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Artigos-->Bioterror: O que pode ser feito? (1a. parte) -- 09/12/2001 - 18:33 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Apresento ao leitor a primeira parte da tradução de uma longa resenha escrita por Matthew Meselson para o New York Review of Books.



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Por Matthew Meselson

Trad.: zé pedro antunes

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Germs: Biological Weapons and America s Secret War

by Judith Miller, Steven Engelberg, and William Broad Simon and Schuster, 382 pp., $27.00

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Virtualmente, toda tecnologia avançada foi desenvolvida não tendo em vista apenas as finalidades pacíficas, mas também as hostis. Isso teria de acontecer também com a biotecnologia, que rapidamente vai se transformando numa tecnologia dominante em nossa época?



É o que nos ocorre à leitura de "Germs: Biological Weapons and America s Secret War", um levantamento claro e informativo sobre armas biológicas aqui e alhures, feito pelos repórteres Judith Miller, Steven Engelberg e William Broad, do New York Times.



"Germs" começa com a descrição da contaminação deliberada, em 1984, de buffets de salada na pequena localidade de The Dalles, Oregon, com Salmonella typhimurium, uma bactéria comum que ataca as paredes do estômago e causa cólicas e diarréia. A bactéria foi inoculada por membros de um culto religioso, aparentemente testando um plano para ter controle sobre o governo local, para impedir que outros cidadãos pudessem votar na eleição que se aproximava. Sem causar mortes, suas ações criminosas causaram enfermidade em cerca de 750 pessoas, o que ilustra a vulnerabilidade de uma comunidade, mesmo frente a ataques biológicos relativamente menores.



Um ano se passou até que investigadores federais e estaduais estabelecessem que a contaminação não havia sido natural, e só tiveram condições de fazê-lo porque o líder do culto em pessoa exigiu uma investigação por parte do governo. A secretária pessoal do líder e o responsável pelo atendimento médico do culto mereceram a pena máxima, vinte anos de prisão. Tendo prestado serviços por menos de quatro anos, eles deixaram o país. A lei federal promulgada em 1994 estendeu a pena máxima para tais biocrimes não-letais: prisão perpétua.



Os americanos acabam de experimentar agora uma forma muito mais sinistra de ataque biológico: dezessete casos de contaminação inalatória ou cutânea por antraz, com quatro pessoas mortas, com o responsável ou os responsáveis ainda à solta. E ainda foi minúscula a proporção desses ataques recentes, em comparação com o volume dos preparativos conduzidos por grandes países com finalidades bélicas e um cálculo para atingir continentes inteiros – notadamente os EUA, antes de o Presidente Nixon ter categoricamente renunciado às armas biológicas em 1969, e a União Soviética, que chegou a expandir o seu programa depois de ele ter sido declarado ilegal pela Convenção sobre Armas Biológicas (Biological Weapons Convention) em 1975.



O advento da microbiologia em escala industrial e, depois dela, a fabricação de armas biológicas em escala industrial se tornaram possíveis com a comprovação da teoria de que as enfermidades são causadas por germes e com o desenvolvimento de métodos para aumentar culturas bacteriológicas puras no século XIX.



São essas as conquistas pelas quais Robert Koch e Louis Pasteur são celebrados, e que subjazem aos estudos sobre a tuberculose, pelos quais Koch foi laureado com o Nobel de Medicina em 1905. Foi Koch quem, em 1876, descreveu com grande clareza o ciclo de vida da bactéria Bacillus anthracis e completou a prova de que ela causa a doença conhecida em alemão como Milzbrand (fiery spleen), em francês como charbon (por causa das erupções de cor preta que ela desencadeia na pele), em russo como Siberskaya yasva (úlcera siberiana) e em inglês como anthrax (termo grego para carvão).



[continua]
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