Fere a minha mão a pele tua
aquela não tocada, a rosa seminua
a face desejada, a língua em vil clausura
Fere, a mim, completamente a criatura
a não satisfação, a grana sem cultura
o definhar de sede ante a fonte de água pura
Fere a minha alma a ausente alma tua
tesão que não se acaba, eterna pica dura
Manter-se controlado ? Perder a compostura ?
Berrar que te desejo ? Manter a língua muda ?
Putaqueopariu ! Que dor que a alma atura
e a gente faz de conta que flutua.
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