Durante décadas o Microsoft reinou sozinha primeiro com o antigo MS-DOS e depois com o Windows. E mesmo com o surgimento do Linux em 1997 o seu reinado não foi ameaçado em nenhum momento. Mas os tempos mudaram e, embora o Linux ainda seja pouco usado, as ameaças ao domínio do Windows só cresceram. Na realidade, o Linux é o responsável por isso. Se nos desktops e notebooks e similares o seu crescimento é pequeno, apesar do uso do Linux vir crescendo lentamente nos últimos dois anos, a ponto de despertar o interesse das maiores companhias de tecnologia, seu uso ainda está muito longe do Windows, principalmente devido ao cartel da Microsoft que faz contrato de exclusividade com as grandes redes de eletrodomésticos ao redor do mundo; nos dispositivos móveis a coisa é bem diferente. O Android, uma versão do Linux (sim, o Android é uma variante do Linux) desenvolvida pelo Google, domina o mercado de smartfones e tablets ao lado do IOS da Apple embora não estejam sozinhos nessa briga. A RIM, fabricante do Blackbarry vem perdendo mercado nos últimos anos e não parece ser uma ameaça. O Windows, que entrou muito tarde nesse segmento, alem de não agradar aos usuários também não consegue deslanchar. E se não conseguiu isso até agora, daqui para frente a coisa parece ficar ainda mais difícil; pois este ano vamos ter o lançamento de pelo menos mais três ou quatro variantes do Linux disputando o mercado de dispositivos móveis. Dentre essas novas variantes do Linux estão:
* FirefoxOS: desenvolvido pela Fundação Mozilla,será lançado no Brasil nos próximos meses em parceria com a VIVO. Também será lançado em vários países do terceiro mundo e depois na Europa. É um sistema voltado para aparelhos mais simples e mais baratos e cujo foco é a navegação na Internet. Devido a popularidade do navegador de internet Firefox e o apoio de grandes empresas, pode conquistar uma grande fatia do mercado de smartfones, principalmente se os aparelhos forem realmente mais barato.
* TIZEN: Desenvolvido pela Samsung em parceria com a Intel. Tem a finalidade de reduzir a dependência do Android, ainda mais depois das guerras de patentes envolvendo justamente a Samsung e a Apple. Primeiramente foi desenvolvido pela Intel e Nokia com o nome de Meego. Mas com a crise pela qual passava a Nokia e a parceria milionária com a Microsoft, a Nokia teve de se submeter às condições de Bill Gates e abandonar o Meego. A intel então procurou outra parceira e a Samsung resolveu tocar o projeto, fazendo modificações no sistema e mudando o seu nome para Tizen. O sistema deve ser lançado entre o final desse ano e o começo de 2014 e deve vir tanto em aparelhos top de linha (há um boato de que será lançado um Galaxy S4 com ele) quanto aparelhos mais modestos. Devido ao poder financeiro da Samsung e Intel, é bem provável que o Tizen venha a ser um dos mais fortes concorrentes do Android nos próximos anos.
* Ubuntu Phone: Desenvolvido pela Conical, é versão móvel do já conhecido Ubuntu. Está em estágio avançado e deve ser lançado no próximo ano. Há uma grande expectativa quanto ao lançamento desse sistema, pois as prévias disponibilizadas mostram que ele será tão poderoso quanto ele é nos computadores. O seu lado mais positivo e o que deve torná-lo popular é a grande comunidade de entusiastas trabalhando no sistema a fim de torná-lo o melhor sistema para dispositivos móveis. Outro fator que pode contribuir para a sua popularização é que não haverá muita diferença entre o seu uso nos dispositivos móveis e e nos computadores, dessa forma o usuário terá a disposição tudo aquilo que já dispõe na versão desktop, como uma loja de aplicativos, uma enorme comunidade de usuários e a própria popularidade do sistema.
* SailFish OS: Esse é sem dúvida o menos conhecidos dos novos sistemas para celulares e trablets. É desenvolvido pela Jolla, uma empresa criada pelos ex-funcionários da Nokia que a abandonaram quando ela fechou a parceria com a Microsoft e desistiu de lançar o Meego. Esses funcionários então resolveram continuar o projeto Meego, agora sob o nome de SailFish. O primeiro smartfone com o sistema já está a venda na Europa e deve chegar a outros mercados ainda esse ano. Segundo analistas, o sistema agrada e parece promissor. O maior desafio será a disponibilidade tanto de empresas interessadas em lançar aparelhos com o sistema quanto convencer os desenvolvedores de softwares a lançar programas para o sistema.
Se estes sistemas irão de fato conquistar uma grande fatia do mercado dominado pela Apple e pelo Google é difícil saber. No entanto, não resta dúvida que complicarão os planos da Microsoft uma vez que o mercado de dispositivos móveis é diversificado e fica quase impossível para uma empresa exercer pressão sobre os fabricantes e revendedores como ocorre com os computadores. Aliás, existe uma grande chance de não ser a Windows que ameaçará o Android nos próximos 5 anos, mas um dos novos sistemas citados acima. Mas se isso confirmará ou não, só o tempo dirá.
