 5.7.2008 , p. B-15) .

O INA da indústria paulista , que agrupa 17 setores , avançou 8,3% de janeiro a maio de 2008 em relação ao mesmo período de 2.007 . Em maio o indicador recuou 2,4% sobre abril e subiu 3,9% sobre o mesmo mês do ano passado . O único setor que teve desempenho negativo em maio foi o de alimentos e bebidas que recuou 1,9% no acumulado do ano até maio, já sentindo os efeitos da queda da demanda por causa da inflação . ( F S P . 27.06.2008 , p. B-3) .

A produção de veículos atingiu a 1,38 milhão de unidades no acumulado do ano até maio, tendo sido produzidas no mês 289,9 mil veículos . Com o aquecimento do mercado a meta para 2008 foi revisada para 3,425 milhões de unidades , aumento de 15% sobre 2007 . A capacidade instalada da indústria no final de 2008 deverá ser de 3,850 milhões de veículos , portanto será utilizada 90% da capacidade . Os investimentos devem chegar a US$ 5 bilhões em 2008 . ( F s P , 6.6.2008, p. B-9) .



CONSUMO DE ENERGIA



Em 12 meses encerrados em maio de 2008 , o consumo de energia no Nordeste , cuja população corresponde a 27,9% da do país , atingiu 15,4 mil GWh, ( 2003 – 11,9 ; 2004 – 12,4 ; 2005 – 13,5 ; 2006 – 14,0 ) , acima dos 15 mil GWh do Sul , 14,7% da população ( 2003 – 13,0 , 2004 – 13,2 ; 2005 – 13,9 – 2.006 – 14,1 ) .

Em 2007 o consumo das duas regiões foi igual , na faixa de 15 mil GWh . É a primeira vez que o Nordeste supera o Sul em consumo residencial . O aumento do consumo nordestino é explicado pela melhora no rendimento do trabalho e pelas transferências diretas de renda como o Bolsa Família e o maior número de ligações residenciais , impulsionado pelo programa “Luz para Todos “ . Cerca de 49% dos novos consumidores ligados à rede por meio deste programa de 2004 a 2008 são do Nordeste . ( F S P , 10.07.2008 , p. B-6) .





PAC



O PAC até abril não decolou . Dados do Siafi até 28 de maio , em que consta a execução orçamentária federal mostram que de um orçamento de R$ 15,7 bilhões para o PAC autorizado para 2008 , só 0,74% (R$ 116,7 milhões) foi efetivamente desembolsado.

Balanço feito em junho de 2008, um ano e cinco meses depois que foi lançado , apenas 88 obras de um total de 2.120 foram concluídas , representando R$ 10,1 bilhões em investimento . A maior parte dos empreendimentos finalizados foi realizada pela Petrobrás e pela Eletrobrás e seria feita independentemente do PAC . A ministra Dilma Roussef avalia que 87% das outras obras estão em ritmo de execução satisfatório . ( F s P , 5.6.2008, p. B-9 ) .

Mesmo assim , do lado privado as empresas estão investindo pesadamente em infra-estrutura . Estão sendo feitos investimentos em siderurgia e mineração ( Thyssen Kruppp, CSA, Usiminas , Açominas e Vale , entre outras ), papel e celulose e da Petrobrás . O setor privado e a Petrobrás responde por mais de 60% dos investimentos da área e as obras federais continuam andando com muita lentidão .( F S P , 1.6.2008 , p. B-1) .

O consumo das famílias se manteve aquecido e cresceu 6,6% no primeiro trimestre de 2008, ante igual período de 2007 , mas a alta foi de apenas 0,3% na comparação com o quarto trimestre de 2007 . , segundo o IBGE . A taxa de poupança caiu de 17,2% no primeiro trimestre de 2007 para 16,8% no primeiro trimestre de 2008 , indicando que o consumo continua aquecido. ( F s P , 11.06.2008 , p. B-6) .



VENDAS DO COMÉRCIO EM MAIO



As vendas do comércio em maio de 2008 tiveram alta de 10,5% em relação ao mesmo mês de 2007 .A receita nominal de vendas de supermercados e revendedores de alimentos subiu 22,3% na comparação com maio de 2007 . O volume de vendas do setor cresceu 8,4% em relação a maio de 2007 . No acumulado do ano o setor tem elevação de 3,8% nas vendas e , nos últimos 12 meses , o crescimento é de 6,5% .

O resultado do comércio de janeiro a maio de 2008 , em relação ao mesmo período de 2007 revela alta de 10,9% . Nos últimos 12 meses terminados em maio a expansão é de 10,3% .

A receita nominal das vendas do comércio em maio , na comparação com abril , teve crescimento de 1,3% e na comparação com maio de 2007 , a alta foi de 16,6% . ( F S P , 16.07.2008 , p. B-10 ) .



EMPREGO MAIO



A taxa de desemprego caiu de 8,5% em abril para 7,9% em maio , principalmente pela maior oferta de vagas na região metropolitana de São Paulo , segundo o IBGE . Foram gerados 113 mil postos de trabalho de abril para maio em São Paulo , a maior parte da indústria . A taxa foi a menor para o mês , desde o início da série histórica em 2.002 . ( F S P , 27.06.2008 , p. B-3) .

A construção civil atingiu 2 milhões de empregos com carteira assinada em maio de 2008 , um novo recorde . Em 12 meses o crescimento foi de 17,57% .

Segundo o Sinduscon-SP , Centro-Oeste , Sudeste e Norte cresceram acima da média nacional em 12 meses , com avanço de 23,25, 18,37 e 17,67% respectivamente .

Está prevista a expansão do setor de construção civil de 10% em 2008, contra um avanço de 7,9% em 2007 . ( F S P , 21.07.2008, p. B-2) .

EXPANSÃO DO CRÉDITO



Apesar da alta dos juros e do aumento da carga tributária que incide sobre as operações de crédito em março a expansão do crédito atingiu o maior nível da história , chegando a R$ 992,7 bilhões , equivalente a 35,9% do PIB . Mesmo assim o Brasil ainda continua abaixo da média observada em outros países emergentes , onde a oferta de crédito chega a mais de 60% do PIB . ( F s P , 30.04.2008 , p. B-1) .

Em abril o saldo chegou a R$ 1,017 trilhão , recorde de endividamento das famílias brasileiras , segundo dados do Banco Central . No início do primeiro governo Lula o volume de crédito era de R$ 633 bilhões . 22% do PIB , tendo passado para 36,1% do PIB , devendo chegar a 40% até o final de 2008 . O volume de 36,1% só é inferior ao de janeiro de 1995 que havia alcançado 36,8% do PIB ..

A taxa de juros média do crédito pessoal em abril fechou em 65,9% , excluídas as taxas de empréstimos com descontos em folha de pagamento , que ficaram em 24,7¨% . Os juros médios para pessoas físicas foram de 47,7% e o das empresas de 26,3% . São taxas proibitivas . O prazo médio de financiamento está se ampliando , chegando a 15 meses em abril , cerca de 70% maior que no mesmo mês de 2007 . ( F S P, 28.05.2008 , p. B-5) .

O Banco Central em maio está estudando medidas prudenciais para conter o crescimento do crédito e pode criar medidas para restringir as operações de lançamento de debêntures ( títulos emitidos para captar recursos ) das empresas de leasing ligadas a bancos . O BC considera a possibilidade de que algumas dessas operações sejam irregulares , uma “ falta grave” que poderia até ser considerada crime ;

O diretor de fiscalização do BC , Alvir Hoffmann assinalou a preocupação com o crescimento do crédito no país , principalmente com as operações de longo prazo , como o caso de financiamento de veículos até em 84 meses. Com este prazo é comum que o carro seja trocado antes de o empréstimo acabar . ( F S P , 29.05.2008 , p. B-1) .

O crédito no Brasil está crescendo totalmente sem controle e caso continue desta forma o Brasil poderá passar por problema semelhante ao “subprime” ocorrido nos EUA . Portanto o sistema bancário tem que ter regras restritivas na concessão do crédito e estas regras devem ser fixadas pelo Banco Central .

Segundo estudo do economista Domingos Pandeló , os prazos maiores do crédito, acima de 48 meses permitiram a redução do valor das prestações , colocando as parcelas no orçamento restrito de uma parcela da população que não tinha acesso ao crédito . Ou seja, o prazo fez pela expansão do crédito o que , de outra forma , só um aumento substancial na renda poderia ter feito .

Segundo o autor , quanto mais fácil a adesão ao financiamento , como o cheque especial , cartão de crédito e os limites pré-aprovados , mais irracional o consumidor se mostra do ponto de vista econômico , que avalia a relação custo-benefício .

Verificou-se que em caso de necessidade , tanto pessoas jurídicas como pessoas físicas aceitam qualquer taxa para honrar seus compromissos . Para as empresas , a irracionalidade no crédito acontece nas operações de curto prazo , como o desconto de duplicatas , o capital de giro e a conta garantida . ( F S P , 9.6.2008 , p. B-1) .

O consumo das famílias de janeiro a maio de 2008 cresceu 6,5% e o Ipea estima que essa taxa será mantida até dezembro . O investimento das empresas aumentou 14% e os gastos do governo cresceram 4% . O número de pessoas com dívidas superiores a R$ 5,000,00 aumentou quase 50% em dois anos . ( Exame , 2.7.2008, . 53) .



INADIMPLÊNCIA EM MAIO



A taxa de inadimplência do crédito das pessoas físicas subiu em maio para 7,3% o maior nível desde fevereiro de 2007 . Em abril a inadimplência , dívidas vencidas há mais de 90 dias foi de 7,1% e, em março de 6,9%.

Apesar do aumento da taxa básica , a taxa média cobrada dos financiamentos cresceu apenas 01, ponto , para 37,6% . A taxa para pessoas físicas caiu de 47,7 para 47,4% ao ano e os juros cobrados de empresas subiram de 26,3 para 26,9% ao ano , refletindo o aumento da Selic . As taxas do cartão de crédito passaram de 152,7 % em abril para 157,1% em maio .

O volume total de crédito no Brasil atingiu 36,5% do PIB em maio . Foi o melhor resultado desde janeiro de 2.005 , quando o estoque de financiamentos representou 36,8% do PIB . Os financiamentos das pessoas físicas somaram 12,4% do PIB , o mais alto da história .

O número de pessoas físicas com dívidas superiores a R$ 5.000,00, segundo o BC em fevereiro de 2008 era de 15,6 milhões , alta de 47% em 26 meses . Mas a taxa de adimplência entre os que tem dívidas mais altas é de 95% indicando desaceleração do crédito . ( F S P , 25.06.2008 , p. B-7) .



DÉFICIT EM TRANSAÇÕES CORRENTES EM MAIO 2008



O Banco Central em junho elevou as previsões de déficit em transações correntes para 2008 de US$ 12 para US$ 21 bilhões . Se confirmada, será o pior resultado desde 2001 quando a conta corrente ficou negativa em US$ 23,2 bilhões .

O BC revisou a projeção de investimento estrangeiro em ações brasileiras e renda fixa de US$ 12 para US$ 25 bilhões em 2008 . O ingresso de capital estrangeiro no setor produtivo esta estimado em US$ 35 bilhões . Em maio a entrada foi de US$ 1,3 bilhão e de janeiro a maio de 2008 de US$ 14 bilhões .

As exportações estão estimadas em US$ 182 bilhões e as importações em US$ 157 bilhões com um superávit comercial de US$ 25 bilhões . A balança de serviços e rendas será negativa em US$ 49,8 bilhões e a remessa de lucros e dividendos deve chegar a US$ 29 bilhões . O déficit com viagens internacionais deve chegar a US$ 5 bilhões .

As reservas externas chegaram em 20 de junho a US$ 198,8 bilhões . De janeiro a maio as compras de dólares somaram US$ 13,2 bilhões , enquanto no mesmo período de 2007 as compras foram de US$ 47,5 bilhões .

O investimento estrangeiro direto foi de US$ 14 bilhões de janeiro a maio de 2008 , menor do que o déficit acumulado de US$ 14,7 bilhões .

De janeiro a maio de 2008 , o déficit na conta de turismo foi de US$ 2 bilhões , para gasto de US$ 4,5 bilhões no exterior e de US$ 2,5 bilhões de estrangeiros no Brasil . ( F S P , 24.06.2008 , p. B-9) .

Segundo Alexandre Schwartsman , como o “ consumo do governo não é encarado como variável de ajuste e, já que ninguém quer reduzir o consumo privado , o que sobra para financiar o investimento é o saldo em conta corrente . Isso , diga-se , não é ortodoxia ; é apenas aritmética . Considerando ainda que o investimento deva continuar subindo ( assim como o consumo) , em ritmo superior ao PIB , não é difícil prever que , na ausência de um ajuste fiscal digno desse nome , as contas externas continuarão sendo a válvula de escape do processo .

Como o regime atual é de câmbio flexível “ caso haja perspectiva de evolução insustentável do déficit , o mercado se encarregará da correção da taxa de câmbio , cabendo ao Banco Central apenas garantir que esta não se traduza em aumento equivalente da inflação , por meio do controle da demanda doméstica . “

A situação atual de grandes reservas ajuda , pois caso “ a moeda precise se depreciar , o governo ganharia ( 1% do PIB a cada 10% de desvalorização) , assim como o setor privado “ . ( F S P , 25.06.2008 , p. B-2) .



BALANÇA COMERCIAL EM MAIO



De janeiro a maio o Brasil exportou US$ 72,05 bilhões e importou US$ 63,4 bilhões , com um saldo comercial de US$ 8,66 bilhões , uma queda de 47,3% em comparação com o mesmo período de 2007. Isoladamente o mês de maio de 2008 apresentou volumes históricos recordes em exportação US$ 19,31 bilhões e em importações US$ 15,23 bilhões , com o maior superávit do ano , de US$ 4,08 bilhões .

Tais valores foram muito influenciados pelo fim da greve da Receita Federal . Os dados demonstram o peso dos produtos básicos nas exportações . Até maio, as vendas de básicos subiram 35,4% , contra 22,3% dos semimanufaturados e 13,2% dos manufaturados .

As importações continuam crescendo, com aumento de 71% em maio , e crescimento de 49,2 % no acumulado de 2008 . Houve elevação de 47,6% nas compras de bens de capital e de 44,9% nas de matérias-primas , mas as importações de bens de consumo cresceram 40,5% , com um total de US$ 7,98 bilhões de janeiro a maio de 2008 .

Como a velocidade de crescimento das importações continua sendo maior do que a das exportações , apesar do expressivo superávit de maio , a tendência para o ano de 2008 continua sendo de deterioração do saldo comercial . ( F S P , 3.6.2008 , p. B-5) .

Segundo o Ministro do desenvolvimento Miguel Jorge , o impulso na importação de bens de capital vai permanecer por mais dois anos , encerrando depois disso o ciclo de forte alta na aquisição de máquinas pela indústria . Portanto este aumento nas importações é positivo pois representa modernização do parques industrial e vai se refletir no aumento da produtividade . ( F S P , 15.06.2008 , p. B-16) .

Em junho o Banco Central reduziu a projeção de superávit comercial em 2008 para US$ 25 bilhões , a entrada de investimento estrangeiro foi elevada para US$ 35 bilhões e o déficit em transações correntes elevado para US$ 21 bilhões . ( F S P , 26.06.2008 , p. B-5) .



RESERVAS EM MOEDA ESTRANGEIRA



Com a contínua entrada de dólares a cotação do dólar chegou a R$ 1,642 em 16 de maio , a menor cotação desde 20 de janeiro de 1999 , período em que o governo adotou a livre flutuação da moeda .

As reservas já estavam em US$ 198,986 bilhões em 21 de maio , devendo ultrapassar os US$ 200 bilhões até o final do mês . As reservas são aplicadas em papéis emitidos por países desenvolvidos , principalmente os EUA , onde a taxa básica está em 2% e o país para comprar os dólares emite títulos públicos , com juros atuais de 11,75% ao ano , portanto o custo de manutenção das reservas é alto , sendo o argumento de que os benefícios compensam os custos . ( F S P 24.05.2008 , p. B-4) .

Em 26 de junho as reservas chegaram à US$ 200,20 bilhões . Desde o início do governo Lula o crescimento foi de 400% . Em 2007 foi de 110% e em 2008 o ritmo de compra foi reduzido , com crescimento de apenas 11% até junho .

De janeiro a maio de 2008 o BC comprou US$ 13,2 bilhões no mercado de câmbio e no mesmo período de 2007 havia comprado US$ 47,5 bilhões .

Por causa do aumento das reservas o Brasil tornou-se credor internacional , em maio de 2008 de US$ 21 bilhões . ( F S P , 28.06.2008 , p. B-5) .



INFLAÇÃO EM MAIO 2008



O IGP-M avançou 1,61% em maio de 2008 , mais do que o dobro do índice de abril (m0,69%) . Excetuando-se o índice de janeiro de 2007 (1,76%) , foi a maior alta desde fevereiro de 2003 ( 2,28%).

O IPC teve alta de 0,68% contra 0,76% em abril , o que significa que o comportamento dos preços no atacado não repercutiu inteiramente no varejo . Nos últimos 12 meses o IGP-M acumula alta de 11,53% , e a expectativa é que deve ter um pico em junho , chegando a 12,65% , mas desacelere no segundo semestre fechando o ano em 8,5% . ( F s P , 30.05.2008 , p. B-6) .,

O IPC FIPE também dobrou entre abril e maio . Os percentuais de 2008 são os seguintes : janeiro ( 0,52) , fevereiro ( 0,19) , março ( 0,31) , abril ( 0,54) e maio ( 1,23) . Com reajuste de 3,17% em maio , os alimentos responderam por 58,14% da composição do índice . A alta foi maior do que a de dezembro de 2002, quando foi de 3,36% . ( ( F S P , 5.6.2008 , p. B-7) .

O IGP-DI em maio chegou a 1,88% , a mais alta taxa desde os 2,17% registrados em janeiro de 2003 . Nos últimos 12 meses até maio , o índice acumulou alta de 12,14% , trata-se da maior marca desde os 12,23% de novembro de 2004. O indicador registra que há uma alta mais generalizada de preços , especialmente os industriais no atacado. Porém, para Salomão Quadros da FGV , a pressão em maio foi pontual , não devendo o “espalhamento” de repetir nos próximos meses.

O IPA – Índice de Preços por Atacado subiu 2,22% , percentual mais alto desde os 3,14% registrados em dezembro de 2002. Os maiores reajustes ficaram com o diesel ( 7,19%), arroz ( 15,98%), e minério de ferro ( 11,38%) . Sozinhas esses itens contribuíram com 0,18, 0,24 e 0,20 ponto percentual do IPA.

O IPC – Índice de Preços ao Consumidor subiu 0,87% contra 0,72% em abril .Os repasses foram mais fortes nos preços dos alimentos m que subiram 2,33% em maio .

O INCC – Índice Nacional da Construção Civil , saltou de 0,87% em abril para 2,02% em maio , em razão dos aumentos de serviços, materiais e especialmente mão de obra . ( F S P , 10.06.2008 , p. B-6) .

O IPCA Índice de Preços ao Consumidor Amplo, subiu 0,79% em maio , acima do 0,55% de abril e a maior alta desde abril de 2005 ( 0,87%), e a mais elevada variação para um mês de maio desde 1996 . A taxa de 12 meses , de 5,58% , é a maior desde janeiro de 2.005 ( 5,70%) . Com alta de 6,40% no ano , só o grupo alimentação e bebidas representou 1,34 ponto percentual da inflação de 2,88% , acumulada no ano , 48% do índice . A alta de alimentos é generalizada e se acelerou com destaque para arroz ( 19,75%) , batata ( 19,39%), tomate ( 13,56%) , macarrão ( 4,94%) , e pão francês ( 4,74%) . O mais grave é que a situação de alta deve se manter nos próximos meses pois a demanda continua aquecida e os preços internacionais continuam em elevação . ( F S P , 12.06.2008 , p. B-1) .

Em maio, dos 465 itens pesquisados pelo IPCA , 71,35% registraram alta , enquanto em abril eram 61,98% . Em maio de 2007 apenas 56,99% dos produtos registraram alta . Por outro lado , a pressão dos alimentos contamina outros produtos . ( F s P , 16.06.2008, p. B-1) .

O IPC-C1 , que é o índice da baixa renda passou de 0,97% em abril para 1,38% em maio , pressionado pelos alimentos que subiram 2,85% . No ano o acumulado chega a 6,84% e em 12 meses a 8,24% . A cesta de consumo dos pobres compreende 40% com alimentação e por isso capta com maior vigor a alta dos alimentos . Na classe média , o IPC-BR , os alimentos tem peso de 28% e as altas foram de 0,87% em maio e 5,59% no acumulado de 12 meses . ( F s P , 6.6.2008, p. B-3) .

Segundo o IBGE , o rendimento médio caiu 1% nas seis principais regiões metropolitanas do país de abril para maio . Na comparação com 2007 , a renda se desacelerou e subiu 1,5 % em um ritmo mais moderado , pois a alta média de janeiro a abril ficou em 2,7% . Esta redução já efeito da inflação . ( F S P , 27.06.2008 , p. B-1) .



INVESTIMENTOS



Com o aumento da inflação , os rendimentos da caderneta de poupança e de alguns fundos tornaram-se negativos em maio de 2008 . Segundo levantamento da consultoria Economátrica , a poupança rendeu em maio 0,574% enquanto o IPCA foi de 0,79% . No ano de 2008 a poupança rendeu 2,869% e a inflação 2,882% .

No caso dos fundos DI, o retorno médio foi de 0,88% , mas descontando-se o IR de 22,5% , o rendimento cai para 0,682% . Os fundos de renda fixa tiveram retorno de 1,01% em maio , ganho líquido entre 0,783 e 0,858% , dependendo do IR. Já para os CDBs , o retorno líquido variou entre entre 0,736 e 0,807% . ( F S P , 18.06.2008 , p. B-3) .



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