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Contos-->O Homem que foi Assaltado -- 05/07/2002 - 11:48 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Há quem jure que esse fato ocorreu mesmo.
Numa cidadezinha do interior do Pará, onde era comum as informações da capital chegarem bastante atrasadas, porém requintadas, sempre faziam sucessos.
Cumpadre Adevaldo ganhou uma passagem por ocasião das festividade de Santo Antônio, que lhe dava direito a passsar o círio de Nazaré em Belém e voltar.
Aquilo realmente foi um feito. Conhecer a capital um sonho de muito respeito naquele vilarejo. E quem teria o prazer de realizá-lo era o Compadre Adevaldo.
Dito e feito, assim chegou o bendito dia.
Um dia de sol no trapiche do boto, muitos curiosos e a parentada toda lá. Tinha até curiosos que vinham de lonje. O vento estava bastante agitado, as árvores valsavam sem parar, a garça cinzenta ruflava as suas asas,enquanto os pássaros do mato cantarolavam sem parar. Era tanta gente que mais parecia político chegando no lugar.
Até que o seu Adevaldo foi convidado a embarcar no Sereia do Mar. Entrando no convês, armou a sua rede e cheio de pompa foi-se sob aplaúsos e muita gritaria.
Chegando no Porto do Sal, em Belém, notou logo aquela correria que ainda hoje é letal.
A lhe esperar não havia ninguém além de um motorista que iria lhe levar ao hotel Beira mar.
Meio triste e ate encabulado perguntou ao rapaz:
-Moço aqui o que se faz! E o rapaz retrucou:
Senhor, essa é a cidade das mangueiras, mas apesar da sombra, tem muito gatuno a esperar por alguém como o senhor!
O que é esse felino!?
Sob um riso estridente, fransiu as sombrancelhas e disse: - São os ladrões, bandidos da cidade!
E é...
Aqui tem vizagem?!
Não senhor! Você tem que ter medo é dos vivos!
Chegando no hotel ele foi alertado pelo gerente que não saisse sozinho. E que sempre teria alguém com ele se precisasse de algo lá fora.
Contudo o Sr. Adevaldo, falastrão do interior, após dois dias sem sair do hotel começou a se incomodar. Foi até a frente do hotel e sem querer já estava do outro lado da rua. E nesse devagar chegou ao outro lado da cidade. já estava no Guamá, que até parecia com o ver-o-peso, no local onde ele estava, só diferenciava do hotel, que ele não encontrava.
De repente aproximaram-se daquele matuto dois homens mal encarados. Já era sábado de noitinha e no dia seguinte seguiria o círio. O gerente o procurou no quarto e não o localizou. Em minutos todo o hotel estava mobilizado. Pois o Sr. Adevaldo, por ser muito humilde e apesar de ser do interior fazia amizade muito rápido.
A polícia foi acionada, apesar da sua morosidade, naquele dia ela estava até preocupada e se soltou a procura daquele senhor.
Na rádio Guajará vez em vez o locutor fazia chamada, em meio ao programa do Bondinho da Saudade.
Lá pelas dez da noite, no auge da preocupação lá vem o Sr. Adevaldo, num carro de políca escoltado.
Quando desceu do carro só de cueca, disse aos soldados obrigado e todos do hotel o cercaram falando atravessado; uns querendo saber onde esteve, outros o que aconteceu e o gerente queria dar-lhe uma bronca danada. Quando alguém, o reporter da rádio interompeu:
Sr. Adevaldo parece que o senhor foi assaltado! Você não ficou com medo?!
E ele respondeu:
-A meu filho! pra quem está acostumado com vizagem, boto, bicho peçonhento e Matinta Pereira, ainda não cumpriendi...
Eles levaram a minha roupa rasgada e a minha carteira cheia de fotografia dos meus netos, com uns dinheiros de paper recortados. Até o meu sapato furado, com o relogiu parado qui achei num bondi. Realmente não intendi!
Mas o senhor ficou com medo?!
Não! Ele só levaram o que não era meu! Era tudo imprestado do danado do totonho!...
O riso foi até relaxante.
Dizem que a audiência da rádio naquele dia aumentou.
Após o círio ele pra sua terra voltou contando na vila que a vizagem da cidade era homem. E que bastava dar as coisas velhas, e ele deixava ir embora. No dia seguinte, as pessoas penalizadas te davam novas roupas. E você ficava com cara de doutor.Todos soltaram uma gargalhada, entre um pito e outro. E mais quem queria ir em Belém ser assaltado.

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