tomar-te de assalto como um rio que decide o seu leito invandindo a praia:
nesse mar que abro diante de ti (empurrando-te contra a secretária) a torrente vê a foz de um fogo doce e vulcânico:
sente como as tuas entranhas não me estranham:
sente as emoções e convulsões a compelir-te para os meus braços...
fecha um instante os olhos, agora que a minha embarcação chega ao teu estuário e penetro o teu território... sente-te! acima de tudo, toma posse da tua capacidade de te abandonares a ti...
(a secretária recebe as investidas da corrente) o rio reconhece a água que o recebe:
formamos um todo fluido e selvagem:
não te quero domar, estrela de seiva e ardor:
morde-me o ímpeto e a carne, prova deste que se interpôs na tua rotina:
navegozamos suavemente nesta jangada...
nuvem-estamos, nectar-florimos!
gozamos na cara do prazer, rimo-nos
de novo do impulso e da serenidade
que sucede ao tsunami... e de beijo
em beijo vamos saldando a dívida
para com o quotidiano...