Todos nós estamos preocupados com a crise financeira internacional. As incertezas andam por nossos quintais e com certeza baterão em nossas portas.
Mas o que ocasionou esse desarranjo financeiro nos Estados Unidos?
Os mais afamados economistas dos países desenvolvidos falam que seu inicio é bem mais antigo do que se pensava. Havia uma nuvem de fumaça cobrindo a realidade, todavia a crise, já encubada, apareceu no céu do país mais rico do mundo.
Causas – Os “experts” do mercado financeiro culpam o mau gerenciamento do mercado imobiliário, mas se esquecem que o pavio que acendeu e fez estourar a bomba foram os bilhões e bilhões de dólares gastos em duas guerras alimentadas pelos contribuintes americanos.
O Presidente Bush conseguiu destruir não só o Iraque e o Afeganistão, mas principalmente a sólida economia americana nascida das cinzas da crise de 1929. Nem mesmo a segunda guerra mundial conseguiu explodir silenciosamente os cofres americanos. Errou ele, o Congresso Americano e seu povo.
Bush por ser um líder insano e imprudente; o Congresso porque apoiou as suas loucuras em fazer essas duas guerras, e, o povo que no primeiro momento foi conivente do que estaria por acontecer.
Mas o “blue moment” financeiro aparecia com o crédito facilitado e sem limites para o povo consumista que comprava e vendia imóveis com dinheiro de plástico e negociava as hipotecas como figurinhas de álbum infantil.
Apoiados em Indústrias automobilísticas altamente produtivas e eficazes; na tecnologia de ponta para a venda de Serviços, passaram a ser fortes e imprudentes importadores de bens duráveis de consumo.
A Índia, a China e outros países fizeram prevalecer o baixo custo de seus produtos produzidos com mão de obra barata que preencheram as lacunas industriais de menor porte, mas indispensáveis e importantes no forte comércio abastecedor dos consumistas contumazes.
As bolhas financeiras (termo criativo de especialistas de mercado) foram crescendo como um tumor que precisava estourar para diminuir a dor.
Agora é necessário limpar a cavidade deixada e tratar as feridas abertas, mas sabendo que o tratamento é difícil, demorado e doloroso.
Os grandes grupos financeiros e industriais não suportaram as imprudências políticas e às pressões financeiras.
Hoje o povo americano sofre com o desemprego e tem o medo como companhia.
Mais preocupante é a dependência mundial das atividades comerciais que elegeram os americanos como principal consumidor. Havendo baixo consumo na América, afeta os principais produtores, e, por conseqüência acontecem o desemprego e a recessão em todo o mundo.
As indústrias brasileiras não serão uma exceção. Nós também sentiremos a falta dos americanos consumistas. É bem verdade que hoje temos uma produtividade industrial manufaturada que pode ser absorvida pelo mercado brasileiro, embora os produtos primários como minério de ferro, aço e petróleo bruto faça parte de um trinômio que elevam o PIB brasileiro.
Os dólares, euros, iens, reais, etc., que foram gastos na tentativa de salvação do mercado financeiro mundial ainda são irrisórios, tal a gravidade da crise.
A visão consumista chegou ao fim. O capitalismo selvagem provou que não é a solução. A necessidade fará com que os governantes possam estudar novas formas de governar, gerenciando a crise com inteligência e criatividade. Os pobres sofrem com o desemprego, mas os ricos industriais empregadores perdem diariamente o dinheiro e o sono.
Infelizmente a fome será a causa da morte de muitos pobres e o suicídio de muitos empresários ricos que não conseguirão sobreviver sem o dinheiro e o poder.
Entretanto sabemos que toda crise transforma-se em novo ciclo de progresso, e esta não será diferente das outras. Tudo é questão de tempo!
Saída - Agora, mais do que nunca, nós brasileiros precisamos da “unidade patriótica” e de nossa capacidade de criatividade e trabalho para superar as dificuldades que certamente serão bem menores do que a dos povos de países do primeiro mundo.
Temos convicção que o Presidente Lula sabe da verdadeira realidade e usa o seu poder de persuasão, seu carisma e sua capacidade de motivar para não deixar que o povo brasileiro fique abatido frente aos problemas sérios que certamente só podem piorar com o desânimo e a tristeza.
Assumo aqui a sua defesa (mesmo enganosa), pois sei que a grande maioria do povo brasileiro desconhece (não sabe, ou finge não saber) da gravidade da enfermidade financeira.
“Afinal um bom general sempre dirá aos seus soldados: - Vamos vencer a guerra!”