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Poesias-->Alto Mar -- 16/09/2002 - 15:32 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Enquanto as mãos aguerridas

Movem, carregam os remos e a tarrafa... O barco Segue.

O pássaro no alto das cabeças,

Feito Espirito Santo anuncia... É novo dia.

É novo dia.

A aurora da manhã tripudia

Sobre as tinteiras do mangue, enquanto o sol acorda do colo do sono um rio ainda sereno.

Ainda sereno.

Aos poucos o silêncio sucumbi ao louvor da mãe

Natureza, que cisma em várias correntes, expor

O que de melhor lhe fez a vida na noite passada.

Pelos meandros anda a cruzada.

Morada de altivos marinheiros e de viagem começada

Ao redor por momentos, o que se manifesta, em

Agradecimentos contagia.

Contagia.

Avê Guará

Avê Garça cinzenta,

Avê Onça pintada,

Avê Gaivota... Avê Homem no mar. Homem no mar.

Mar que aporta entre duas paralelas o horizonte Afora e o absurdo.E o absurdo.

De marcha os braços consubstânciam com a brisa mansa a secar-lhes a fonte em suor.

A hora é passageira, a hora é passageira.

Passa desapercebidamente.

Um dia que se vai. Um dia que se põe.

Dos lençois turvos cinzas desperta outra vez o Sol. E já estão lá fora os destemidos. Entre o Céu e a água salgada. Seguindo a vontade e o Destino.

Não há mais nada, não há mais nada...

Só céu e água salgada. Ondas imensas, com a brisa que era amiga. Agora se formam e voltam-se contra O barco. O barco, O barco...

Ò mar bravio não vergues a valentia desses homens!

Mas as ondas banham o convés.

Mas as ondas enfurecidas, banham e lavam o convés.

Fazendo água, fazendo água. Fazendo água sereia do

Rio.

Fidedignos trabalhadores do Brasil,

Fidedignos trabalhadores levantam. E no firmamento

Sem lenço nem documento erguem-se a responder a

Fúria do mar.

Tarrafiam Sardinhas, Corvinas, Tainhas...

Enquanto sem tréguas as ondas tentam quebrar a bra

Vura dos homens, há dias sem lar.

O sol está alto revela o temppo. É muito tarde. E o cansaço reserva a vontade de voltar.

Que as mãos calejadas, a pele da face do corpo queimada, as roupas ensopadas e a fé já abalada, começam, meçam em verbos soltos na boca crua, como única esperança, a terra outra vez vislumbrar.

Enfim decidem regressar.

Estão fartos de peixes, contudo água pra beber Não há.

Os homens do mar decidem regressar diz as ondas, quando quebram no mar,

Quando quebram no mar, quando quebram no mar.

Quebra mar bravio, quebra!...

Enquanto as imensas ondas balançam,

A solidão, a espreita, começa das cabeças a se Apossar.

Acovardam-se as almas e os homens que foram guerreiros.

Entre si lamentam e temem a imensa onda, que torna a fundiar o sereia, o sereia do rio, o sereia no mar..

Imersos, entre o firmamento da vida e da morte... Bradam, bradam sem parar.

Desesperados falam absurdos, gritam preces, gritam por socorro, lembram dos filhos, do amor de suas vidas.

A bem da verdade, já não há ninguém pra salvar.

Não há perdão no mar. Não há perdão no mar...

Vão e voltam as ondas a falar

Quem desafia e na hora titubia

Jamais há de regressar.

Paga pela ousadia.

Apaga a sua história deixando as suas crias como Herança o penhor da pescaria mal sucedida...

Aquela que lateja no tempo sem cura.A dor,

A dor que reflui por toda a eternidade na família como uma Maldição, castigo, aviso... Memória,

Memória de saudade, que arranca do peito Lágrimas Dessa saga.

Ah! Mar bravio!

Bravio mar! Os homens são reis aqui na terra, mas No mar tem que respeitar.

Ainda que o pão nosso de cada dia vá buscar.
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