Teus Olhos... Em Cordel Só uma Musa autêntica torna possível tecer Cordel com Poesia! Teus olhos?!... Sabem-me a pão Daquele muito fresquinho Que como devagarinho Para sentir a ilusão Que tem a Tua visão A iluminar-me o caminho... Seu brilho?!... Ameiga o espinho Das palavras que m escreves Duras, felinas, reveses Que picam como escarninho Entre o melado carinho Com que me afagas às vezes... Os aromas?!... Portugueses Quando perdi minha Mãe Com ela perdi também Os bons cheiros camponeses E és Tu entre soezes O cheiro que me cai bem... Se sei?!... Sei donde vem A razão de meu afecto Esse querubim dilecto Do qual duvidas... Porém Crê que o Teu olhar tem Meu céu inteiro secreto... Ah... Não é?!... Não é correcto Aos feros olhos do mundo Fossas que não têm fundo Onde vive tanto insecto A capear no aspecto O seu interior imundo... Não vês?!... O verbo iracundo Que a todos contamina E logo me desafina Quando descaio profundo No lixo onde me afundo A vomitar só porcina... Se é sina?!... Não é sina É treta... Apenas treta Que não cabe num poeta Mas morde... Fere canina O homem que não domina A língua saída em seta... Enfim... Olha... Desperta Sobre a noite dos abrolhos Plena de vis escolhos E debruça Teu olhar Para que eu sonhe ao luar Que sinto vir de Teus olhos! Torre da Guia |