O Manezinho ainda está inteiro? Então agora ele vai!
Athos Ronaldo Miralha da Cunha
Eu fiquei com muito dó
Do amigo Manezinho
No nordeste tão sozinho
Lá nas bandas de Icó
Um coitado, vai virar pó
E deixar a realidade
Até parece uma maldade
Que meu coração não tem
Deixo em você neném
O gosto da nulidade
Meteu a mão num abelheiro
Ou será num camoatim?
Eu até vejo por mim
Meu caro amigo e parceiro
Tu não vais sair inteiro
Na peleja desta rima
Não me falta matéria-prima
E teu futuro é a sepultura
É o fim desta aventura
Te vejo com terra por cima
Como dói essa solidão
Nas paragens do nordeste
Pois um cabra da peste
Vêm à moda miguelão
Atira em qualquer direção
Bom de verso ele não é
Tome um gole de café
Guarde a arma atiradeira
Pois a bala derradeira
Será no teu próprio pé
Meu velho Manezinho
Fique calmo e sossegado
Pois esse jogo é salgado
Nesse teu jeito malandrinho
Com o verso pequenininho
Dê um adeus a essa usina
Esqueça essa bela esquina
Corra para baixo da cama
A mim tu não “engana”
Vá cantar em outras rimas
Mas então senhor Icó
Eu termino o desafio
Mas eu faço um elogio
Não fique assim tão só
Dance o Pocotó pocotó
Pois aí eu vejo teu futuro
Meu grande amigo te juro
Aqui tem voz na garganta
E também esse galo canta
Pois deixei um verde maduro
E pra encerrar de fato
Esses versos num astral
Quem de nós é o maioral
Quem tem mais aparato
Eu pinto um auto-retrato
E uso a terapia do relhaço
Pois qualquer touro eu traço
Vou por esse mundo afora
Nesse instante vou embora
E deixo um grande abraço