O ipê está em flor.
Nos galhos vicejam cores.
É primavera: coração a pulsar.
Amar, em pensamentos absorto.
Morto, simplesmente não.
Oscilo, mas não vacilo.
Vejo edifícios que são,
No vão, mera coisa inerte.
Solerte, minha mente aporta
À porta da exaltação.
O ipê está em flor.
No broto fragrante e lascivo
Reavivo o pulsar do universo.
O verso deságua na doçura
Da jura de um verão.
© Jean-Pierre Barakat, 27.09.2002
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