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Cartas-->Carta ao Coração III: um instinto indiferente... -- 12/08/2002 - 00:00 (Rodrigo Nogueira da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Carta ao coração (parte III): um instinto indiferente...

Amabilíssima, amabilíssima. Que fazes comigo? Não sejas assim tão enigmática, tão inverossímil. Ah! Que pena, é uma pena sentir-me assim tão limitado, incapaz de abordar a compreensão de seus atos. Ignóbil, frustrado, insensível, assim me concluo. Mas, contudo, devo voltar a relatividade da coisas: talvez nada fosse determinantemente absoluto, talvez a verdade fosse multifacetária, bem como talvez o problema em seu avesso fosse sua própria solução...quem sabe. E assim encontro vestígios esperançosos que instiga a luta pela sobrevivência, ainda que o sentido, a forma modeladora de nossa compreensão, sem a qual não, jamais, teríamos um objetivo a seguir, ameaça esvair-se qual fumaça ao além de minhas capacidades físicas de poder contê-lo. E o sentido de que falo é “você”, ninguém mais que você, o único sentido que me justifica maravilhar-se com o aroma das flores, ter a vívida alegria num dia de sol radiante, sorrir pela mais pura felicidade e viver por estar apaixonado.
Deusa, magna Afrodite, a mais bela flor do Olimpo, não sejas assim, não...tão indiferente. Eis-me aqui, qual seu mais fiel súdito, vê-me, sinta o pulsar infrene desse coração, incontrolável coração, que por sua causa lança-se nesse abismo passional, e penetra, ao consumo de sua menor partícula existêncial, nesse labirinto chamado amor. E tu sabes. Sabes e persiste na indiferença. E o que te vales tal ato? Alguém, talvez fosse possível que alguém merecesse esta sua indiferença, mas, logo “eu”? Eu não! Por que “eu”? Sei que isso nem mesmo você seria capaz de responder. Afinal, que é a vida senão esse campo de incertezas, esse campo minado sobre o qual precisamos caminhar, sem lembrar do perigo que o mesmo nos oferece, onde qualquer passo indevido pode custar-nos a própria vida. Ah! Consuelo, confesso que ao conhecer-te, experimentei pisar sobre uma mina, e como isso me feriu! Nesta sua indiferença nem imaginas o quanto chorei, o quanto senti, o quanto sofri. E o que me resta. Nada. Estou prestes a cair num abismo e não tenho sua mão para apanhar-me. Meu corpo em queda livre sobrevoa tudo o que existe e decai no cumprimento ao fado que lhe fora reservado, decai sentindo a brisa fria que agride a face, decai solto no espaço escuro e gélido, ecoando gritos cristalizados de medo e desespero e consumindo-se na infinitude do abismo negro; encerrando-se a própria existência.
E “você” — um instinto indiferente.


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