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Cartas-->Carta ao Coração IV: o prelúdio do fim... -- 12/08/2002 - 00:02 (Rodrigo Nogueira da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Carta ao coração (parte IV): o prelúdio do fim...

Minha querida Consuelo, cá estou novamente a escrever-te...que merda! Hoje é o fim, o fim, ah! Que bom! Já não aguentava mais. Meus olhos todas as noites encarando este computador - puts! Patético!!!! Quantos sonos perdidos? Quantas imaginações perdidas? Meu Deus!!! Qual meu lucro? Aquele livro ali na estante, do meu caro Ghoete, já não me diz porra nenhuma! É verdade! O romantismo do Sturn und Drang esfacelou-se no ar qual poeira mórbida. extinguindo-se junto ao meu coração que há tempos ansiava um futuro funesto. Abaixo o romantismo! Mas não falem mal de Rousseau, pois ainda o aprecio na verdade do bom selvagem, e acredito, tal como ele, que somos criaturas deturpadas, falsas, alienadas, abutres e medíocres - “somos” isso: produto dessa detestável e podre sociedade burguesa! E você Consuelo, não pense que foges a esses parâmetros. Hahahahahahah!!!!!!!! Como é bom sorrir!
Acho que estou bêbado, consumi muitas palavras, minha mente está repleta, entupida, esbarrotada, transbordante, e não consigo suportar, meu vômito quer sair; e vomito, vomito e vomito prelúdios de um fim. Ufa! Muito me admira o que são as palavras e o poder de seus sentidos, inesgotáveis sentidos. De tal forma que assim diria um poeta:
lutar com palavras
é a luta mais vã.
Enquanto lutamos
mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco.
E assim o é - são muitas, eu pouco . Fiz de alguém minhas únicas palavras, e esse alguém, que em palavras chama-se Consuelo, ao máximo esforço de sua capacidade mental não pôde compreender minhas tristes palavras. E a vida mais uma vez me é ingrata. Bosta! Mas sei que minhas palavras são indestrutíveis, sei que elas ecoarão por toda a eternidade, renitindo nas idologias vindouras a “metalinquagem” do amor às avessas. Mas no momento estou feliz, joguei fora as balas do revólver que me roçava a nuca, e acabo de concluir que todo erro tem a função de justificar um acerto. E nesse meu erro, acertei o fato de que é preciso testar os dissabores da vida, para melhor aguçar o paladar para as delícias. Mas por favor não compreendas mal! Ao falar de dissabores, não faço analogias à sua miopia suavizada pelos “fundo-de-garrafas”, nem pelos seus excessos de lipos* e tampouco do seu sorriso parecido com tosse. Afinal de contas, isso é apenas um detalhe, e não sou eu que hei de levá-los em consideração, de forma alguma.
Reconsiderando, então, tudo o que foi dito até hoje nestas sequências de cartas e avaliando sua boa recepção, acredito que como charlatão, me sai como bom escritor. E para mim, confesso que quase fui dominado pelas palavras, e no fluxo de sentido em que penetrei pude sentir o gosto de estar apaixonado. Contudo, consegui redimir-me desse sentimento e tudo voltou a ser normal. Assim sendo, ita vixi ut non frustra me natum existimem. Ainda que tenho muito a realizar. E para você fica esta dica: nunca encare “fim” como sinônimo de término, mas como sinônimo de “prelúdio” de algo bom que irá acontecer!
*gorduras

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