Na penumbra dos nossos pensamentos
O alvorecer dos desejos efervescendo
E a vontade dos nossos sentimentos
Aguçando-se. O sangue nas veias fervendo
As luzes das ruas me iluminando
E no caminho a ansiedade aumentando
O tempo que nunca passa, atrasando
O nosso encontro, demais, demorando
Num instante, já estou à sua porta
Toco ansioso, a sua campainha
Sua demora em atender me sufoca
Mas, ao vê-la, esqueço tudo, minha rainha
Nossos olhares de cúmplices se penetram
Nossos lábios parecem se engolirem
Nosso sangue cada vez mais se aquecem
E os ais começam a serem ouvidos
Sua língua e a minha língua se misturam
Num laço de amor descontrolado
Mas, pra que controle nesse momento
Se o infinito é o limite desejado
Minhas mãos vão de encontro aos teus seios
A esquerda permanece, a direita desce
Procurando mais embaixo em teu meio
A caverna do amor que me rejuvenesce
Tua lingua liberta a minha lingua
Mas, se mantém ocupada em meu pescoço
E a minha desce e caminha
E pára no teu mamilo mimoso
Nossa sede nem a água sacia
Só o afã infindável da vontade
O gosto de sexo, alimenta nossa fantasia
E nos enche de “tesão” e cumplicidade
Aos poucos nossos corpos se enlaçam
Parece mais, um espiral em movimento
Mãos e pernas se entrelaçam
Tornando-se um só por um momento
O suor, os arrepios, tudo em chama
No vai-e-vém do nosso mundo sexual
Os lençóis no chão, só nós na cama
A desfrutar desse instante genial