Ontem quando a noite ainda se fazia, a lua de um dia estava exposta. Enquanto eu ouvia de tua boca a dor folgar da alma, ha´tempos em pedaços, feridas vivas.
Vi todo um amor vilipendiado por males que repetidas vezes te causei.
Confessado sob verbos, cuja magoa vívida lateja na mesma boca, que tantas vezes beijei.
Quando dissestes em verdades que a tua esperança em nós dois era tempo perdido e que só nos restava aproveitar as migalhas de todo aquele amor, me calei.
Tentando me refazer no silêncio, sob judice do meu descaso, dos meus erros, de minha covardia, dos meus ímpetos insanos, diria até de minha irresponsabilidade imatura, em conjunto com o meu primogênito egoísmo.
Não ví reparos que viessem dignificar as anomalias forjadas.
E sob tutela dessas verdades, o meu sentimento ficou perdido.
Não há como as minhas mãos sujas voltarem a tocar o teu corpo, pois que hão de causar chagas, profanando todos os sentidos.
Se o mínimo que deveria era te amar quando necessitavas...
Hoje como ontem, não sei o que é mais absurdo. Gritar tardiamente aos teus ouvidos a minha paixão ou me dar por morto esquecido. Seguir sem juízo, com o coração sentindo por toda a vida o reves do teu amor ferido.
Essa icógnita, quando perguntado a ti padeceu, ainda que dentro do racional, meio que dividido. Mostrando-me uma decisão sem volta. Por isso vou deixar essa sala a dispor dos passos. Pois que já conheço essa saída.
Adeus!... |
