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Contos-->Gato Café -- 26/07/2002 - 19:34 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Se não me engano era domingo. A chuva mal acabava de cair e pela janela envidraçada se observava o tempo em silêncio a brincar de fazer cachorrinhos nas nuvens, agora límpidas. E meio que sem compromisso,o sol começava a irradiar sua luz no alto da culmieira.
Marina acabava de acordar e correndo ainda de pijama, da cama para a sala de jantar, ia pedindo comida.
Ao deparar comigo fixado na janela pediu-me:
- Pai! Carrega eu.
E aquela vozinha inssistente de manhã, entrando na alma, como sangue e força, me fez atendê-la de imediato.
Foi então que ela bateu com os olhos na merceária do vizinho e disse:
- Pai! Pai!Olhe o gato da vizinha. E dizia isso puxando o meu pija.
Num lepido impulso, virei o rosto e fiquei a observar...
O bichano entrou na padaria do Sr. Manoel, homem broco, que queria tudo na base dos oito ou oitenta, acompanhado de sua Dona, a Sr. Eulália, viúva de dois filhos, mulher muito esquentada,m as de uma docura de prestativa.
Sorrateiramente o gato entrou,enquanto os dois conversavam perdidamente sobre o preço do pão e do gás que acabará de subir.
Ele parecia está lendo os dizeres dos sacos de rações e numa atitude pouco usual, da inteligência felina. Foi certo no saco de ração VIGOR, que era para gatos, exposta para venda a granel.
Tão logo sentiu-se a vontade, o bichano pulou para dentro do saco.
Sua dona comprou os pães e foi-se sem se aperceber que ajudará a um gatuno.
Como nada é para sempre, de longe observavamos atentamente, agora com a platéia maior, pois a Luísa Maira já estava em sua maquaquice, por sobre as minhas costas. Não que fossemos a favor da gatunagem, apenas tratava-se de um animal em seu instinto e um velinho muito dos seu jarana.
O que haveria de ocorrer?! Nos perguntavamos...
As horas foram avançando com o sol copiosamente entre os galhos das árvores, que aquecendo os pássaros em algazarras gritavam estridentemente felizes a oportunidade nova de viver a vida.
As minhas filhas riam-se, eu estático, com fome, com os braços cansados de aguenta no pescoço a filha maior, nem ouvi a mamãe chamar pra tomar o café, que já esfriava na mesa.
Compenetrados com a situação delatamos aos outros curiosos o que estava a acontecer.
E depois de uns trinta e poucos minutos, satisfeito o "Verequete", nome cordial do gato, que era todo preto, com uma mexa branca sobre o pescoço, pra descontrair aquela sua cara de vira-lata, que a D. Eulália teimava em dizer que era de raça.
Saiu se espreguiçando, acho até que dormiu um pouco. Contudo quando o Sr. Manoel deparou com o gato,fez a sua dedução olhando de relance o saco de ração e todo aquele povo delatando. O bichano sentiu-se inquerido pelo fato. E nem pensou duas vezes. Perna pra que te quero. Correu e o Sr. Manoel que já não tinha idade, até tentou. Ainda mais quando agarrou a vassoura.O gato sumiu no meio da multidão. E o Sr. Manoel fulo da vida quase tem um infarto.
Dizem que fulo da vida até chorou. Entretanto só sei que esperniou. e gritou bastante nomes de baixo calão.
Em meio a esse fuzuê, frêgueses acudiram. E até o carro da polícia foi la´pra vêr o ocorrido. E o sargento da rota perguntava pelo acontecido e tomava depoimentos.
Enquanto isso o tempo passava, nós já estavamos no meio da rua, ainda sem comer nada, a procurar entender toda aquela banzorfia, que não ficou por aí.
No meio de todo avorroço a viúva, que era uma mulher sempre prestativa, foi ao encontro do seu amigo e quase o matou.
O bate boca acirrado proliferou. Era o filho do Sr. Manoel, com a filha da viúva; a viúva com o Sr. Manoel; os policiais tentando acalmar e todo aquele povo a vaiar, a empurrar...Resultado.Todos foram convidados a força a se acalmar na delegacia do bairro. Enquanto o gato, por incrivel que pareça,lá no alto da padaria, sem se encomodar com o ocorrido, lambia as patinhas, de barriga cheia, como disse Marina, minha filha.
Porém, depois de uma semana, no quintal de casa, o pobre do gato amanheceu envenenado.
Depois do acontecido D. Eulália nunca mais falou com o Sr. Manoel.
E outra vez, o gato moveu, sem se incomodar com o partido, como disse a minha filha Maira.
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